quinta-feira, 5 de julho de 2007

Finalmente se fala aqui de vinhos, já não era sem tempo

Sempre na vanguarda artística, tenho o grato prazer de vos anunciar a estreia neste blogue duma rubrica, e logo dedicada a vinhos!

Diz que é costume este tipo de prosa sair aos domingos, por isso, há que saber aguardar uns diazitos.
Entretanto, aqui ficam uns rabiscos, à guisa de intróito.
Confirma-se: a vinhaça lusa está em alta, em termos de produção, qualidade e reconhecimento, tanto nacional como internacional. Já não é só o vinho do Porto que os críticos estrangeiros elogiam. Para isso ajudou a melhoria do produto e a crescente participação e reconhecimento em concursos internacionais. A crítica inglesa Jancis Robinson foi uma das primeiras a reconhecê-lo. Agora, até o papa dos críticos americanos, Robert Parker, deu o braço a torcer e já elogia os vinhos portugueses sem se limitar a uns quantos e sem tentar impor o rolo compressor do gosto fácil e de 2-3 castas que vende no seu mercado nativo.
Isto significa também um reconhecimento das próprias castas nacionais, a começar na Touriga Nacional e na Antão Vaz.
Disso nos dá conta um dos melhores críticos de vinhos nacional, David Lopes Ramos, no seu artigo "Vinhos portugueses, o desafio do mercado mundial" (Público de hoje, p. 3, secção «destaque»).
Por mim, podíamos também falar na Castelão (também chamada de Castelão francês, Periquita ou João Santarém, consoante as zonas de cultivo) e na Baga, no que toca a castas tintas, e no Arinto, Encruzado, Bical, Malvasia-fina e outras, no que toca a castas brancas.
Alcemos, portanto, o copo ao Baco das vinhas nativas.
Uma nota só de reparo: apesar dos bons ventos, o preço deste néctar está um pouco inflaccionado para as bolsas nacionais e os principais críticos de vinhos portugueses não desistem de condenar esta situação (vd. DLR, João Afonso e João Paulo Martins). Há, portanto, que saber escolher, vendo os guias que trazem as melhores relações qualidade-preço, comparando preços em vários estabelecimentos, indo às feiras e às adegas, falando com amigos, etc..
No domingo falarei de alvarinhos, ides ter uma surpresa...
PS: já me ia esquecendo: as dicas básicas sobre como saborear um vinho vêm todas no site da Jancis Robinson.

4 comments:

Sofia Rodrigues disse...

Esperávamos há muito pelas tuas «crónicas» vinícolas! Venham de lá esses alvarinhos!

Zèd disse...

Acho muito bem esta rubrica, afinal o vinho é algo de muito caro à esquerda (é vermelho).

Vou por-me na lista de espera para escrever um destes domingos o pouco que tenho aprendido sobre vinhos franceses.

Renato Carmo disse...

Isso é que é falar Daniel, gostava também de escrever sobre alguns vinhos, sobretudo, alentejanos.

"Vinhos ao Domingo", excelente ideia!

Daniel Melo disse...

Obrigados pelo empurrão. Bom, agora estou mesmo entalado ;)
Seja como for, também cá ficamos à espera da vossa prestação :)
Se isto for rodando é mais fácil e interessante.
E até já temos nome para a rubrica!