Mostrar mensagens com a etiqueta PLoS. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta PLoS. Mostrar todas as mensagens

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Debate sobre a difusão do conhecimento científico

Sobre esta questão central na produção e circulação da ciência contemporânea, um movimento de cientistas envolvido no projecto da  Public Library of Science lançou recentemente um apelo aos grandes grupos da edição científica. O estudioso da leitura e do livro José Antonio Millán relata os últimos desenvolvimentos deste debate no texto «La revuelta de los científicos», e nele lista preciosas hiperligações para reacções e ecos na imprensa.

domingo, 8 de junho de 2008

Um copinho de tinto diário dá saúde

Isto que era voz corrente, vox populi, foi agora confirmado por um estudo saído na reconhecida revista académica PloS ONE, já aqui referida pelo Zèd (+inf. no artigo "Um copo de vinho tinto é o segredo para manter um coração jovem", de Teresa Firmino, Público, 6/VI/2008, p.8-P2).
Vem este estudo juntar-se à famosa teoria do «paradoxo francês», do vinho como 'antídoto' das gorduras do queijo na dieta francesa.
Aproveitando a boleia desta notícia, aqui vos deixo também a dica dum portal onde se pode escolher um bom vinho português consoante a ocasião (convívio, quotidiano, "para impressionar", etc.) e o tipo refeição que tenhamos em perspectiva. É no Infovini, onde há muito mais informação útil, designadamente sobre as castas e as regiões vitivinícolas.

domingo, 4 de março de 2007

Livre acesso ao saber: O exemplo da PLoS

E por falar em livre acesso ao saber, vale a pena contar a história da Public Library of Science, ou PLoS. Em 2000 um grupo de investigadores na área das Ciências Biomédicas lançou a PLoS, auto-definido como Grassroots movement, que é como quem diz um movimento da sociedade civil, neste caso dentro da comunidade científica. O objectivo era (e é) fazer pressão para que as revistas científicas sejam de acesso livre. Os argumentos principais são que a investigação publicada nessas revistas é financiada por dinheiros públicos ou instituições sem fins lucrativos, logo os resultados dessa investigação deve estar ao alcance de todos, e que a livre difusão dos resultados da investigação incentiva o progresso e a qualidade da investigação. Este movimento surge numa época em que as publicações nesta área científica são dominadas por dois grandes grupos editoriais, a Cell e a Nature. Excepção feita a uns poucos intruso, as revistas mais prestigiadas pertencem a um destes dois grupos, uma situação de quase monopólio do saber. Para ter acesso a uma qualquer artigo publicado tem que se pagar, em teoria até os próprios autores terão que pagar para ler os seus próprios artigos. A PLoS decidiu tornar-se a aprtir de 2003 também em editora de revistas científicas em "competição" com a Nature, a Cell, e as outras. O objectivo não é que a PLoS a substitua as outras publicações mas simplesmente pelo exemplo tentar pressionar as outras para que mudem de política editorial. A filosofia da PLoS, já que obviamente alguém tem que pagar os custos da publicação, é que devem ser os próprios investigadores que querem publicar os seu trabalho a pagar esses custos. Como já são essencialmente os investigadores quem paga os artigos publicados, ao pagar para ler, o dinheiro vem do mesmo lado, não muda muito a coisa. Muda "apenas" o pequeno pormenor que qualquer pessoa pode ir ao site da PLoS e descarregar em PDF um artigo científico (qualquer pessoa é mesmo qualquer pessoa, incluindo você que está a ler este post). O resultado está à vista, a PLoS Biology é já neste momento a revista generelista em Biologia mais citada com um factor de impacto à volta de 14 (ainda não ultrapassa nem a Cell nem a Nature que andam perto dos 30), notável para uma publicação tão recente. Entretanto outras revistas lançaram já iniciativas de uma relativa abertura no acesso aos artigos publicados, relativa mas não completa.

A PLoS entretanto deu já mais alguns passos em frente no modo como é feita a publicação científica. A mais "revolucionária" será provavelmente a Plos ONE, que é um misto de revista científica e blog (é a blogosfera a contribuir para o progresso da ciência :-). Qualquer artigo científico pode ser publicado, sem passar pelo crivo do "peer review", não há limite para o número de artigos publicados, o que só é possível porque é uma publicação exclusivamente baseada na internet e não em papel. O crivo do "peer review", que é apesar de tudo absolutamente essencial em ciência, vem após a publicação. São os leitores/especialistas no assunto que comentam o artigo na caixa de comentários, tal como alguns Peões fazem aqui neste blog, e assim os leitores menos especialistas podem ler os comentários/críticas e formar uma opinião mais fundamentada sobre a qualidade do artigo que lêem. É não só livre acesso ao saber, como também livre discussão do saber.

P.S. - Para quem tenha preconceitos anti-americanos primários convém referir que a PLoS é baseada nos E.U.A. e é uma inciativa quase exclusivamente de investigadores americanos.