segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Peixinhos da horta abafam choco frito

Por aqui passou um agradável cheirinho a petisco à moda antiga, trazido pela brisa nocturna de fim de Agosto.
Que mais se pode pedir?

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Não importa de onde vem a informação, o que importa é estar informado

Sou daqueles que pensa (ou pensava) que os meios de informação influenciam pouco ou nada as opiniões de cada um, sobretudo políticas. Já não sei se é dito explicitamente, ou se é apenas insinuado, mas a ideia forte que me ficou de quando vi "Fountainhead" (e que está longe de ser a ideia central do filme) foi: "não são os jornais que fazem a opinião pública, é a opinião pública que faz os jornais". Ou seja, quem lê um jornal de esquerda (ou direita) é porque é de esquerda (ou de direita); escolhemos os jornais em função do que queremos ler, não é o jornal que nos vai tornar de esquerda ou direita (pensava eu...). Tudo isto foi posto em causa por um trabalho recente de uma equipa de investigadores de Yale; os jornais podem ter influência, mas não aquela que seria de esperar. A experiência foi a seguinte: Antes das eleições para governador da Virginia (2005) os investigadores escolheram, numa determinada cidade do estado, uma população que não lia regularmente jornais. A um grupo ofereceram uma assinatura por um ano do Washington Post, um jornal de esquerda, a outro grupo uma assinatura do Washington times, de direita, e a um terceiro grupo, para comparação, não ofereceram jornal nenhum. O resultado foi que por um lado o conhecimento factual das notícias não era diferente nos leitores dos dois jornais, as opiniões políticas gerais (como por ex: a taxa de aprovação de Bush) também não. A surpresa foi que, quando comparados com aqueles a quem não foi oferecida nenhuma assinatura de jornal, tanto quem recebia o Times como quem recebia o Post votaram em maior percentagem no candidato a governador pelo partido democrata. Conclusão (minha): Pouco importa se se lê um jornal de esquerda ou de direita, quem está informado tem mais probablididade de votar à esquerda.
P.S. - Ainda segundo este artigo, embora não tenha sido o caso em 2005, a partir de 2006 a taxa de participação nas eleições aumentou entre os contemplados com as assinaturas tanto do Post como do Times.

sábado, 22 de agosto de 2009

Quando muito o melhor trompetista branco da história do Jazz (o que não é propriamente um elogio)

Anda para aí uma espécie de evocação do "Kind of Blue" por ocasião do seu 50° aniversário como se fosse um grande marco no Jazz; um grande desastre é o que foi. Se o "Kind of Blue" vendeu tantas cópias é provavelmente porque as elites intelectuais (de brancos) tinham há 50 anos, e provavelmente ainda hoje, mais poder de compra do que os negros que ouviam e tocavam Jazz - o verdadeiro Jazz - no clube/bar/restaurante da esquina mais próxima.
O Jazz foi desde a sua origem uma mistura mágica de ritmos e harmonias complexas às quais se acrescentava uma melodia como apenas mais um elemento de todo um ambiente musical. Uma perfeição que resultou do encontro da música dos escravos descendentes de África com as teorias e os instrumentos dos brancos vindos da Europa. Com da revolução do BeBop - Dizzy Gillespie, Charlie Parker, Thelenious Monk, etc... - a mistura rebentou e foi para a estratosfera, que como é sabido fica acima do Olimpo. Ele foi tempos estonteantes mais rápidos que o Lucky Luke, ele foi sequências de acordes mais complexas que a legislação francesa, ele foi uma relação acorde melodia que só uma alucinado Parker poderia conceber, ele foi mais o diabo a sete. E o HardBop ainda continuou o trabalho que o BeBop começou (Horace Silver, Dexter Gordon, etc...).
Depois vem Miles. Em toda a sua arrogância Miles Davis respondeu a uma senhora que lhe perguntou o que tinha feito de importante para merecer ser convidado a uma recepção dada pelo presidente Regan: "Eu mudei a música 4 ou 5 cinco vezes. E você o que fez de importante, para além de ser branca?". Por muita piada que tenha a resposta (que tem) a verdade é que o contributo de Davis para a música foi apenas um (and one too many): o Jazz Modal.
O Jazz Modal caracteriza-se por tempos lentos, um domínio da melodia sobre a harmonia, simplificação dos ritmos, sequências de acordes que nem dignas desse nome são (quando há só um acorde não é propriamente uma sequência...), e sobretudo - oh inclemência! - notas longas. A suprema ironia é que um "black cat" obcecado com o racismo como era Miles tenha dado como contributo a contaminação do Jazz com os elementos da música europeia (leia-se: "de brancos") que os seus predecessores tinham criteriosamente deixado de fora. Ou seja Miles Davis não fez do que um branqueamento do Jazz (o que é quase tão grave como o branqueamento de capitais).
É bastante revelador a história do início da carreira de Miles Davis, que ouvi um dia num programa de radio da NPR. Miles que começou na época do BeBop tocando nomeadamente com Charlie Parker, viu-se forçado a reconhecer que o lugar de mago e virtuoso do trompete estava já ocupado por Dizzy Gillespie (esse sim o mais genial trompetista da história do Jazz). Para poder encontrar o seu lugar ao sol, e no panteão do Jazz, Miles teve que inventar algo de novo, e o mais diferente possível de Gillespie e do BeBop, e assim nasceu o "cool" - em má hora. Miles Davis provocou danos irreversíveis na história do Jazz; com as honrosas excepções de músicos como John Coltrane ou Herbie Hancock, o panorama do Jazz pós-Davis é um deserto comparado com os anos do BeBop ou o HardBop, ou mesmo antes.
Mas nem tudo é mau, descobri recentemente que Miles Davis, e sobretudo "Kind of Blue", tem uma enorme utilidade prática: é excelente para pôr bébés as dormir (e adultos também).
Aproveito para desenterrar uns textos que escrevi sobre estas coisas há algum tempo, se acaso interessar a alguém. Um trompetista verdadeiramente genial: Dizzy Gillespie. Um álbum de Jazz verdadeiramente fabuloso: Dizzy's Big 4. E, claro, a composição que tem o mesmo nome que revolução: BeBop (com banda sonora e tudo). Para que conste: não gosto de música de brancos, a não ser talvez Chico Buarque (e tem dias).

