Este influente encontro cultural é organizado pela rede Europa Nostra e decorrerá este ano em Lisboa entre 29 de Maio e 2 de Junho. O Centro Nacional de Cultura integra essa rede que pretende ser «a voz do património cultural europeu» e que congrega 250 ONG com c.5 milhões de associados em toda a Europa. «Conta ainda com o apoio direto de mais de 1500 membros individuais e mais de 150 entidades públicas e empresas». A principal ideia é «salvaguardar o património cultural e natural europeu para as gerações presente e futuras», tendo já trabalhado um elenco relevante de questões (vd. lista de documentos).
O seu extenso programa inclui a atribuição de prémios pela comissária europeia da pasta, visitas guiadas a monumentos e um fórum com o pertinente tema «Salvaguardar o Património ameaçado na Europa» (a 1/VI, na FCG). Entre as intervenções sectoriais, que poderão ser acompanhadas via internet, destaco as seguintes: «Emergence d’un mécénat populaire en France pour sauver le patrimoine en péril», por Bertrand de Feydeau (Fondation du Patrimoine, França); «Lisbon Heritage in Danger», por António Sérgio Rosa de Carvalho (historiador); e «Cities need integrated and sustainable urban regeneration urgently”, por João Teixeira (European Council of Spatial Planners). Mais informações neste folheto.
ADENDA 1: «Seis prémios para um património que une pessoas»: restauro da torre siderúrgica de Sagunto (Valência, 1920); casa comunitária de arquitectura popular (Cornualha, séc.XV/XVI); Edifício Averof, neoclássico, agora centro universitário de arquitectura (Atenas, 1878); livro de pesquisa The Augustus Botanical Code of Ara Pacis, sobre o alfabeto botânico do baixo-relevo do imperador romano Augusto; inventário dos portões decorados da minoria étnica sícula, pela professora Kovacs (Transilvânia); programa norueguês de salvaguarda do património dirigido a crianças e jovens (recuperou 1128 sítios e monumentos desde 2000).
ADENDA 2: Por ocasião da entrega dos prémios acima referidos, a comissária da cultura da UE Androulla Vassiliou afirmou que o seu orçamento subirá 37% em 2014 (via programa Europa Criativa, com 1,8 mil milhões de euros ). Para si a cultura é um factor de desenvolvimento, contribuindo para a coesão social, a sanidade mental e a esperança no futuro. O sector emprega 8,5 milhões de pessoas na Europa e contribui com 4,5% para o respectivo PIB. Além disso, 40% do turismo tem motivações culturais, sendo a Europa o seu 1.º destino, devido aos seus museus, festivais e património. Neste âmbito a UE instituiu recentemente o Heritage Label para distinguir bens patrimoniais ligados ao ideal de integração europeia (cf. entrevista «"É difícil convencer os políticos de que a cultura não pode ser negligenciada"», por Lucinda Canelas).
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