segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Mudanças: dois clássicos

Apesar da logística, o momento de retirar os livros das caixas é sempre de antologia. Permite voltar a olhar para os livros que temos no seu conjunto, os que lemos e os que não, com todas as recordações que eles evocam (e os que não lemos para mim até evocam um bocadinho mais do que os que lemos — "olha aquele livro que eu comprei e que já sabia que nunca ia ler e realmente, cá está, impecável, como se acabasse de sair da livraria..."). E digo isto sem nenhum desamor por tudo o que li daquilo que tenho, que apesar de tudo já é alguma coisa...

De entre os livros que tirámos dos caixotes, queria destacar, para já, dois: Come interpretare i sogni, la smorfia e le fasi lunari per vincere al lotto, comprado no início do ano de 2001 na livraria de Santa Margherita (Ligúria, Itália) como um antídoto para uma presença excessiva de Freud na minha estante mental. Nunca li. Mas não deixo de o recomendar ao meu caro Pedro Mexia, para o ajudar a não ser tão céptico em relação à interpretação dos sonhos. Não só tem sentido, como dá dinheiro, caro Pedro! O autor é Rolando Rossi, e a edição é de Giovani De Vecchi, editor de Milão.

O segundo livro que destaco é o excelente Sporting Clube Olhanense. 90 anos de história (1912-2002). Infelizmente, tenho só o primeiro volume, que vai até 1962, mas coincide com os tempos de glória desse glorioso avant-la-lettre. Além de redigir uma síntese histórica do clube, o autor Raminhos Bispo (a edição, ilustrada, é da tipografia Tavirense, de Abril de 2003) dá-nos uma detalhada "síntese geral de jogos e resultados" a partir da época de 1923-24 até à de 1961-62. Com ficha de jogo e relato resumido! Uma obra em que a parcialidade clubística se transforma em rigor afectivo.

(Das caixas tirei também uma t-shirt da Casa do Benfica de Olhão, que nunca pensei vestir para levar para a rua e agora aconteceu, aqui em Rennes, por razões que se prendem, lá está, com a logística da mudança.)

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