sábado, 5 de setembro de 2009

A Beira revisitada - Almeida

A primeira vez que vi Almeida foi em fotografias a preto e branco emolduradas e colocadas na parede de um consultório de dentista. É uma memória antiga e insólita, até porque tenho bons dentes e as minhas idas ao dentista são raras. Não a consigo localizar no tempo, mas lembro-me perfeitamente das imagens das imponentes muralhas de Almeida, dos olhos esbugalhados do dentista e da minha vontade de estar noutro sítio. Almeida é um tema tão legítimo como outro qualquer para um dentista decorar o consultório. Sou tentado a pensar que aquelas muralhas largas, sólidas e protectoras são imagens poéticas e reconfortantes para dentistas e pacientes.
Apesar do nome da povoação fortificada ser o mesmo de um dos meus apelidos, não tenho qualquer origem familiar conhecida em Almeida. Soube recentemente que o nome é de origem árabe, embora as opiniões divirjam sobre que origem é esta, em concreto. Para uns vem de Al Mêda, que significa mesa e portanto não é alheia à função de trincar e moer. Para outros vem de Talmeyda, palavra designando campo ou lugar de corrida de cavalos.Quem quiser saber mais sobre Almeida, pode consultar o site oficial, aqui. A 13 de Agosto passado integrou a candidatura das Fortificações Abaluartadas da Raia Luso-Espanhola a Património Mundial da UNESCO.


1 comments:

Daniel Melo disse...

Sorte a tua e dupla: quanto à dentição e quanto às passeatas.
Também já estive aí, aquando duma digressão outonal pela Beira Alta.
Gostei muito, é como se fosse um castelo no meio da urbe, como tantos outros na Beira, mas é um pouco mais do que isso. Espartilha ainda mais a povoação. Gostei muito desse passeio, sobretudo do assombro daquele imenso e agreste planalto que une essa povoação a Pinhel, etc., então com uma luminosidade única, juntando o doirado do cereal com o cinzento dos rochedos graníticos e da luz solar incendiando nuvens revoltas.
Estou a gostar.