terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

O povo é quem mais ordena

Sábado próximo, as ruas de Portugal e arredores voltarão a transbordar, de rios de gente aspirando a um país melhor, mais justo e solidário. O convite vem dum novo movimento social em que muitos se revêem e que já deixou marca. Fica aqui a parte inicial do convite:
Um grupo de pessoas convoca um processo de mobilização e manifestação contra a troika e a austeridade para o próximo dia 2 de Março.
Em Setembro, Outubro e Novembro [de 2012] enchemos as ruas mostrando claramente que o povo está contra as medidas austeritárias e destruidoras impostas pelo governo e seus aliados do Fundo Monetário Internacional, da Comissão Europeia e do Banco Central Europeu – a troika.
 Derrotadas as alterações à TSU, logo apareceram novas medidas ainda mais gravosas. O OE para 2013 e as novas propostas do FMI, congeminadas com o governo, disparam certeiramente contra os direitos do trabalho, contra os serviços públicos, contra a escola pública e o Serviço Nacional de Saúde, contra a Cultura, contra tudo o que é nosso por direito, e acertam no coração de cada um e cada uma de nós. Por todo o lado, crescem o desemprego e a precariedade, a emigração, as privatizações selvagens, a venda a saldo de empresas públicas, enquanto se reduz o custo do trabalho.

 Não aguentamos mais o roubo e a agressão (continuar a ler).
Haverá desfiles em dezenas de cidades portuguesas, e ainda em cidades europeias (Barcelona, Paris, Londres) e americanas, como Boston. Mais informações e textos de subscritores da iniciativa no site oficial do movimento.

Calem-se os agoirentos, já há governo em Itália: Berlusconi será ministro da justiça...

... em mais uma missão de sacrifício em prol do país! Por seu turno, Bossi será ministro do desporto e agricultura. Temos ou não temos patriotas? Está visto, os maledicentes podem arrumar as botas.

Grândola, a tua vontade

Tem feito caminho a tese de que «Grândola, vila morena» não pode ser usada em democracia, pois foi feita em tempo de ditadura e só aí faz sentido. Dã?
Quem diz estas coisas já parou um instante para matutar no que disse? Já leram a letra? Essa canção de José Afonso é uma canção de intervenção e, como qualquer canção desse género, pode ser usada em qualquer contexto. Sendo uma canção de intervenção ligada umbilicalmente à oposição de esquerda à ditadura salazarista é compreensível que a oposição de esquerda actual que se reconhece nesse legado de luta se sinta no direito (e, para muitos, no dever ético) de a usar.
É que, para muitos portugueses, cada vez mais, este governo perdeu a sua legitimidade político-social (que não eleitoral) para governar em seu nome, e querem que o governo sai ou substitua as suas políticas de austeritarismo assimétrico por políticas de desenvolvimento e justiça social.

Outra ideia estapafúrdia é a de que as pessoas que a cantam estão a censurar quem quer falar. Como disse? Esta é bem torcida: não e não! Depois dos manifestantes cantarem, quem quer falar pode fazê-lo, tem é que aguentar um bocadinho (sendo pago com o dinheiro dos contribuintes, não há-de ser essa espera que nos há-de fazer mossa na bolsa). Todos temos direito à liberdade de expressão, certo? Então? Sobre esta questão vale a pena ler este excelente texto de Viriato Soromenho Marques chamando a atenção aos condoídos com o personagem Relvas para o deve e haver das feitorias do mesmo.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Afinal não é oferta de emprego, são só vias ínvias de traficar contratos para imigrantes?!

«Fábrica de plásticos procura Nobel da química. Salário mínimo garantido», por Daniel Oliveira

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Portugal, um país cheio de classe

Na próxima sexta-feira, Manuel Carvalho da Silva e Rui Tavares apresentarão em Lisboa um oportuno livro, Portugal, uma sociedade de classes – polarização social e vulnerabilidade, edição conjunta do Le Monde diplomatique e das Edições 70 (será no espaço CES–Lisboa, Picoas Plaza, R. do Viriato, 13 lj 117/118, pelas 18h; convite aqui).
O livro foi organizado por Renato Miguel do Carmo e conta com 10 contributos de outros tantos autores.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Immanuel Wallerstein em Lisboa (ou o tempo que o capitalismo leva a definhar)

É já amanhã que o sociólogo Immanuel Wallerstein vem conferenciar ao Portugal em coma sobre a «Crise e reconfigurações no âmbito do Sistema-Mundo» (Fundação Calouste Gulbenkian, auditório 2, 18h30-20h30).
Haverá emissão em directo da conferência via internet (aceder em http://live.fccn.pt/fcg/, para utilizadores do sistema operativo Windows; ou em rtsp://wms.fccn.pt/fcg, para sistemas operativos baseados em Linux).