E porque estamos em plena canícula...

... nada mais apropriado que relembrar um grande filme, As férias do senhor Hulot, bem como a restante obra de Jacques Tati. Porque de senhor Hulot temos todos um pouco.
Na senda da dica de Abril passado, agora é a vez de sugerirmos uma ida ao surpreendente site oficial do cineasta, Tativille, e à belíssima página que a Orange lhe dedicou.


Então, bom Verão para todos!!!

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Para que uns possam jogar no Real Madrid (sei lá, o Cristiano Ronaldo por exemplo) outros não podem comprar casa?

Descobri no Rue89 a notícia de que, para poder financiar a transferência de Cristiano Ronaldo para o Real de Madrid, a Caja Madrid abandonou um projecto imobiliário que previa construir 2100 apartamentos a preço de custo. Os apartamentos, num subúrbio a sul de Madrid, seriam destinados a uma população que dificilmente pode comprar casa a preços de mercado actuais em Espanha: pessoas com menos de 35 anos ou divorciadas. Em Novembro foram às centenas a acampar ao frio e fazer fila para entrar na lista de espera. Segundo o promotor do projecto, José Moreno, no dia em que é anunciada a transferência de Cristiano Ronaldo para o Real Madrid a Caja Madrid, que seria o principal garante financeiro, comunica-lhe que afinal já não está interessada no projecto. Pormenor seguramente irrelevante: a Caja Madrid participou na contratação do nosso Cristiano com um empréstimo de 76 milhões de euros. O futebol é a alegria do povo!
P.S. - A Caja Madrid não confirma, mas sobretudo não desmente a notícia. José Moreno continua à procura de outros financiamentos.

E todos comem poeira novamente: 19s19

Após pulverizar o recorde nos 100 m (9s58), o fenômeno Usain Bolt resolveu também detonar hoje a marca dos 200m. Ele venceu a prova e estabeleceu novo recorde mundial da distância em 19s19. Esse homem não é um terráquio. Ah, não. Mais.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

PT e Lula têm baixa importante:a ambientalista Marina Silva (atualizado)

marinaSilva A ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva anunciou hoje sua saída oficial do Partido dos Trabalhadores (PT). Pedagoga e ambientalista, ela deixa o partido depois de quase 30 anos de intensa militância. Esta foi a primeira grande baixa do governo Lula depois que se tornou refém do senador José Sarney e sua gang da "tropa de choque". Com essa decisão, Marina abre as portas para o Partido Verde (PV) que lhe ofereceu filiação para uma provável disputa à presidência da República, em 2010. Se de alguma forma a sua possível candidatura assusta o atual governo (leia-se Dilma Russeff, a toda-poderosa ministra da Casa Civil e pré-candidata do PT), por outro lado ela enche de ânimo quem está mais à esquerda. E este é o meu caso, apesar de não ser eleitor aqui em Pindorama. Saravá, Marina Silva. Mais.

