quarta-feira, 30 de junho de 2010

Adeusito!

Depois do desfecho desejado pelo mister (i.e., perder pelo mínimo possível, a seguir a ir a penalties), pouco resta a acalentar, a não ser o desejo que a estória não se repita, ainda que o mister se mantenha até ao próximo Europeu. Foi mauzote, não merecíamos tanto amedrontamento.
Queirós fez apostas de alto risco (dentro do seu conservadorismo em voga) e perdeu-as: insistiu em colocar um defesa central a lateral direito e foi por aí que sofreu o golo que ditou a derrota. Claramente, Ricardo Costa não tinha rotina nessa posição. Contra o Brasil podia arriscar isso, já contra os rojos seria demasiado. Então, o que estão lá a fazer os 2 laterais de raíz?
Depois, resolveu tirar o único ponta-de-lança, Hugo Almeida, quando ele estava a furar o cerco, colocando mais um médio em crise de inspiração. Resultado: a equipa encolheu-se e Portugal sofreu o golo de David Villa. Os espanhóis fizeram o seu jogo, mais bonito que o dos vizinhos, embora por vezes algo cansativo (às tantas perdíamo-nos nas fintas do carrossel rojo), e esperaram por um erro, o que surgiu mais cedo do que estariam à espera. E assim se concluíu o jogo.
É claro que nem tudo é responsabilidade do seleccionador, alguns jogadores estiveram abaixo do expectável, como Cristiano Ronaldo, que disse que ia explodir nessa competição e a única coisa que lhe vimos foi um tiro de pólvora seca. Manolo foi certeiro!
Hoje, o mister, na conferência de imprensa, voltou a repetir lugares-comuns dum yuppie encartado, esquecendo-se que já não estamos nesses tempos. Exige-se mais do que calculismo e boa retórica: temperança, risco, assunção de erros, qualidade actual em vez de cotação bolsista (leia-se, valor das transações) dos jogadores.
Enfim, resta-nos aturar este mister durante mais 2 anos... Haja saco...
ADENDA: acho que Queirós deve continuar (para que não haja dúvidas), embora seja mais responsável por erros clamorosos do que grande parte dos jogadores. Alguma continuidade é necessária para se poder avaliar o trabalho, seja de quem for.

Cliché de «Viva a República»

Fui ver a exposição «Viva a República» na Cordoaria e vou ter que voltar (sem a minha filha, que ainda não completou 2 anos). Sem grande hipótese de me concentrar a ler os textos de parede, pude apreciar o design expositivo, as soluções cenográficas, os ambientes recriados, um ou outro filme da época... e rever fotografias do Arquivo Fotográfico da Câmara Municipal de Lisboa, nomeadamente da colecção Ferreira da Cunha. Uma excelente exposição por muitas razões, mas também porque pôde contar com um acervo fotográfico riquíssimo, acessível a todos de forma livre e gratuita, dentro do espírito republicano.

terça-feira, 29 de junho de 2010

Gracias, Cristiano Ronaldito!

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Quem perdeu o quê?

Países mais ricos vão baixar o défice para metade até 2013

Europa derrota a América na questão do défice, mas os dois blocos perderam na questão das taxas à banca

sábado, 26 de junho de 2010

Ser digno do presente, enfrentando o passado

Deixo aqui duas sugestões e uma informação, em nome das vítimas das ditaduras ibero-americanas e pela nossa memória cívica.

Em 1.º lugar, um filme que aborda a ditadura argentina, o consenso do esquecimento e os silêncios: O segredo dos seus olhos, de Juan Jose Campanella, aqui sugerido por Daniel Oliveira, ainda em exibição nas salas de cinema em Lisboa (e Porto?).

Em 2.º lugar, um vídeo da Plataforma contra la impunidad del franquismo, que junta intelectuais, artistas, políticos, etc., aqui ecoando as histórias trágicas de 15 vítimas do franquismo, assassinados sem julgamento justo e a maioria sem se saber onde foram enterrados (vd. em baixo).

Por fim, amanhã, este movimento cívico acenderá milhares de velas em honra das vítimas franquistas, na Porta do Sol, em Madrid. Contra a impunidade, contra o esquecimento.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Não se pescam trutas a bragas enxutas

Depois de 180 mins. desconsoladores, a fava saiu a Portugal.

