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quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Campanha de higiene pública


No Berlusconi Day - sábado, 5/XII, 14h - manifestações simultâneas pela destituição do premiê italiano em dezenas de cidades de todo o mundo, incluindo Lisboa (Praça Luís de Camões).

sábado, 9 de maio de 2009

aFIMFA-lhe com marionetas!


Está na rua um invulgar Festival Internacional de Marionetas e Formas Animadas (FIMFA). Começou anteontem, em Lisboa, expande-se hoje para Viseu, depois para Aveiro.

Além dos espectáculos ao ar livre, em várias ruas e praças de Lisboa, Viseu e Aveiro, as sessões decorrerão ainda no Museu da Marioneta, no CCB e nos teatros D. Maria II, Maria Matos, Viriato e Aveirense (vd. programação aqui).

Termina a 7/6. É de aproveitar enquanto dura!

sábado, 27 de dezembro de 2008

Mudar de vida

Surgiu recentemente em Portugal o Movimento de Apoio aos Sem-Abrigo (MASA). Foi criado por um ex-sem-abrigo e ex-jornalista, Daniel Horta Nova. Baseando-se na sua experiência pessoal, salienta que o fim do MASA é mudar a vida dos que vivem na rua, e não simplesmente dar-lhes comida. Porque a rua também pode ser um "vício", impõe-se um plano de reinserção social para os sem-abrigo e não "associações-fantasma que só dão alimento". Para o efeito, o MASA presta-lhes apoio psicológico, técnico e jurídico. Quem quiser apoiar este movimento pode adquirir uma agenda 2009 do MASA (vd. aqui). Mais informação no texto «Daniel voltou à rua para salvar outros como ele através do MASA», de Amanda Ribeiro. Na imagem, o mentor do MASA.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Da rua à prática política

As investidas da direita contra o Estado social visam um só objectivo: substituir o Estado pelo mercado. Como se entre estas duas instâncias não existisse mais nada. No entender do discurso económico dominante (infelizmente, parece que deixou de haver discurso económico de esquerda), tanto o Estado, como o mercado são constituídos, basicamente, por factores de racionalidade. Nesta óptica, a racionalidade do mercado gira fundamentalmente em torno da maximização de ganhos e da minimização de custos, enquanto a racionalidade do Estado é, do seu ponto de vista, essencialmente reprodutiva, no sentido da manutenção dos interesses instituídos.
Por outro lado, fora destas instituições parece que domina a irracionalidade. Para estes iluminados, a sociedade civil é um logro e uma inutilidade. Quando se manifesta move-se segundo as batutas manipuladoras de algumas organizações que lhe são exteriores, como é o caso dos partidos ou dos sindicatos. Por este motivo, sempre que a rua ganha aos parlamentos ou às bolsas, é porque foi instrumentalizada. Nunca reconhecem racionalidade à rua, encaram-na, na maior parte das vezes, como um bando de alienados cuja motivação é simplesmente insondável e, por isso, muito pouco racional.
Face a esta visão, conservadora no que diz respeito ao Estado e liberal no que concerne ao mercado, é necessário encetar um contraponto… Uma outra narrativa que conte uma história diferente sobre a natureza da sociedade civil e da sua importância enquanto elemento (re)organizador dos sistemas sociais económicos. Uma narrativa que a partir da rua construa novos horizontes ao Estado, ao mercado e também à democracia. As movimentações de protesto representam um ponto de partida que não culminam com o recuo, meramente circunstancial, do Estado (ou do mercado). O protesto gera consciência e esta, por sua via, deverá gerar discurso e acção.
Muito bem, provavelmente até aqui as várias esquerdas estarão de acordo. O problema é quando na rua surgem diferentes narrativas que, em certa medida, parece colidirem ou, pelo menos, são aparentemente inconciliáveis. Por exemplo, veja-se o caso francês, nas últimas semanas tivemos simultaneamente uma greve dos sindicatos e trabalhadores, e o ressurgimento dos protestos nos subúrbios das maiores cidades. Em traços muito redutores podemos dizer que os primeiros protestam contra a perda de alguns direitos legitimamente instituídos e que os segundos clamam contra a sua contínua marginalização no acesso a determinados direitos básicos. Face a este desequilíbrio a direita (e alguma esquerda?) não tem dúvidas na resposta a dar: corte-se nalguns direitos dos primeiros para que os segundos possam aceder a um pouco mais. Basicamente a ideia é: nivelar por baixo.
E qual é a proposta da esquerda? Anunciar a ineficácia do Estado, da democracia e propor a realização de uma greve geral? Quanto a mim, essa já não pode ser a receita (se é que alguma vez foi?). O pior que pode acontecer à esquerda é que a rua se divida e se barrique na defesa de interesses particulares e supostamente antagónicos. Transformar o Estado e a democracia como os inimigos a abater é um erro crasso por parte da esquerda. É, basicamente, dar uma margem ainda maior para que o poder económico e financeiro transnacional se reproduza e continue a acumular. Face a isto é preciso encontrar uma outra narrativa, uma racionalidade que agregue na mesma reinvidicação o acentuar contínuo da precarização ao ciclo vicioso da marginalização. É necessário propor alguma coisa, um caminho… algo de concreto: uma prática política.
Nota: este post é uma versão aumentada de um outro publicado aqui.