Gilberto Gil quer ser vice de Marina

O cantor e compositor Gilberto Gil disse que, se convidado, pode aceitar ser vice na eventual candidatura de Marina Silva à presidência da República pelo PV. “Uai! Claro que existe possibilidade de dizer sim. Existe possibilidade de dizer não, existe possibilidade de tudo. Mas só quero dizer a ela, se ela me convidar”, disse o ex-ministro da Cultura. Isso pode dar samba. Mais.


Diga-me com quem andas e direi quem és

No mesmo dia em que Marina Silva deixou o PT, os petistas seguiram a determinação do presidente Lula e ajudaram a enterrar de vez as investigações no Conselho de Ética do Senado sobre José Sarney. O presidente do Senado, que enfrenta um calhamaço de denúncias, é tido pelo governo como um forte aliado no Congresso Nacional e na construção da candidatura da ministra Dilma Rousseff à presidência da República. Mais do que nunca a velha máxima cai aqui como uma luva: diga-me com quem andas e direi quem és. Mais.

E tudo termina em pizza (ou filhos daquela)

Por outro lado, a oposição tupiniquim não deverá recorrer ao Plenário do Senado desta decisão do Conselho de Ética. Isso porque foi feito um acordo informal com os governistas, o qual permitiu também a absolvição (por unanimidade) do senador tucano Arthur Virgílio Neto, acusado de ter pagado com verba pública um curso na Espanha a um de seus assessores de gabinete. E como o previsto, tudo terminou em uma gantesca pizza.

Como anda na moda blogosférica expressões de fino trato como "filho daquele" ou " filho daquela" vai aqui um rockzinho da banda brazuca Titãs. Trata-se da música "Vossas Excelências", mas mais conhecida popularmente como "Filhos da Puta" (v. letra aqui). O que é, diga-se, uma grande sacanagem com essas profissionais liberais, que são merecedoras de todo o meu respeito.

Charge roubada daqui.


"Minha mensagem para a Jamaica é: vou arrancar a cabeça de Bolt”

crawford Foi o que prometeu o velocista norte-americano, Shawn Crawford, após se classificar para as semifinais dos 200m masculino do Mundial de Atletismo, em Berlim. Ou eu muito me engano ou este gajo tá com muita kaya na cabeça? Mais.

Foto retirada daqui.

O flamenco-jazz de Chano Domínguez

Sebastián Domínguez Lozano, ou simplesmente Chano Domínguez, é hoje reconhecido como o melhor pianista de jazz da Espanha, ou melhor: do flamenco-jazz (ou vice-versa, como queiram). Domínguez faz uma perfeita fusão do jazz com o flamenco. De seu piano magistral, alegrías, bulerías, tangos, tanguillos, soleás e fandangos ganham uma sonoridade inovadora e ousada quando miscigenada ao jazz. Com ele, flamengo e jazz têm DNA próprios. Ouví-lo é quase uma obrigação.

Muitos dizem alhures que Domínguez é o pai do flamenco-jazz. Mas isso não corresponde à realidade. Na verdade, esse namorico teve início no fim dos anos de 1950, quando alguns jazzistas norte-americanos começaram a se interessar pela música tradicional espanhola. Entre eles, destaco Miles Davis e Gil Evans ao gravarem “Blues of Pablo”, um dos temas do álbum Miles Ahead (1957).

Em 1959, veio a música “Flamenco Sketches”, do mítico Kind of Blue, e logo em seguida, em 1960, o disco Sketches of Spain. Já pelo lado espanhol, não posso deixar passar em branco o nome de Paco de Lucia, que juntamente com Al di Miola e John McLaughlin gravou uma das obras-prima da música: o álbum Friday Night In San Francisco (1980). Como se vê, o namoro entre o flamenco e o jazz é antigo. Mas o que menos importa neste caso é quem é o pai desta criança maravilhosa. Vamos ouvir Chano Domínguez sem qualquer pudor. A boa música é quase sempre bastarda.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

A ditadura birmanesa enquanto problema internacional

A Prémio Nobel da Paz e símbolo pró-democracia na Birmânia, Aung San Suu Kyi foi condenada a mais ano e meio de prisão domiciliária pela junta militar que governa despoticamente o país há 40 anos.
A ONU condenou esta nova medida repressiva, mas num tom muito moderado (a China não deixou ir mais longe). É preciso reforçar a pressão internacional: em vésperas de eleições gerais, o afastamento de Suu Kyi é a prova de que se seguirá uma nova farsa eleitoral, uma vez que ela é a principal dirigente da oposição política no país.