A 1.ª parte desta peça decorreu à tarde, e quase deu para adormecer no início... Valeu a irritação e o bom tempo. Depois do intervalo, a coisa transmutou-se: sangue novo, mais acção, mais risco. Ainda assim, acabou tudo como começou: um nulo ditado pelos céus, só digno de desavergonhados empatas. A 2.ª parte, ao cair da noite, ditou o desfecho previsível: os encarnados ibéricos ganharam aos seus irmãos sul-americanos.

O mister luso está noutro campeonato, o dos que sofrerão menos golos e derrotas, de maneira que na próxima 3.ª feira os patrícios irão tercer armas com o pior adversário possível a seguir ao sol argentino: o toureiro espanhol, esse mesmo! A selecção que todos queriam evitar, excepto o sado-masoquismo fadista. É a dialética ibérica, agora, à força do pontapé.

50% de hipóteses? Depende, mais uma vez, dos soldados em campo e da táctica, caramba!!

PS: esta de Ronaldo ter sido escolhido pela 3.ª vez como o melhor em campo pela FIFA é sintomático - actores e ilusões, venham os cifrões.

O povo exposto

Inaugurou no sábado passado uma das melhores exposições mostradas aqui no rincão (e não só). Chama-se POVOpeople, tudo pegado, para parecer mais moderno, e tem bons trunfos.
Registe-se alguns deles: muita criatividade, na concepção, montagem e selecção de materiais. Uma excelente articulação entre textos, arte e audiovisual (respectivamente comissariados por José Neves, João Pinharanda e Diana Andringa). Uma apropriada interactividade, presente, por exemplo, na cabine de fotos tipo passe, onde se pode tirar fotos gratuitamente, que figurarão de seguida numa grande tela de final de mostra, quadriculada em dezenas de televisores.
Além disso, e facto invulgar por cá (e não só), a exposição vem acompanhada por um catálogo transpirando arte 70's (embora de difícil leitura e arrumação...) e por 3 livros: Como se faz um povo (ensaios de história contemporânea de Portugal); A política dos muitos (antologia de textos teóricos sobre a temática do sujeito colectivo); e O que é o povo (colectânea de depoimentos de políticos, gestores, intelectuais e artistas portugueses). Os dois primeiros arriscam-se a tornar obras de referência (bom, eu sou suspeito pois colaboro no primeiro, por isso, podeis folhear numa livraria estes livros da tinta-da-china e avaliar por vós mesmos).
Para finalizar, uma instalação de Pedro Cabrita Reis à beira-rio, no seu estilo conceptual-desconstrutivo, que já deu origem a inesperados mal-entendidos... Em época de pato-bravismo, este perfil de obra está mais exposto a equívocos indesejados, é o que é...
A coordenação geral coube a José Manuel dos Santos (director cultural da Fundação EDP), que está de parabéns, pela aposta, pelo arrojo, pela oportunidade. Esperemos que outras mostras do género acompanhem esta, nós merecemos!

quinta-feira, 24 de junho de 2010

No centenário do nascimento de Manuel Tito de Morais, lutador pelas liberdades

A sessão de lançamento do livro é hoje, às 18h30, na liv.ª Bertrand, Chiado. Será apresentado por Guilherme d’Oliveira Martins e Nuno Tito de Morais Ramos de Almeida.

Mais inf. no blogue homónimo e no site Cultura Online.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

O regresso da memória incómoda

> julgamento do massacre do Bloody Sunday irlandês: «O pesadelo das vidas deles chegou ao fim», por Ana Fonseca Pereira
> a discriminação da população cigana na França de Vichy e na da «libertação»: «"Há ecos de Vichy que fazem hoje muito medo"» [entrevista ao cineasta Toni Gatlif], por Pedro Rosa Mendes

> memória da Guerra civil de Espanha: «Os medos da guerra civil continuam vivos», por Carlos Pessoa

Nb: sobre a memória da Guerra civil de Espanha na histografia portuguesa vd. este texto de Manuel Loff; para informação sobre a mesma no blogue do ex-movimento cívico Não apaguem a Memória! vd aqui. Na imagem, reprodução de foto incluída na recente exposição «Presas de Franco» (Centro Cultural Conde Duque).

