A ideia de avaliar os apoios concedidos pelo Estado às fundações foi uma boa ideia deste governo. Sucede que foi muito mal aplicada, tal como demonstrou recentemente o Público: maus critérios para a avaliação, desrespeito pelas conclusões e pela meta assumida (poupança de 150 milhões de euros reduzida a pouco mais de 88), manutenção de apoios injustificados a fundações como a do PSD-Madeira, de Belmiro de Azevedo, de Francisco Manuel dos Santos. Então estes últimos não andam sempre a dizer que o Estado não deve subsidiar as empresas, e que estas devem ser independentes?
Seja como for, não faz sentido o Estado financiar a intervenção cultural e assistencial das grandes empresas com isenções fiscais múltiplas (IRC, IVA, IMI, IRS...). Nem mesmo alimentar o autêntico Estado paralelo em que se tornaram as fundações de autarquias e regiões, de par com as empresas públicas municipais (outro problema mal resolvido pelo governo: a solução certa teria sido extinguir todas estas empresas e transferir pessoal e recursos donde eles vieram, dos departamentos municipais). Urge repensar o mecenato cultural e filantrópico, para que os procedimentos possam ser mais simples, transparentes e justos.
Importa ressalvar que nem todas as fundações de autarquias e regiões deviam ser extintas ou ter menores apoios do Estado central, isso evidentemente depende duma avaliação transparente das actividades específicas e das capacidades de cada autarquia promotora. Agora, a única forma de acabar com esta gula de criação de fundações é desburocratizar o mais possível a gestão na administração pública. Criar fundações e empresas públicas mais não é do que uma fuga em frente, nova fonte de clientelismo e despesismo, e um factor enorme para desincentivar a desburocratização do Estado.
Bem aplicadas, estas reformas do Estado teriam tido um impacto muito maior na diminuição da despesa pública. Depois não digam que não há alternativas.
Importa ressalvar que nem todas as fundações de autarquias e regiões deviam ser extintas ou ter menores apoios do Estado central, isso evidentemente depende duma avaliação transparente das actividades específicas e das capacidades de cada autarquia promotora. Agora, a única forma de acabar com esta gula de criação de fundações é desburocratizar o mais possível a gestão na administração pública. Criar fundações e empresas públicas mais não é do que uma fuga em frente, nova fonte de clientelismo e despesismo, e um factor enorme para desincentivar a desburocratização do Estado.
Bem aplicadas, estas reformas do Estado teriam tido um impacto muito maior na diminuição da despesa pública. Depois não digam que não há alternativas.
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