Nesse sentido, a ONG internacional AVAAZ lançou esta petição, pedindo a investigação da junta militar birmanesa por crimes contra a humanidade. Falta pouco para atingir a meta das 150 mil assinaturas.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Apetite sexual

burca Apesar de protestos por parte da comunidade internacional, o governo do Afeganistão aprovou uma lei que legaliza a discriminação contra as mulheres da minoria xiita, ao determinar que elas podem ser privadas de alimentação caso se neguem a saciar o apetite sexual de seus amáveis maridos. A informação foi divulgada na última sexta-feira pela organização de direitos humanos Human Rights Watch.

A ONG ainda denunciou que essa decisão foi mais uma manobra eleitoral do presidente Hamid Karzai, candidato à reeleição no pleito que será realizado esta semana, já que a tal lei foi publicada no Diário Oficial do país em 27 de julho sem qualquer anúncio oficial.

Um voou jamaicano em Berlim. É o peão Usain Bolt.

Usain bolt O velocista Usain Bolt não correu ontem. Ele simplesmente voou sobre a pista do estádio Olímpico de Berlim e estabeleceu o novo recorde mundial ao correr os 100 metros em 9s58 (v. vídeo). O homem é fantástico. Mais.

Foto retirada daqui.

domingo, 16 de agosto de 2009

Da lisboeta traulitânia

Quando um pobre pinta um graffiti numa parede, as pessoas bem classificam o acto de «vandalismo». Quando uns meninos bem se introduzem num local vedado ao público e ultrajam símbolos nacionais, classificam os seus próprios actos de «intervenção cívica». Registo com ironia a displicência com que certos sectores sociais têm encarado o episódio da troca da bandeira do município de Lisboa pela bandeira monárquica. Eu lembro-me que, num colégio por onde passei e esses sectores sociais estavam bem representados, um dos elementos mais picantes da «lenda negra» da direita sobre Mário Soares era que teria ultrajado uma bandeira nacional (republicana, claro), no Reino Unido.
O Rui Tavares escreveu sobre a «inépcia simbólica» de quem parafraseou a narrativa republicana de proclamar um novo regime da varanda do município e de quem colocou ao mesmo nível uma bandeira municipal republicana e uma bandeira nacional monárquica. A inépcia é relativa. Depende do ponto de vista e do contexto. Um dos 31 da Armada irritou-se com o facto do acto ter sido aplaudido pelo líder do Partido Popular Monárquico (PPM), como se pode ver aqui. Mas esse é um aplauso legítimo. Convém lembrar que Pedro Santana Lopes se candidata a Presidente da Câmara de Lisboa coligado com o PPM. O episódio inspirou-me uma visão. O que vi não foi uma batalha nas estrelas nem uma revolução monárquica. Vi, mais prosaicamente, o Darth Vader a abrir alas para Pedro Santana Lopes, o Presidente-Rei da traulitânia lisboeta, entrar com o PPM ao colo nos Paços do Concelho. A Força esteja connosco.

Irmãos Metralha a deputados

Foi numa praia bem tuga, com mais facilidade em tomar um banho de mar do que em recorrer à internet para atirar um post às ondas virtuais, que fiquei a par da nova doutrina da dr. Ferreira Leite para formar listas de deputados. Como se pode ler aqui, justificou a inclusão de António Preto, arguido num caso de fraude fiscal e de envolvimento no financiamento ilegal do PSD, com o facto de Preto não ser acusado de crime no exercício de cargos públicos. Ocorreu-me então um slogan para este verão de cabeças quentes e engripadas: «Irmãos Metralha a deputados, que o António Preto já lá está».
Nem os irmãos Metralha nem António Preto foram alguma vez acusados de praticarem qualquer crime no exercício de cargos públicos. Os irmãos Metralha terão talvez o inconveniente de serem personagens de BD e de serem demasiado trapalhões. Mas felizmente configuram um tipo de que não faltam exemplares de carne e osso em versão mais competente. Há muito por onde escolher no campo dos alegados criminosos que não foram acusados no exercício de funções públicas. Alegados chulos, agiotas e burlões são particularmente promissores. É que só praticando crimes na esfera privada, são inegáveis empreendedores, aos quais não falta sedução, astúcia e criatividade.
Mas o candidato ideal a deputado, pelo menos nas listas da dr. Manuela Ferreira Leite, seria um alegado mafioso ao estilo de don Corleone. É que don Corleone, não só nunca praticou nenhum crime no exercício de cargos públicos e foi um verdadeiro empreendedor, como dava festas!
E os alegados mafiosos que dão festas criam empregos!
Como recusar a qualidades tão excelsas um ponto de exclamação?!

sábado, 15 de agosto de 2009

Conversa de chacha, versão hi-tech

A verborreia na era tecnológica: últimos resultados (versão original aqui).

