domingo, 9 de agosto de 2009

Façam o favor de ser felizes!

Faleceu ontem Raul Solnado, um dos maiores comediantes portugueses do século XX.

Fica na memória colectiva o seu estilo peculiar, a entoação, o tom de confidência, o nonsense, certas frases marcantes (como a que vai em epígrafe), o modo de falar aos solavancos, como em «Podióóóó. Chamá-loooo», que marcou várias representações suas em torno de 'conversas' ao telefone, das quais a mais conhecida é a da «A guerra de 1908» (também alusiva à guerra colonial, que então deflagrara). Entre outras coisas, parte delas relembradas, oportunamente, pelas tv's, como as suas passagens televisivas: programas «Zip-Zip» (em pleno marcelismo), «A visita da Cornélia», etc.. A RTP teve a feliz sorte, e boa escolha, de divulgar o seu último trabalho, ainda inédito, ontem mesmo transmitindo o 1.º episódio de «As Divinas Comédias», uma retrospectiva do humor português, em parceria com Bruno Nogueira e outros humoristas. A imprensa também lhe deu bastante destaque.

Solnado ajudou a renovar o humor em Portugal num período bem difícil, o da ditadura. Contribuiu para a melhoria do teatro de revista, daí saltou para a televisão, o disco, digressões no estrangeiro (no Brasil, com comediantes locais; na Europa, junto dos emigrantes), etc..

Foi um dos comediantes mais populares e queridos do público português.

Como não estou habilitado a escrever mais do que esta breve evocação, aproveito a deixa para remeter para quem sabe mais. Para além das hiperligações atrás deixadas, sugiro ainda o obituário no Público e esta selecção temática do blogue Ié-ié.

2 comments:

gdsantos disse...

É uma notícia triste a que me dás.
Tenho pena de não poder ver o episódio das Divinas Comédias.
Abços

Daniel Melo disse...

Pois é, e foi-o para muitos.
Eu também não consegui ver esse episódio, nem os restantes que entretanto passaram. O último é transmitido amanhã, a ver se o apanho.
A propósito, o jornal i também fez um dossier interessante, saiu hoje. Deve estar igualmente na versão electrónica, no site próprio.
Abraço.