domingo, 30 de setembro de 2012

Terreiro do povo

Nb: retirada daqui.

sábado, 29 de setembro de 2012

Alternativas à ruína anunciada

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Hipótese mm: o papa-formigas não quer aquela pasta, pudera...

No rescaldo da polémica do excesso de cigarras no país, despoletada pelo ministro da Administração Interna, Miguel Macedo:
«Macedo tem sido apontado como uma possibilidade para o lugar de Miguel Relvas, numa eventual remodelação do governo, com o objectivo de melhorar a comunicação política» (in Luís Claro, «Macedo diz que Portugal não pode ser um país de “muitas cigarras”», i, 24/IX).

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Sermão do bom ladrão


“Não são ladrões apenas os que cortam as bolsas. Os ladrões que mais merecem este título são aqueles a quem os reis encomendam os exércitos e as legiões, ou o governo das províncias, ou a administração das cidades, os quais, pela manha ou pela força, roubam e despojam os povos.
Os outros ladrões roubam um homem, estes roubam cidades e reinos; os outros furtam correndo risco, estes furtam sem temor nem perigo.
Os outros, se furtam, são enforcados; mas estes furtam e enforcam.”
(excerto de texto homónimo do Padre António Vieira)

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Albardar o burro à vontade do dono

Ainda a propósito da manif de sábado passado, não consigo engolir a 'lição' de certos comentadores tidos por "moderados": ontem, Carlos Abreu Amorim achava credível dizer que a manif era contra o legado que nos trouxe à crise actual (leia-se, socratismo) e não contra o governo actual; esta noite, Marques Mendes reincidia, aditando que a principal virtude da acção tinha sido o ser "despolitizada", porque até pessoas que tinham votada nos partidos da
coligação governamental tinham comparecido. Ó meus amigoze, só não vê quem não quer! Então, as pessoas que não costumam ir a manifs vão a uma com lema público anunciado ("Que se lixe a troika" Queremos as nossas vidas!"), mas nem sabiam ou vão com outro lema, e só porque não é organizado por partidos já não é um acto político?!! Chama-se a isto tapar o sol com uma peneira. Ou albardar o burro à vontade do dono.
Por esse andar, vão esbarrar na parede. O trágico é se levam os outros atrás...

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Livros para a rentrée

É já esta tarde o lançamento do livro O tempo das criadas. A condição servil em Portugal (1940-1970), da Inês Brasão. Mais informações em página da editora e nesta entrevista à SIC.

domingo, 16 de setembro de 2012

Era um mar de gente a perder de vista...

E quem disser o contrário é tolo.
Ou não consegue ver o sol senão com uma peneira.
E para memória futura: «Os números totais disponíveis, de norte a sul».
Nb: a imagem deve ser do cameraman do helicóptero da SIC e foi retirada por mim daqui.

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Que se lixe a troika! Queremos as nossas vidas! (é já amanhã!!)


Em Lisboa, a manif. sai da Pr. José Fontana, às 17h (de sábado, bem entendido).
Para as outras cidades envolvidas (e são muitas, em Portugal e «lá fora») vd. aqui.
O texto de apresentação da iniciativa pode ser lido aqui.

Como certas multinacionais actuam na sombra para desregular ainda mais o mundo

A indústria do Tabaco, do Petróleo, a Farmacéutica, o Walmart e quase 600 lobistas representando as empresas privadas procuram impingir aos governos um Acordo Transpacífico prejudicial para o interesse público, afectando desde a Internet livre, regulamentações ambientais, e direito à saúde.

A última rodada de negociações termina hoje - e a contestação pode ajudar a contrariar as más intenções. A ong Avaaz vai entregar um abaixo-assinado (já com quase meio milhão de subscritores), cujo texto principal é:

Para todos os governos negociando o Acordo de Parceria Transpacífica:

Enquanto cidadãos globais preocupados, exigimos que os senhores tornem o processo do Acordo Transpacífico (TPP) transparente e prestem contas para todos. Rejeitem quaisquer planos que limitem o poder de nossos governos no que diz respeito a regulação em prol do interesse público. O TPP é uma ameaça à democracia, e enfraquece a soberania nacional, os direitos dos trabalhadores, as proteções ambientais e a liberdade da Internet. Exigimos que rejeitem essa tentativa de dominação do mundo pelas empresas.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Castells: como as elites estão a romper o pacto social

O que estamos a viver em todo o mundo, no contexto da crise financeira, é uma transição – do Estado de Bem-estar social para um Estado de Mal-estar. [...]
O Estado de Bem-estar é a base da produtividade e da solidariedade social. No livro que publiquei alguns anos atrás, com Pekka Himanen, sobre o modelo finlandês, mostramos como a produtividade e competitividade da Finlândia – uma das mais altas na Europa, e superior à alemã – baseava-se na qualidade de capital humano, da educação, das universidades, da pesquisa. E também da saúde pública (sem corpore sano não há mens sana).
Nestas condições, surge um círculo virtuoso: o Estado de Bem-estar social gera capital humano de qualidade, que gera produtividade, que permite financiar sobre bases não inflacionárias o Estado de Bem-estar. Se as partes se desconectam, o sistema afunda. Porque o argumento do suposto desencontro entre trabalhadores ativos e inativos, que inviabilizaria uma Segurança Social digna não leva em conta fatores essenciais. Por exemplo: o importante não é o número de pessoas que sustentam o sistema, mas a produtividade gerada por eles para custear o apoio aos aposentados. Se, além disso, os benefícios sociais forem oferecidos por um Estado de Bem-estar dinâmico, apoiado nas tecnologias de informação, os custos são reduzidos. De modo que os benefícios são perfeitamente sustentáveis, desde que ampliem a produtividade da economia, e diminuam a ineficiência no Estado não por meio do desemprego – mas de uma modernização organizativa e tecnológica do setor público.
Mas há algo ainda mais importante. O Estado de Bem-estar social não foi um presente de governos ou empresas. Resultou, entre 1930 e 1970, de potentes lutas sociais, que conseguiram renegociar as condições de repartição da riqueza. Estabeleceu, como resultado, uma paz social que permitiu concentrar esforços em produzir, consumir, viver e conviver.
Agora, questionam-se as bases desta convivência. Péssimo cálculo. Porque a destruição deliberada do Estado de Bem-estar social conduzirá ao surgimento de um Estado de mal-estar de perfis sinistros. E isso não acaba assim. Novos movimentos estão a gerar-se, unindo indignados e sindicatos. Daí poderá surgir um novo Estado e um novo Bem-estar.
(artigo completo aqui)