É tão chacha que a própria palavra do linguajar lusófono já foi canibalizada.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

“Simply Cocaine”

simply cocaine

Só o nome bastou para que fosse detonada uma bomba em terras europeias. Somada a isso, a foto da campanha publicitária do inocente energético também deve ter causado urticárias nos conservadores de plantão. Mais informação aqui.

E a senhora Clinton aprende bem rápido as coisas

hillary clinton Até o outro dia, a secretária de Estado dos Estados Unidos quase nada sabia sobre Cabo Verde. Referia-se ao arquipélago africano apenas como “um popular posto de reabastecimento” (v. aqui). Veja só como ela aprende rapidinho as coisas de interesse norte-americano. Depois de sua visita oficial a África, Hillary saiu-se com esta observação sobre a terra do PAICV: “Em todos os países por onde passei havia aspectos positivos e outros negativos. Aqui, a lista dos positivos é maior do que a dos negativos. O que aqui ouvi é música para os meus ouvidos”, afirmou a secretária de Estado, que manifestou a intenção de voltar, dessa vez mais em jeito de passeio, com o marido, o antigo Presidente Bill Clinton. Bem, depois desses rasgados elogios, creio que a base militar de reabastecimento da NATO está agora bem mais próximas do país crioulo. Finalmente, a ilha de São Vicente poderá se tornar um imenso posto de gasolina yankee. Alguém tem dúvida? A ver vamos então.

Morre Les Paul, um dos inventores da guitarra elétrica

les paul

Frying Pan The Log

Morreu ontem, aos 94 anos, o músico Les Paul, um dos criadores da guitarra elétrica. Apesar de muitos atribuírem somente a ele o desenvolviemento do instrumento que deu origem ao endiabrado rock’n’roll, a história real não é bem assim. E nessa, quase todos os jornais do mundo então comendo bola e fornecendo informações equivocadas a seus pobres leitores.

A criação da guitarra elétrica começa a ganhar forma em 1923, quando o engenheiro Loyd Loar acoplou um captador sonoro (o famoso pickup) eletrostático a um violão. Mas foi em 1930 que Adolph Rickenbacker e George Beauchamp desenvolveram o captador eletromagnético, que produzia um campo magnético e assim amplificava as vibrações das cordas. Como o corpo do violão era oco, a aplicação de um captador elétrico a ele causava efeitos nada musicais, como distorção e outros ruídos estranhos (aliás, parece-me que muitos guitarristas voltaram às origens). Para compensar, Beauchamp e Rickenbacker montaram então o captador numa guitarra de colo havaiana. Esse instrumento foi batizado de Frying Pan (foto à esquerda) e se tornou a primeira guitarra elétrica a ser comercializada.

Na verdade, Les Paul foi o primeiro a solucionar o problema de como amplificar uma guitarra do estilo espanhol. Uma vez que o corpo da guitarra era o maior problema, ele o eliminou completamente e o substituindo por um pedaço de pinho, em 1940. E vinha assim ao mundo a The Log (foto à direita), a primeira guitarra elétrica de corpo sólido como é conhecida hoje e o intrumento que revolucionaria a música contemporânea.

Aqui, Les Paul se apresenta no New York Jazz Club, em 2003.

Fonte.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Os 3 dias de sexo, drogas e rock'n'roll chega aos 40


Esta semana o lendário festival de Woodstock faz 40 anos. Entre os dias 15 e 17 de agosto de 1969, centenas de milhares de pessoas se reuniram numa pequena localidade a 129 quilômetros de Nova York para 3 dias de sexo, drogas e rock'n'roll (aliás, esta expressão foi ali criada), onde estavam presentes quase todos os artistas da música pop da época. Uns dizem que foram cerca de 200.000 pessoas, outros entretanto asseveram que este número passou da casa das 500.000. Se há dúvidas quanto à exatidão deste número, uma coisa é certa: Woodstock marcou definitivamente o final de toda a inquietação hippie dos anos 60 e da contracultura. Foi na verdade o ocaso de uma geração, que queria transformar o mundo com flores, drogas, paz e amor. Mas, enfim, o sonho acabou e a Era de Aquárius ficou bem mais distante.

woodstock-childr

Para aqueles que queiram viver (ou reviver) alguns momentos do festival, vai aqui um site com tudo sobre Woodstock, aqui link para 15 vídeos e aqui o trailer do filme “Taking Woodstock”, de Ang Lee, que deverá estrear em final de setembro.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

A velha malandragem como ideologia (ou o toma-lá-dá-cá tupiniquim)

olhar de collorrenan-fingerJose-Sarney Na última semana os brasileiros puderam assistir cenas repugnantes da política nacional. Homens que representam todo o atraso político deste país fizeram do Senado palco de um verdadeiro circo dos horrores. Primeiro foi o ex-presidente Fernando Collor (aquele que disse um dia ter os colhões roxos - lembram-se?). Com seus olhos esbugalhados cuspindo fogo e respiração ofegante, ele vocifera palavras tresloucadas a seu adversário político, Pedro Simon ( v. vídeo).

