“Pensar nisso eu já pensei. Mas há tantas maneiras de o fazer. E é tudo tão complicado!”
Há cerca de um mês atrás um casal americano, Amy e Adam Korst (v. fotografia), chegaram à conclusão que tentar salvar o planeta não pode ser assim tão complicado. Foi então que começaram a pôr em prática uma pequena experiência científica verde:
Será que é possível viver durante um ano uma vida relativamente normal sem produzir lixo que acabará num aterro de desperdício?
Os Korsts baptizaram esta pequena experiência verde com um nome extremamente sugestivo: Projecto Lixo Verde (Green Garbage Project). O projecto foi lançado a 6 de Julho de 2009 e extender-se-à até 6 de Julho do próximo ano.
Você pode seguir as fofocas diárias e semanais deste casal no website do Projecto Lixo Verde.
As fofocas dos Korsts já viraram notícia de jornal e de televisão por esse mundo fora, mas não é muito interessante saber se o Projecto do Lixo Verde é um jogo motivado pela fama ou pela consciência ambiental. Trata-se de qualquer das maneiras de um jogo que pode salvar o planeta.
Saiba desde já que vida de ‘salvador(a) do planeta’ não é fácil não!
Não se pode comer batata frita de pacote por causa do plástico dos pacotes. E quando se vai ao café do bairrro ou do trabalho tem de se levar a nossa própria caneca; nada de copos de plástico ou de pacotes de acúcar. Já quando se vai às compras tem de se ir a um mercado com produtos frescos; nada de pacotes ou embalagens. E quando se estraga um aparelho electrónico, temos de nos certificar que o entregamos a alguém que faça a reciclagem do mesmo. Escova de dentes de ‘salvador do planeta’ não é comprada no Continente e não é feita de plástico; é feita por encomenda a partir de copos de iogurte reciclados. E isto é apenas uma pequena amostra do que nos espera...
Ao fim de quarto semanas de trabalho árduo, o lixo acumulado pelos Korsts foi reduzido a uns quantos items que cabem numa caixa de sapatos: um brinquedo estragado, alguns pacotes de medicamentos, uma lâmina de barbear, e pedaços de fita adesiva.
Um dos maiores problemas dos Korsts no momento é o gato deles (o mais idoso) que teima em não querer mudar para areia de gato biodegradável…
E você quando é que muda?
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quinta-feira, 6 de agosto de 2009
Projecto Lixo Verde - Já alguma vez pensou em salvar o planeta?
Posted by
gdsantos
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13:35
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Labels: Crise Ambiental, Meio Ambiente, Projecto Lixo Verde, responsabilidade individual, Salvador do Planeta
segunda-feira, 21 de maio de 2007
Uma questão de responsabilidade indivdual
Envolvi-me numa troca de ideias interessante com o António Figueira, na caixa de comentários deste post do próprio. Acabámos por chegar à conclusão que estávamos de acordo, o que é sempre uma chatice. Mas vou fazer de conta que não e arrastar a discussão para outro tema relacionado. Perguntava o post em questão se o princípio do poluidor-pagador se deveria aplicar aos jornais gratuitos, que em Lisboa se transformam rapidamente em alcatifa. Eu sou completamente a favor da aplicação do princípio do poluidor-pagador neste caso. Mas quem é o poluidor neste caso? Ou melhor, de que poluição estamos a falar? Se estivermos a falar do papel que é produzido, e que é preciso reciclar, então o poluidor é o responsável pela produção do papel, ou seja as editoras dos jornais. Deviam pagar uma taxa para subsidiar a reciclagem do papel. Como argumenta e muito bem o António Figueira, o mesmo se aplica aos vendedores de automóveis que contribuem para a recolha e reciclagem de pneus. Aliás essa taxa não devia aplicar-se apenas a jornais gratuitos, mas a todos os jornais, e outros tipos de papel produzidos para "consumo rápido" (por exemplo, os panfletos publicitários).
Agora se estivermos a falar da poluição gerada pelo jornal deitado ao chão, e que é preciso que alguém venha depois limpar, então aí já não me parece que as editoras tenham alguma responsabilidade. Tal como os vendedores de automóveis não podem ser responsabilizados pelos condutores que estacionam os carros em cima do passeio. Continuo a achar que o princípio do poluidor/pagador se aplica, mas nesse caso o poluidor é o leitor que deita o jornal ao chão, e bem pode desenbolsar uma multazinha por andar a poluir.
Apeteceu-me arrastar a discussão para este aspecto porque me parece que há à esquerda um certo pudor em responsabilizar o indivíduo (posso estar completamente enganado, mas é a sensação que tenho). O grande capital pode ser sempre responsabilizado, já o cidadão, nem por isso. Outro exemplo é a televisão. As cadeias de televisão são responsáveis pelos "telelixo" na programação (e são!), se as crianças vêm programas violentos que depois imitam nas suas brincadeiras a culpa é da televisão. Já os pais que deixam as crianças ver televisão sem acompanhamento, esses não são imputáveis. Também me faz uma certa confusão o raciocínio segundo o qual se a culpa é da televisão então não é dos pais (e vice-versa). Como se a responsabilidade de uns ilibasse a irresponsabilidade de outros. Mas não será esta tendência para a desculpabilização do indivíduo desresponsabilizante e paternalista? Não deverá o projecto da esquerda assentar, antes do mais na responsabilidade individual?
Agora se estivermos a falar da poluição gerada pelo jornal deitado ao chão, e que é preciso que alguém venha depois limpar, então aí já não me parece que as editoras tenham alguma responsabilidade. Tal como os vendedores de automóveis não podem ser responsabilizados pelos condutores que estacionam os carros em cima do passeio. Continuo a achar que o princípio do poluidor/pagador se aplica, mas nesse caso o poluidor é o leitor que deita o jornal ao chão, e bem pode desenbolsar uma multazinha por andar a poluir.
Apeteceu-me arrastar a discussão para este aspecto porque me parece que há à esquerda um certo pudor em responsabilizar o indivíduo (posso estar completamente enganado, mas é a sensação que tenho). O grande capital pode ser sempre responsabilizado, já o cidadão, nem por isso. Outro exemplo é a televisão. As cadeias de televisão são responsáveis pelos "telelixo" na programação (e são!), se as crianças vêm programas violentos que depois imitam nas suas brincadeiras a culpa é da televisão. Já os pais que deixam as crianças ver televisão sem acompanhamento, esses não são imputáveis. Também me faz uma certa confusão o raciocínio segundo o qual se a culpa é da televisão então não é dos pais (e vice-versa). Como se a responsabilidade de uns ilibasse a irresponsabilidade de outros. Mas não será esta tendência para a desculpabilização do indivíduo desresponsabilizante e paternalista? Não deverá o projecto da esquerda assentar, antes do mais na responsabilidade individual?
Posted by
Zèd
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21:35
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Labels: esquerda, responsabilidade individual
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