sábado, 26 de março de 2011

Intervenção multinacional na Líbia: os argumentos

A intensidade do debate em torno da intervenção multinacional na Líbia tem dado água pela barba, superando os outros casos árabes, mesmo os que já estão à frente no processo de democratização, como o Egipto ou a Tunísia. As críticas à imposição do não sobrevoo chegaram a um tal grau de sofisticação sofística que estão para além de qualquer literacia bloguística básica.
Confesso que tenho dificuldade em entender a lógica que subjaz às insistentes equivalências entre a guerra do Iraque e a intervenção na Líbia, em concorrência com o delírio propagandístico de Khadafi, que no final tem a bonita soma duma cruzada feita para proteger... rebeldes da Al-Qaeda!
Parece que não estou só na perplexidade. O jornal Le Monde trouxe ontem um bom texto com os principais argumentos prós e contras: «L'intervention en Libye critiquée sur le fond et sur la forme». Recomendo: assim sim, a coisa torna-se mais complexa e mais interessante de debater.
Também a reportagem de Margarida Santos Lopes no Público (P2) de hoje ajuda a desconstruir o mito duma Líbia feita de tribos e lealdades de antanho, para nos restituir uma Líbia maioritariamente urbana e jovem, também (em segmentos dinâmicos) laica e pró-democracia, onde as tribos são apenas uma das muitas peças sociais.

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