Dias depois, foi a vez de Tasso Jereissati e Renan Calheiros , no melhor estilo trash de um “Rei do Cangaço”, trocarem “gentilezas” do tipo “cangaceiro de merda” e “dedo sujo” (v. vídeo). E todo esse palco horrendo foi armado para defender o ex-presidente da República José Sarney, Família & Amigos S/A de suas falcatruas (v. aqui).

Em outras palavras, o que se viu no Senado brasileiro foi a volta das velhas táticas coronelistas de intimidação como prática política. É a tal “tropa de choque”, uma eterna instituição tupiniquim sempre convocada para livrar de punições congressistas evolvidos em escândalos e trapaças. Pior: é com esse tipo de expediente truculento que forças políticas retrógradas, clientelistas, fisiológicas e corruptas do país têm se mantido no poder ao longo da História brasileira.

Como o brasileiro tem lá a memória bem curta, vale lembrar que até há pouco tempo os senadores Renan Calheiros, José Sarney e Fernando Collor estavam em lados opostos e eram ferrenhos inimigos políticos. Em 1989, na sua campanha à presidência, Collor se referia ao então presidente Sarney como “ladrão e corrupto”. E esses foram os insultos mais brandos(v. vídeo).

Em 1992, veio o troco. Sarney participou intensamente do processo que acabou em impeachment de Collor. Já o senador Calheiros, depois de ser líder Collorido no Congresso, jogou o seu chefe aos leões e fez coro juntou à oposição chamando-o de corrupto. Em 2007, foi a vez de Renan renunciar à presidência do Senado, acusado, entre outras coisas, de corrupção.

Mas, enfim, se agora são fiéis aliados é porque o jogo político desses ilustres senadores é norteado apenas pelo interesse pessoal, como o toma-lá-dá-cá da “lei de Gerson”. São verdadeiros profissionais da malandragem que encontram na vida pública uma forma rápida de enriquecimento ilícito e ascensão social. A relação política para esses nobres senadores não passa pela cidadania e muito menos pela defesa do bem-estar social da população. Não. Mas sim pela obtenção de vantagens financeiras, que são estendidas a familiares e aos aliados nesse jogo sórdido e asqueroso que impera há décadas no Congresso Nacional. É a ideologia da malandragem pura e simples, sem qualquer compromisso com a ordem pública ou qualquer preceito ético. Infelizmente, esse tipo de "político" ainda é eleito e reeleito aos montes graças a currais eleitorais mantidos a ferro e fogo por chefetes locais, onde os adversários políticos são eleiminados até mesmo pelo chumbo da pistola se for o caso.

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sarney_e_lula_ PS: Ah, vale lembrar que ao afirmar que “Sarney tem história no Brasil suficiente para que não seja tratado como se fosse uma pessoa comum” (17/07), o presidente Lula (hoje amigo e aliado do presidente do Senado) também mudou radicalmente de posição, pois até há pouco tempo ele não pensava assim. “Nós sabemos que antigamente se dizia que o Ademar de Barros era ladrão, que o Maluf era ladrão. Pois bem: Ademar de Barros e Maluf poderiam ser ladrões, mas eles são trombadinhas perto do grande ladrão que é o governante da Nova República, perto dos assaltos que se faz”, disse Lula, em 1987, em um evento em Aracaju, em referência ao então presidente José Sarney (v. vídeo).

PS-1: O presidente Lula encaminhou um processo de concessão de uma emissora de rádio para aprovação no Congresso em nome da empresa JR Radiodifusão, que tem como um dos sócios José Renan Calheiros Filho. Como o nome já diz tudo, o dito cujo é rebento do poderoso chefão da “tropa de choque” de Sarney, Renan Calheiros. Sem mais comentários. Mais.

A soberba das elites

Associações de produtores de produtos tradicionais voltam a acusar o governo português de não defender o sector em apreço, isto após o mesmo não ter exercido o direito de derrogação (vulgo, cláusulas de salvaguarda) face a normas comunitárias específicas (vd. reportagem detalhada aqui).

