quinta-feira, 17 de julho de 2008

Todos os aromas de uma míni horta dentro de casa

Este post foi inspirado no “A propósito de um tomateiro....”, de Paula Tomé.

Para quem gosta de cozinhar (aliás, todos deveriam saber fazer os próprios alimentos ou então serem condenados a comer eternamente no McDonald’s), não existe nada melhor do que ter os próprios temperos à mão. Que tal então montar uma míni horta dentro de casa, hein? Além de ser mais saudável, ela exalará por todo o ambiente aromas deliciosos, que dará à sua vivenda um ar todo especial e único. Ela não é nada exigente. Só precisa de um cantinho onde bata sol (que pode ser o quintal, se morar em casa térrea, ou na varanda, se for dentro de um apartamento) e cuidados básicos, como água e um pouco de atenção. Não é necessário que se mantenha diálogos metafísicos com ela, como dizem muitos malucos que andam à solta por aí. Nada disso, pois isso é coisa de pirado. Neste caso, aconselho que se use o dinheiro que seria gasto com a compra dos objetos para pagar a terapia psiquiátrica. Abaixo, seguem algumas dicas de como montar uma míni horta e em espaços fechados.

Local - Como eu disse no texto acima, a míni horta precisa de ser instalada num local bem iluminado pelo sol (ao menos pela manhã), pois como todos nós sabemos em locais escuros ou mal-iluminados, as plantas não fazem fotossíntese e não crescem adequadamente. Locais mal iluminados ou escuros são adequados a outras atividades, menos à atividade agrícola, digamos assim.

Recipientes - Para isso não há regras, pois elas são meio anárquicas e se acomodam bem em vários tipos de vasos (veja aqui algumas instruções). Nesse caso faço apenas algumas recomendações básicas: os recipientes devem possuir furos em baixo para drenar a água. Podem ter mais ou menos uns 20 cm de altura (a largura e o comprimento vai depender do espaço disponível e quantidade de variedades que se deseja cultivar). Vasos muito altos são desnecessários e os rasos em demasia secam rapidamente.

O que cultivar - Para uma míni horta em vasos as melhores opções são as pequenas hortaliças. No meu apartamento tenho cultivado com sucesso coentro, salsinha, cebolinha, manjerona, manjericão, hortelã, alecrim e pimentas variadas. Para quem não cozinha, mas é hipocondríaco, as ervas medicinais são uma boa alternativa para manter um perfume bem agradável dentro de casa. Mata-se aqui dois coelhos com um tiro só: tem-se aquele remedinho natural (não sei se ele cura alguma doença, mas mal não faz) pra qualquer emergência e matém-se o ambiente bem saudável.

Como preparar os recipientes - Há inúmeras formas de se preparar os recipientes. O fundamental e facilitar a drenagem, para evitar o encharque e a inevitável morte da raiz. Para evitar que isso aconteça, devemos cobrir o fundo do vaso com uma camada fina de pedras britadas ou cacos de telha. Depois coloca-se uma mistura de terra comum, terra vegetal e húmus. Atenção: não coloque húmus em exagero, pois o excesso pede levar algumas espécies à morte. O que seria lamentável depois desse trabalho todo.

O plantio - Quando forem semente (encontradas facilmente nos hipermercados), semeie conforme a recomendação de seus produtores que vem estampada nas embalagens. Caso sejam mudas, o plantio é bem mais simples. Plante a muda nivelando-a com o solo do vaso, preenchendo os espaços vazios com terra. Pressione levemente em torno da muda para eliminar os bolsões de ar. Depois regue lentamente até que a terra fique apenas úmida, sem inundar o vaso.

Pronto. Agora e só esperar a colheita e elaborar deliciosos pratos e convidar os amigos. Mas antes disso, vais precisar manter esta preciosidade. O que não é muito difícil. Basta manter o vaso sempre levemente úmido (aqui uma dica de rega - vídeo), mas sem deixá-lo encharcado, uma vez que isso pode matar a planta ou deixá-la indefesa contra uma série de pragas. A adubação é outro cuidado constante que se deve ter. Mas, como já disse, sem exageros. Além do húmus, os adubos minerais ou líquidos são bem apreciados. E como nada é eterno nesta Terra (exceto o desmatamento da Amazônia), as pequenas plantas não duram pra sempre e precisarão ser replantadas quando começarem apresentar aspectos negativos (folhas amareladas ou secas, por exemplo). Quando isso ocorrer, você deverá retirar toda a terra do vaso e replantar as mudas (ou sementes), utilizando o mesmo procedimento anterior. Para obter informações mais técnicas, a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias) dispõe de manuais pra esse fim, que são fornecidos muitas vezes gratuitamente. Para entrar em contato, clique aqui. A QuizCamp, que tem lojas em vários países europeus, é outra empresa que também poderá ajudar na criação da sua míni horta. Veja aqui outras dicas.

Fonte: O jardim e a míni horta – F.B Souza & G. Huber (Expressão Editorial)



3 comments:

Paula Tomé disse...

Obrigada Manolo, li com muito interesse. Como sou caloira nestas coisas de jardinagem, vou com certeza aproveitar algumas das sugestões e ver se resulta. As minhas tentativas de plantar coentros e salsa não estão a correr bem, mas bem, vamos continuar. Ainda e sempre a propósito, porque as conversas são mesmo assim, aqui fica o seguinte. O restaurante Moro em Londres publicou um livro de cozinha com receitas todas feitas com ingredientes de umas hortas que serviam uma comunidade enorme e que vão agora ser-foram destruídas por causa dos Olímpicos de 2012... O livro é uma homenagem e aqui fica o link. http://www.moro.co.uk/moro/cookbooks/default.asp

Sofia Rodrigues disse...

Um alambique na despensa para destilar umas aguardentes caseiras é que era ;-)

Sappo disse...

Olá, Paula.

Realmente, o coentro e a salsa são mais “chatos” para o cultivo. Mas nada que mereça cuidados especiais. Vamos ver se essas dicas resolvem o seu problema.

Por serem plantas de clima quente, elas precisam receber muita luz e serem mantidas sempre úmidas.

A profundidade do vaso é fundamental.Ele não poderá conter menos de 20 cm de terra e as sementes devem ser enterradas a uma profundidade de mais ou menos 01 cm.

Depois de semeadas, recomenda-se que se coloque pouca água. Duas vezes por dia já é suficiente (200 ml de cada vez). Quando as folhagens começarem a se formar, uma vez por dia já será o bastante.

Quando as ramas chegarem a uns 5 cm, desbaste arrancando as mais fracas, deixando um espaço de 10 cm entre um planta e outra.

São estes os cuidados essenciais e em apenas 2 meses aproximadamente elas já podem ser colhidas.

E gracias pelo link.


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Salve, Sofia.

Qualquer dia desse vou postar um texto explicando como fazer aguardente caseira. Por estas bandas tropicais, ela é chamada de “Maria louca”. Como vês, a coisa é bem caliente. Tim-tim.