sexta-feira, 21 de setembro de 2007

O mais importante discurso de Matrin Luther King Jr. foi aquele que ele não chegou a fazer

A Cláudia já falou aqui e aqui do caso dos "The Jena Six", seis adolescentes negros americanos que estão a ser julgados por tentativa de homicídio, por terem agredido um colega branco causando apenas leves ferimentos. O primeiro dos seis jovens foi já condenando, mas a decisão foi revertida no recurso, e aguarda ser julgado novamente enquanto menor. As acusações de tentativa de homicídio mantêm-se, e continua detido. O processo continua, e está a gerar cada vez mais protestos - mais que justificados - da comunidade negra americana, e dos activistas pelos direitos civis. Um manifestação de mais de 10 000 pessoas teve ontem lugar em Jena. Na memória de todos está a luta pelos direitos civis dos anos 50 e 60. Na altura começou quando Rosa Parks se sentou num banco de autocarro reservado a brancos. O Jena six começa quando estudantes negros se sentam num banco de jardim reservado a brancos, no pátio da escola.

Isto faz-me lembrar uma entrevista de Ossie Davis que vi na PBS. Dizia Ossie Davis (cito de memória) que se fala do discurso de Martin Luther King Jr. 'I have a dream' como se esse tivesse sido o seu mais importante discurso, mas esquecem-se que o discurso mais importante teria sido aquele que King iria fazer em Washington, se não tivesse sido assassinado antes. Ou como diria Elizabeth Redding uma das manifestantes de Jena que havia participado na luta dos anos 60 , citada no Le Monde, "É terrível, porque não acabámos o nosso trabalho".

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