Portugal é um dos países da UE que tem mais produtos tradicionais: em 2006, estava em 3.º lugar no reconhecimento destes. Assim sendo, a atitude do governo luso devia indignar-nos e ser motivo de pressão para uma mudança de atitude. Como desmistifica Ana Soeiro, perita do sector, ao Público de hoje: «É, por vezes, dito [...] que é a UE que tem a culpa das dificuldades dos pequenos produtores, que muitas vezes gerem uma pequena economia à escala familiar, mas que é socialmente muito importante. Mas isso não é verdade» (cf. aqui). Embora haja regulamentos comunitários impondo um rol de regras e directivas, os governos nacionais têm a possibilidade de adequar a sua efectivação nos respectivos países. Como adita a ex-dirigente do Instituto de Desenvolvimento Rural e Hidráulico do Ministério da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas: «É para isso que existem as derrogações e Portugal é, de entre os países que mais produtos regionais têm reconhecidos, como a França, Itália, Grécia, Espanha e diversos outros, o único que não aplica cláusulas de salvaguarda para protecção dos seus pequenos produtores».

Além do efeito de homogeneização incaracterística, o perigo principal é o encerramento de muitas destas produções, e com elas, dos respectivos produtos tradicionais e do acentuar dos bloqueamento do mundo rural. Estamos a falar de parte do universo de 700 produtos já reconhecidos, como p.e. alheiras, azeitonas, carnes e presuntos, mel, buchos, folares, maranhos, cavacos e outros doces tradicionais, cherovias (ou xerovias), vinhos, etc.

Uma das coisas que mais choca nisto tudo é a ostensiva indiferença das elites e a persistência do centralismo iluminado (que contamina todos os partidos, atenção, uns mais do que outros, concerteza), recentemente reforçada por uma das piores ofensivas estatais contra estes produtos e a produção nacional, a da ASAE (vd. aqui e aqui). Isto apesar dos contínuos alertas feitos por especialistas como a eng.ª agrónoma Ana Soeiro, as associações do sector (p.e., Qualifica) e outros timoratos. Mas o mais grave é mesmo a atitude do governo actual, que se justifica dizendo que muito tem feito pelo sector: na lista das medidas que propagandisticamente elenca, nenhuma respeita à promoção desses produtos. Fui ver o site do Ministério da Agricultura e a pesquisa deu em nada, zero, népias. Os responsáveis têm o descaramento de dizer que as "Certificações não foram mais-valia" pois "a profusão de registos [de certificação] acabou, em muitas situações, por não corresponder a uma alternativa com mais-valias para os produtores e regiões produtoras". Ora, a questão não é essa, mas sim a de saber se o Estado cumpriu a sua parte, isto é, a de certificar e de divulgar e promover. A primeira, sim, mas imersa em burocracias inauditas (detalhes no texto do Público); a segunda e terceiras, nada de nada. Nem mesmo uma simples página onde se divulgassem esses mesmos produtos, ou uma feira específica com os mesmos. Com tantos funcionários não era possível fazer um trabalho tão simples?

Também aqui temos vindo a falar da relevância da protecção e fomento dos produtos tradicionais, seja a fruta, o vinho, etc.. Noutros países da UE como a França, Itália e mesmos países recém-integrados, como a Polónia e Hungria, a luta por cláusulas de salvaguarda é uma questão nacional. Por cá, achamos que não, que são outras coisas: estádios de futebol, turismo de betão, etc..

Sendo esta uma questão tão relevante no desenho de políticas públicas de coesão social e territorial e na salvaguarda de tradições sustentáveis, custa-me a perceber a indiferença à volta desta questão, mesmo por parte daquela direita que se diz defensora das tradições nacionais. É caso para dizer: a retórica fica-se pelo enunciado.

Na imagem, os maravilhosos biscoitos do Fundão.

domingo, 9 de agosto de 2009

Façam o favor de ser felizes!

Faleceu ontem Raul Solnado, um dos maiores comediantes portugueses do século XX.

Fica na memória colectiva o seu estilo peculiar, a entoação, o tom de confidência, o nonsense, certas frases marcantes (como a que vai em epígrafe), o modo de falar aos solavancos, como em «Podióóóó. Chamá-loooo», que marcou várias representações suas em torno de 'conversas' ao telefone, das quais a mais conhecida é a da «A guerra de 1908» (também alusiva à guerra colonial, que então deflagrara). Entre outras coisas, parte delas relembradas, oportunamente, pelas tv's, como as suas passagens televisivas: programas «Zip-Zip» (em pleno marcelismo), «A visita da Cornélia», etc.. A RTP teve a feliz sorte, e boa escolha, de divulgar o seu último trabalho, ainda inédito, ontem mesmo transmitindo o 1.º episódio de «As Divinas Comédias», uma retrospectiva do humor português, em parceria com Bruno Nogueira e outros humoristas. A imprensa também lhe deu bastante destaque.

Solnado ajudou a renovar o humor em Portugal num período bem difícil, o da ditadura. Contribuiu para a melhoria do teatro de revista, daí saltou para a televisão, o disco, digressões no estrangeiro (no Brasil, com comediantes locais; na Europa, junto dos emigrantes), etc..

