terça-feira, 11 de setembro de 2007

Una storia deliziosa


Conheci este ano em Wageningen um senhor italiano magnífico. Um belíssimo contador de estórias, estilo Nanni Moretti. Em italiano e tudo. Uma das estórias que Antonio me contou é assolutamente deliziosa. Contou-me ele que em 1974, logo a seguir ao 25 de Abril, o
movimento lotta continua fretava voos charter para que os jovens italianos pudessem vir a Portugal 'ver' a revolução.
E eles lá vinham, lá viam e lá regressavam a Itália.
Alguns aprendiam as canções de intervenção portuguesas. Outros, a maioria, levavam na bagagem um poster de um senhor que ninguém parecia saber quem era. Aliás, o Antonio esbracejando muito dizia-me, no meio da sua estória, que perguntava a torto e a direito aos seus amigos regressados de 'ver a revolução': ma chi è quest'uomo? Ma chi è quest'uomo?

A minha curiosidade crescia, enquanto Antonio me explicava que o dito poster do dito uomo figurava no quarto de todos os jovens italianos militantes do lotta continua, ao lado de figuras como Che Guevara... e que nenhum deles parecia saber de quem se tratava...

Si... chi era quest'uomo?

Hoje o Antonio, da sua Firenze natale, enviou-me o tal poster. Il uomo era questo:



4 comments:

Renato Carmo disse...

Era um italiano fantástico. Aliás, o tema da revolução dos cravos foi recorrente nas conversas em Wageningen. É extraordinário como a sua memória ainda está bem viva para uma certa geração.

E já agora: o que é feito de Arnaldo Matos? Alguém sabe?

Bjs Renato.

JSA disse...

Que personagens curiosas para se encontrarem em Wageningen. Mas, de toda a Holanda, será realmente o melhor local para tais histórias...

Elisa disse...

jsa e porque dizes isso?

JSA disse...

devido àquela paisagem tão bucólica (que ressalta ainda mais que o resto da Holanda) e devido à fama que a Universidade de Wageningen tem entre os holandeses de fazerem pesquisas algo... "estranhas". De certa forma, Wageningen é vista como uma mistura muito estranha entre citadina e camponesa, o que está bem ao estilo do Arnaldo Matos