Regionalizar é preciso: um ângulo inesperado

Por uma suspensão atempada e divulgada dos serviços da BNP

Petição contra o encerramento da BNP [Biblioteca Nacional de Portugal]
No passado dia 8 de Junho de 2010 a direcção da Biblioteca Nacional de Portugal [BNP] anunciou que os serviços de Leitura Geral da Biblioteca encerrarão durante dez meses (de 15-11-2010 a 01-09-2011) e os Reservados durante cinco meses (01-04-2011 a 01-09-2011). Como cidadãos e utilizadores da BNP, embora conscientes das inequívocas vantagens inerentes à ampliação do edifício de depósitos da biblioteca, consideramos o planeamento dos trabalhos estipulado inaceitável e solicitamos que seja repensado. 
O encerramento durante quase um ano de uma instituição que detém colecções sem alternativas (Secção de Reservados, espólios do Arquivo de Cultura Portuguesa Contemporânea, Secção de Periódicos por exemplo) é incompatível com o prosseguimento da actividade científica de largas dezenas de estudantes e investigadores que necessitam desse material.
A indisponibilização dos acervos da BNP comprometerá a viabilização de projectos em curso, muitos deles com financiamento do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior ou de outras instituições, e porá em causa o cumprimento de calendários e compromissos académicos estabelecidos. O encerramento de uma instituição como a Biblioteca Nacional teria, no mínimo, que ser publicamente comunicado com um ano de antecedência para que as várias partes envolvidas (universidades, instituições de financiamento, estudantes, investigadores) pudessem planear o seu trabalho em função desses dados. É inadmissível que uma determinação deste género seja comunicada apenas com cinco meses de antecedência.

Por outro lado, acreditamos que seja possível levar a cabo os trabalhos de transferência dos fundos de forma faseada, de modo a evitar um encerramento integral tão longo. Independentemente de existirem outras bibliotecas com Depósito Legal, é do conhecimento geral que para uma parte substancial do acervo bibliográfico e documental da BNP não existem alternativas nem em Lisboa nem em nenhuma outra biblioteca ou arquivo do país. Pelo que é absolutamente incompreensível que se proponha que este acervo único permaneça inacessível durante 10 meses. 
Solicitamos pois que se proceda a uma reconsideração do plano de transferência, no sentido de:
1) se atrasar o encerramento da BNP para depois de Junho de 2011, para dar um mínimo de um ano de antecedência ao anúncio
2) fasear os trabalhos de modo a reduzir o tempo de encerramento integral dos referidos núcleos da BNP.
Lisboa, 22 de Junho de 2010

terça-feira, 22 de junho de 2010

Um caso vergonhoso de inimputabilidade e das indispensáveis cumplicidades de cúpula

Por terra adentro...

Neste fim-de-semana Fausto Bordalo Dias desvelou a última das obras que compõem a sua trilogia da «gesta marítima». Num elenco de 22 canções, as primeiras 8 eram retiradas do novo álbum (Por terra adentro?), cabendo a cada um dos álbuns anteriores 7 canções (além dum encore final, «Navegar, navegar», e mais houvera se o artista não tivesse subtilmente assumido o seu compreensível cansaço).
O concerto foi uma oportunidade única para se ouvir novas canções que vão decerto entrar no ouvido, e para recordar aquelas que já fazem parte dum repositório de revisitação crítica da expansão marítima portuguesa da época moderna.
O programa pode ser consultado aqui. Para quem quiser ler uma crítica do espectáculo pode ir aqui ou aqui. Para matar saudades, músicas do cantautor aqui. E para quem quiser ecoar estas músicas antológicas pode consultar aqui as respectivas notações musicais.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Não há fome que não dê em fartura

Assim mesmo, cá continuamos na toada popular a propósito dum jogo inspirado, «histórico» como se usa dizer nestas ocasiões, cujo resultado ocorre muito espaçadamente.
O mister corrigiu a equipa inicial e comprovou que com este baralho é que está bem. Parabéns a todos (a uns mais do que a outros), em especial ao quarteto Meireles, Simão, Tiago e Coentrão. Só esperamos que não se contraia novamente, agora frente ao Brasil.

