Sem concorrente em toda a América Latina, a Fifa não teve escolha se não a de decretar o Brasil como sede da Copa do Mundo de Futebol em 2014 (a segunda, pois a primeira foi em l950). Resta saber agora de como a burocracia corrupta e
ineficiente do
país vai se
valer disso.
Eu não tenho
dúvida alguma de
como isso se dará.
Mesmo antes do
parecer final da
entidade máxima do
futebol mundial,
já se falava
por aqui de
projetos faraônicos,
como a
construção de
vários estádios, hotéis,
aeroportos e et cetera e
tal (
quando apenas reformas e
adaptações já bastam).
Proposta que atiça a
voracidade de
muitos políticos populistas e de
empreiteiras que já esperam
com isso faturar em cima do
dinheiro público,
que deverá
jorrar abundantemente
a
exemplo do
que aconteceu com a
organização dos
Jogos Pan-Americanos do
Rio de
Janeiro O orçamento para o Pan do Rio saiu de controle devido à má administração e, principalmente, à corrupção endêmica, tornando o preço final para o contribuinte brasileiro cerca de oito vezes mais caro que as estimativas iniciais, passando de 409 milhões de reais (quase 162 milhões de euros) para 3,7 bilhões (aproximadamente 1,5 bilhão de euros). Apesar das várias denúncias, até o momento nenhuma investigação foi feita. E com a Copa não será diferente, mesmo porque já é tradição tupiniquim o futebol, a política populista e as falcatruas andarem juntos. E de mãos dadas como eternos enamorados.
Apesar disto, não sou contra o Brasil sediar a Copa, pois não podemos sacrificar o cachorro por ter pulgas. E neste caso, são bem gordas as danadas. A contrário. Gosto de futebol e desejaria ver (como a maioria dos brasileiros) uma Copa em Terras Brasilis. Sou, na verdade, contra o velho discurso da esquerda jurássica que ainda acha que futebol é o ópio do povo; ou daquele eterno blablablá de beato da direita civilizada para quem esse dinheiro deveria ser gasto com ações sociais – como se isso fosse capaz de resolver os profundos problemas da sociedade brasileira; ou o ufanismo ridículo de que o Brasil já é o campeão antecipado.
Mesmo sabendo sobre o seu potencial para desperdícios e corrupção, o Brasil pode e deve sim sediar esse evento futebolístico com competência. Mas que o faça com dignidade, ética, rigor do poder público na fiscalização e, acima de tudo, dentro de suas possibilidades financeiras. E que venha a Copa-2014! OLÉ.
PS: E não é que a farra com o dinheiro público já começou. A comitiva brasileira foi pra Zurique composta por 10 governadores, cinco prefeitos de capitais, vários ministros de Estado e o Presidente da República. Entre os ministros, estava lá a do Turismo, Marta Suplicy (sim, aquela que durante o caos aéreo disse para os usuários relaxarem e gozarem), que não podia ver uma emissora de TV entrevistar o presidente Lula para ficar com a cabeça sobre seus ombros como uma autêntica papagaio-de-pirata.