terça-feira, 27 de novembro de 2007

Uma minúscula para a esquerda

Eu percebo o ponto de vista crítico do Zed, mas também acho que é preciso ter calma sob pena de não cairmos na autoflagelação da Esquerda — que, mesmo que seja virtual (a autoflagelação...), não deixa de fazer mossa. Nem tudo o que acontece, mesmo tendo protagonistas que se dizem de Esquerda, é representativo da Esquerda. Nem tudo o que acontece é um rumo possível ou falhado para a Esquerda. A Esquerda francesa não representa toda a Esquerda. Os movimentos sociais actuais não representam — nem deixam de representar — o futuro da Esquerda em França. Talvez a Esquerda precise, não digo de tempo nem de calma, porque isso hoje ninguém pode exigir a ninguém, mas simplesmente, prosaicamente, de uma minusculazinha para baixar a pressão.

(já vêem como ando ambicioso em termos programáticos)

E agora vou-me deitar, que os acontecimentos aqui em Rennes não dão tréguas. Amanhã ou depois ponho aqui uma cronologia da rocambolesca guerra civil bloqueio-não bloqueio, com mais detalhes sobre o que entretanto se passou.

PS: eu sei que fui eu que pus maiúsculas na palavra "esquerda" neste post, que o Zed escreve "esquerda" com minúscula e que a maior parte das pessoas de esquerda também o faz. Mas acho que se percebe o que quero dizer.

1 comments:

Zèd disse...

Sim, Esquerda com maiúscula, claro! É "A" Esquerda (oups, lá estou eu a fazer subir a pressão à esquerda).

Quanto à autoflagelação, técnicamente não posso ser acusado disso. Quero dizer, é uma flagelação da Esquerda francesa, mais como não sou (por enquanto) francês, não se pode dizer que é auto.

Mais a sério, claro que a Esquerda francesa não representa toda a Esquerda. Mas a situação em que se encontra agora, na oposição por uns tempos, e face a uma liderança forte carismática e bem de Direita, devia ser olhada com atenção por toda a esquerda, para retirar lições.