Ainda Saramago

Muito se escreveu a pretexto do passamento de Saramago. Do que li, destaco a lúcida reflexão de Manuel Gusmão e o dossiê do Público, do qual li com gosto as evocações de Carlos Reis, Mário de Carvalho, Luiz Schwarcz (aqui se podem ler outros depoimentos), Urbano Tavares Rodrigues e Mia Couto. Fiquei estarrecido com o texto de Eduardo Lourenço, onde a projecção do próprio pretende impor uma pseudo-redenção final de Saramago como saída para a sua desilusão utópica, em gritante contraste com o sentido constante da intervenção cívica e literária do autor.
Sobre a ausência de altas figuras do Estado das cerimónias fúnebres do único Prémio Nobel da Literatura português, apenas reiterar as críticas oportunamente feitas a essa conduta, apesar dos dois dias de luto nacional. A situação é agravada quanto ao Presidente da República, Cavaco Silva, que teria necessariamente que estar lá enquanto representante de todos os portugueses numa ocasião simbólica por excelência.
O Vaticano, este Vaticano, primou novamente pela arrogância e deselegância; nb: já o comunicado do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura da Igreja católica portuguesa tem um tom bem diverso, que só pode ser elogiado pela sensibilidade e esforço de reflexão que representa: «Igreja enaltece “grande criador da língua portuguesa” mas lamenta “balizamentos ideológicos”».
Nb: na imagem, cartoon inspirado no quadro Des glaneuses (1857), de Jean-François Millet.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

José Saramago (1922-2010)

No dia da morte de um grande escritor, começo por sublinhar a grandeza literária da obra que deixou. Saramago renovou a antiga arte de contar histórias e, sendo dotado de uma imaginação prodigiosa, não a usou para fugir a este mundo, mas para denunciar a estreiteza do real e a possibilidade de outros mundos.
O prémio Nobel da literatura português foi um artesão de si mesmo que teceu com teimosia e impaciência a sua vida e os seus livros. A par da militância política, descortinamos na sua vida, como reza a letra de Casablanca, «a velha história da luta pelo amor e pela glória». Depois de vencer ambas, não renunciou à outra, a do ideal comunista, continuando a criticar e a acusar. Em minha opinião, como D. Quixote, confundiu por vezes moinhos com gigantes. Também por isso o vejo como um digno sucessor do gesto altivo do célebre cavaleiro, das razões de Sancho Pança e do ofício de Cervantes.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Dez mandamentos do emigrante semibárbaro (10)

10 – Como cobiças tudo, que Deus te dê as cataratas.

Manuel da Silva Ramos,
Três vidas ao espelho, P. D. Quixote, 2010, p. 206.

Prognósticos pós-jogo

A grande questão é se os patrícios ganharam 1 ponto ou se perderam 2. O jogo da selecção das quinas ficou aquém das expectativas, pairou por ali o fantasma de Seul, com a derrota inaugural frente aos do Tio Sam. O galo bem começou a cantar, mas depois o elefante abafou-lhe as falinhas...

Agora a sério, parece ter havido ali algumas apostas mal sucedidas: Danny/ Simão (quando o que corria bem era o inverso); Deco (a jogar numa posição a que não está acostumado, mas então o Tiago parece ter estado melhor); Pedro Mendes, em vez de Ruben Amorim, mais criativo e ofensivo; Liedson, em vez dum Hugo Almeida, mais adequado para suportar o poderio físico do adversário. De resto, é sintomático que o seleccionador tenha emendado a mão justamente quanto às 3 primeiras opções, e à última também lá iria se pudesse fazer mais substituições. Certos e determinados especialistas da bola dizem coisas parecidas a esta; melhor assim, não era minha intenção ser original.

Seja como for, a responsabilidade é a dividir com os jogadores, que parece terem receado em demasia o risco dum golo sofrido a contra-corrente. Lá diz o ditado, «quem não arrisca não petisca». Mas também há outro ditado: «mais vale um pássaro na mão do que dois a voar». Ah, pois, que isto de ditados, como na vida, há para todos os gostos e ocasiões...

terça-feira, 15 de junho de 2010

Dez mandamentos do emigrante semibárbaro (9)

9 – Como passaste a vida a dizer mal dos outros, não desejes para ti a extracção da laringe.

Manuel da Silva Ramos,
Três vidas ao espelho, P. D. Quixote, 2010, p. 206.

"Prefiro ouvir Vuvuzelas a ouvir cânticos fascistas nas bancadas"

Ouvido aqui.
Também sou de opinião que, tendo em conta os tristes espectáculos recorrentes em tantos estádios europeus, tanto barulho por causa das Vuvuzelas, que são apenas uma manifestação festiva, é obsceno. O futebol é uma festa de que as vuvuzelas fazem parte.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Dez mandamentos do emigrante semibárbaro (8)

8 – Só roubarás os teus compatriotas, senão arriscas choldra.

Manuel da Silva Ramos,
Três vidas ao espelho, P. D. Quixote, 2010, p.
206.

Nb: na imagem, cartoon de Adail (retirada deste post dedicado à Antologia brasileira de humor de 1976).

