sexta-feira, 4 de abril de 2008

(des)acordo ortográfico

Excelente texto que reflecte e não reflete sobre o acordo ortográfico.
O que pensas, Manolo?

4 comments:

xatoo disse...

pub

porque foram todos os grandes americanos mortos? - Martin Luther King: "o pior lugar do inferno estará reservado para todos aqueles que mantiverem a neutralidade"

Sappo disse...

Olha, vallera, não sou contra este Acordo de Reforma Ortográfica. Mas da forma como ele se apresenta é apenas mais uma “maquiagem” com interesses meramente comerciais do Brasil na África lusófona. Percebe-se (na conotação tupiniquim equivale a “sentir”, “ ter a sensação” ) claramente que o objetivo maior do governo brasileiro não é com a língua propriamente dito, mas de como ela poderá ser usada em prol de vantagens econômicas (mercado editorial, petróleo e agora os biocombustíveis e etc...). Por isso está a se empenhar tanto nesta reforma.

Oras bolas, se o interesse é apenas a unificação do português para facilitar as relações humanas, por que diabos então não se prima por um maior intercâmbio cultural e acadêmico entre os CPLPs? Só pra você ter uma idéia de como é negligenciado o intercâmbio cultural, o Instituto Camões trouxe a caboverdiana Lura, em novembro do ano passado, para três apresentações aqui em São Paulo que ficou restrito apenas aos engravatados dos serviços consulares dos dois países e há uns gatos-pingados convidados. Até eu que sou relativamente bem informado não fiquei sabendo dessas apresentações (fiquei puto da vida, pois sou fã incondicional dela e adoraria vê-la).

Se de fato querem uma unidade ortográfica com fins humanos, por que não começam, por exemplo, com acordos que estabeleçam a criação de bibliotecas públicas nos países lusófonos, onde o cidadão poderá ter acesso às publicações dos CPLPs sem qualquer restrição? Por que então também não criam políticas publicas comuns pra erradicação do analfabetismo. Oras, um país que tem 18 milhões de analfabetos (só pra ficar o Brasil) deveria primeiro cuidar desse “pormenor” pra depois vir gagar-regras de como os outros devem grafar o português. Na minha opinião, negar o direito ao acesso pleno à língua é a forma de exclusão social mais perversa que existe.Esta sim deveria ser a preocupação fundamental de nossos políticos, mesmo porque as diferenças entre o português tupiniquim e o tuga são mais de vocabulário que de ortografia. E neste caso, não há lei no mudo capaz de mudar os diversos falares da língua portuguesa.

Por fim, comprometo-me, assim que possível, escrever sobre o assunto, pois defendo uma mudança ortográfica bem mais radical que esta que aí está.

Sappo disse...

oras, xatoo que tens contra o inferno? além de estar à esquerda é bem mais interessante e menos monótono do que o paraíso.

vallera disse...

e eu a pensar que ías teorizar sobre a linguística....