terça-feira, 4 de setembro de 2007

Um mundo sem centro

Antigamente, o Largo era o centro do mundo. Hoje, é apenas um cruzamento de estradas, com casas em volta e uma rua que sobe para a Vila. O vento dá nas faias e a ramaria farfalha num suave gemido, o pó redemoinha e cai sobre o chão deserto. Ninguém. A vida mudou-se para o outro lado da Vila.

Manuel da Fonseca, O Fogo e as Cinzas.

*Foto: João Espinho (Albernoa).

2 comments:

Samir Machel disse...

:(

Sofia Rodrigues disse...

Esta questão do centro tem-me feito pensar, não nas aldeias, onde não se passa rigorosamente nada, nem no largo, nem noutro sítio qualquer, como as placas demonstram com evidência, mas nas cidades, cujo centro seria, idealmente, substituído por vários, ou seja bairros com uma vivência suficientemente forte e diversificada, onde os habitantes pudessem desenvolver os seus interesses e vida quotidiana. Sabemos que isso quase não existe. Em Lisboa há, talvez, a excepção de S. Domingos de Benfica e Campo de Ourique. Depois, há, também Algés que até funciona como centro de outras localidades próximas.
E estas férias por países mais centrais fui confrontada com uma outra organização do espaço social em torno da Câmara Municipal e não da torre da Igreja. E fiquei, também, a pensar.