À atenção dos utentes da Biblioteca Nacional de Portugal

«Serviços de leitura da Biblioteca Nacional [de Portugal] vão encerrar durante um ano por causa das obras», por Isabel Coutinho

Nb: +inf. aqui.

domingo, 13 de junho de 2010

Dez mandamentos do emigrante semibárbaro (7)

7 – Não cometerás adultério com a boneca insuflável do teu vizinho.

Manuel da Silva Ramos,
Três vidas ao espelho, P. D. Quixote, 2010, p.
206.

sábado, 12 de junho de 2010

Muitos dias tem o mês


O documentário de Margarida Leitão sobre o endividamento de privados, já está em exibição no Cine City de Alvalade. Para ver uma entrevista à realizadora siga o link:



sexta-feira, 11 de junho de 2010

Dez mandamentos do emigrante semibárbaro (6)

6 – Não assassinarás cadelas ou cães que ladram às três da manhã.
Manuel da Silva Ramos,
Três vidas ao espelho, P. D. Quixote, 2010, p. 206.

Para memória futura

«Relatório da comissão de inquérito hoje divulgado
Governo acabou com negócio PT/TVI "por razões políticas do seu exclusivo interesse"
»

A complementar com: «Caso TVI só se percebe com as escutas, defende o juiz do Face Oculta»; «Governo/TVI: Comissão vai divulgar documentos de Aveiro exigidos pelo PSD»

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Dez mandamentos do emigrante semibárbaro (5)

5 – Honra os teus pais que arbitrariamente se zangaram contigo por causa de desavenças familiares de heranças.

Manuel da Silva Ramos,
Três vidas ao espelho, P. D. Quixote, 2010, p. 206.

Parlamento rejeita negociata do porto de Lisboa

«Movimento de cidadãos defende que a Liscont não dever ser indemnizada», por Marisa Soares

Locais imaginários

Nunca fui a Luanda, mas o mercado Roque Santeiro tem, para mim, uma representação de local imaginário (tal como as favelas do Rio, ou, noutra versão, as ilhas artificiais em formato de Torre Eiffel no Dubai). Consigo imaginá-lo como uma enorme feira do Relógio, ou antes como os mercados de rua entre Camarate e a Apelação, onde peixes estripados jazem ao lado de galos viventes entre ténis de catechu fedorentos.
Li que o mercado vai acabar, mudar de sítio e todos se queixam, feirantes e consumidores. O sítio é longe para uns e outros e, ambos, terão uma vida muito mais difícil sem ele.
Como será o novo mercado Roque Santeiro?

terça-feira, 8 de junho de 2010

À atenção dos cenógrafos: para uma recreação perfeita é indispensável a saudação romana


Sustentabilidade ambiental: quando mais tarde um acordo mundial, mais devastadores serão os efeitos

Se conduzir, coma bacalhau (ou atum) moderadamente

«Ambientalistas lançam site para ajudar ao consumo sustentável de peixe», por Ricardo Garcia

O 1.º casamento gay luso, ou o fim duma longa travessia no deserto

«Helena Paixão Pires e Teresa Pires Paixão disseram finalmente sim», por Maria José Oliveira

Tatcher II: tenham medo, tenham muito medo (e, sobretudo, não reajam)

«Cortes no Reino Unido vão mudar a vida dos britânicos», por Ana Rita Faria

"As decisões que tomámos irão afectar cada cidadão do país. E os efeitos dessas decisões irão perdurar durante anos, porventura décadas", avisou o primeiro-ministro britânico, adiantando que o país viveu acima das suas possibilidades e gastou de maneira excessiva no anterior Governo de Gordon Brown.

Nb: o défice britânico é de apenas 13% do PIB.

O Eldorado europeu: a factura final

Ajude o FMI a consolidar o ‘orçamento’ tuga

«Petição pede fim de acumulação de pensões e salários», por António Arnaldo Mesquita

A iniciativa é de Carlos Alberto dos Santos Monteiro, magistrado do Ministério Público e foi colocada on-line no passado dia 10 de Maio, data em que o Presidente da República recebeu "vários ex-ministros [das Finanças], beneficiados pelo sistema".

Petição "Pelo Fim da Acumulação Imoral de Pensões e Salários"

Texto de Carlos Alberto dos Santos Monteiro enviado ao Presidente da República sobre o assunto

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Dez mandamentos do emigrante semibárbaro (4)

4 – Lembra-te do dia de sábado, para ires às putas.

Manuel da Silva Ramos,
Três vidas ao espelho, P. D. Quixote, 2010, p. 206.

Nb: na imagem, capa do livro Cartilha do marialva ou das negações libertinas redigida a propósito de alguns provincianismos comuns e ilustrada com exemplos reais, de José Cardoso Pires.

domingo, 6 de junho de 2010

Dez mandamentos do emigrante semibárbaro (3)

3 – Não invocarás a Europa em vão de escada.

Manuel da Silva Ramos,
Três vidas ao espelho, P. D. Quixote, 2010, p. 206.

Gripe A: OMS sob suspeita de favorecimento de interesses particulares (grandes laboratórios...)

«OMS acusada de alarmismo e exagero na gestão da gripe A», por Alexandra Campos

sábado, 5 de junho de 2010

Dez mandamentos do emigrante semibárbaro (2)

2 – Não adorarás imagens esculpidas, só ídolos de futebol. Em carne e osso. De preferência portugueses. Até à milésima geração.

Manuel da Silva Ramos,
Três vidas ao espelho, P. D. Quixote, 2010, p. 206.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Dez mandamentos do emigrante semibárbaro (1)


1 – Eu sou o euro (€), teu Deus, que te fez sair de Portugal, da casa onde chove. Não terás outros deuses pluviosos.
Manuel da Silva Ramos,
Três vidas ao espelho, P. D. Quixote, 2010, p. 206.


quinta-feira, 3 de junho de 2010

Do totalitarismo do orgasmo, por quem sabe destas coisas (ou a pátria em perigo, acudam!)

A democracia está a passar por um momento muito perigoso.

Esta lei não surgiu do nada. Ela constitui apenas o mais recente passo de uma vasta campanha de promoção do erotismo, promiscuidade e depravação a que se tem assistido nos últimos anos. Por detrás de leis como o aborto, divórcio, procriação artificial, educação sexual e outras está o totalitarismo do orgasmo. Parece que o deboche agora se chama "modernidade". Mas se um dia, em vez de uma maioria porcalhona, tivermos um parlamento nihilista, espírita, xenófobo ou iberista, o que salva a identidade nacional?

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Quem tem medo do debate historiográfico?

Isto tudo começa na peça «A História de Rui Ramos desculpabiliza o Estado Novo?». Mas vai mais longe do que o mero registo, já agora, se dão licença...
Ao contrário do que parecem supor alguns jornalistas, nem todos os historiadores temem o debate historiográfico, ainda que tenham que recorrer a meios menos convencionais, como a blogosfera, para o relançar nos tempos actuais. A tal propósito veja-se este debate encetado no blogue Fuga para a Vitória, nos idos de 2006: «Modernidade, resistências e ambiguidades» e «Da natureza do salazarismo (revisão da problemática)». Ou, sobre a Guerra civil de Espanha, este post de resumo duma controvérsia à portuguesa: «Estavam mesmo a pedi-las, ou Luciano e a sua cruzada purificadora».
Outros espaços foram sendo ocupados em debate de ideias: assim de repente, lembro-me das revistas Ler História (nos seus tempos de juventude...), História (p.e., o debate sobre o acesso ao Arquivo da PIDE/DGS) e Vértice (p.e., sobre a natureza do regime de Salazar e Caetano). Já para não falar dos inúmeros congressos, colóquios, encontros e afins que marcaram este último trinténio.
Para rematar, dizer apenas que mais uma vez o debate está a ser muito afunilado pelos media mainstream, esquecendo-se outras obras entretanto saídas e como um confronto conjunto poderia dar um debate bem mais interessante. Para dar alguns exemplos, de âmbito também geral, iniciou-se uma inédita história de Portugal de António Borges Coelho, cujo 1.º de 7 volumes se intitula Donde Viemos. De âmbito mais circunscrito, porventura onde o debate é mais profícuo, temos um número considerável de novas obras sobre a I República, até agora o período mais mal estudado do século XX português. E o alcance desta produção pode ser tal que arriscamo-nos a que o período menos conhecido passe a ser o pós-25 de Abril...

terça-feira, 1 de junho de 2010

Avanços e défices júniores


«Hoje é Dia Mundial da Criança», por Mariana Canotilho

Gramsci, por Chris Bambery (em directo, às 21h)


A partir das 21h de hoje pode assistir aqui à transmissão em directo da conferência de Chris Bambery sobre o político e pensador italiano Antonio Gramsci.

As conferências anteriores do ciclo «Pensar os pensadores do socialismo», incluindo a de Trotski, podem ser acompanhadas aqui.