Foi um dos comediantes mais populares e queridos do público português.

Como não estou habilitado a escrever mais do que esta breve evocação, aproveito a deixa para remeter para quem sabe mais. Para além das hiperligações atrás deixadas, sugiro ainda o obituário no Público e esta selecção temática do blogue Ié-ié.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Projecto Lixo Verde - Já alguma vez pensou em salvar o planeta?


“Pensar nisso eu já pensei. Mas há tantas maneiras de o fazer. E é tudo tão complicado!”

Há cerca de um mês atrás um casal americano, Amy e Adam Korst (v. fotografia), chegaram à conclusão que tentar salvar o planeta não pode ser assim tão complicado. Foi então que começaram a pôr em prática uma pequena experiência científica verde:

Será que é possível viver durante um ano uma vida relativamente normal sem produzir lixo que acabará num aterro de desperdício?

Os Korsts baptizaram esta pequena experiência verde com um nome extremamente sugestivo: Projecto Lixo Verde (Green Garbage Project). O projecto foi lançado a 6 de Julho de 2009 e extender-se-à até 6 de Julho do próximo ano.

Você pode seguir as fofocas diárias e semanais deste casal no website do Projecto Lixo Verde.

As fofocas dos Korsts já viraram notícia de jornal e de televisão por esse mundo fora, mas não é muito interessante saber se o Projecto do Lixo Verde é um jogo motivado pela fama ou pela consciência ambiental. Trata-se de qualquer das maneiras de um jogo que pode salvar o planeta.

Saiba desde já que vida de ‘salvador(a) do planeta’ não é fácil não!

Não se pode comer batata frita de pacote por causa do plástico dos pacotes. E quando se vai ao café do bairrro ou do trabalho tem de se levar a nossa própria caneca; nada de copos de plástico ou de pacotes de acúcar. Já quando se vai às compras tem de se ir a um mercado com produtos frescos; nada de pacotes ou embalagens. E quando se estraga um aparelho electrónico, temos de nos certificar que o entregamos a alguém que faça a reciclagem do mesmo. Escova de dentes de ‘salvador do planeta’ não é comprada no Continente e não é feita de plástico; é feita por encomenda a partir de copos de iogurte reciclados. E isto é apenas uma pequena amostra do que nos espera...

Ao fim de quarto semanas de trabalho árduo, o lixo acumulado pelos Korsts foi reduzido a uns quantos items que cabem numa caixa de sapatos: um brinquedo estragado, alguns pacotes de medicamentos, uma lâmina de barbear, e pedaços de fita adesiva.

Um dos maiores problemas dos Korsts no momento é o gato deles (o mais idoso) que teima em não querer mudar para areia de gato biodegradável…

E você quando é que muda?

Little Boy de Hiroshima faz 64 anos

Às 8h15 (horário local) do dia 6 de agosto de 1945, um artefato batizado como Little Boy (bem carinhoso, pois não?) explodia sobre a cidade japonesa de Hiroshima. O tal Little Boy era uma bomba atômica, com e 3,2 m de comprimento, 74 cm de diâmetro e 4,3 toneladas. A sua detonação (a 600 metros de altura) provocou um calor no centro da explosão de cerca de 5.000.000 de graus centígrados, bem próximo à temperatura do Sol. Em um raio de 2 quilômetros, todo ser humano que se encontrava em local aberto morreu quase que instantaneamente. As bombas atômicas que atingiram Hiroshima e Nagasaki (3 dias depois) mataram mais de 250.000 pessoas. Este foi maior crime de guerra desferido contra a Humanidade.

Para não esquecer o horror que foi a primeira "experiência" nuclear , vai aqui a canção “Rosa de Hiroshima” (letra de Vinícius de Moraes e música de Gerson Conrad, interpretação de Ney Matogrosso - Secos & Molhados – 1974).



Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas, oh, não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroshima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A anti-rosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rosa sem nada

Telefónicas perdidonas pela mesma praia - qual é, qual é?

Primeiro foi uma empresa de telemóveis sui generis (a Yorn) e os seus anúncios bizarros.

Agora, é a vez da líder portuguesa, mais as suas campanhas estivais.

A praia é sempre a mesma, bem bonita em tudo: areal, mar, bar, cenário, sim, principalmente o cenário...

Qual é, qual é?

Bom, para quem não tem paciência para charadas mas é curioso, dou esta de borla. Se lá tiver estado, lembrar-se-á, seguro.

Então, bom estio e cuidado com o  peixe-aranha, alforrecas, escaldões e outras indigestões acabadas em ões...

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

O jazz mestiço de Fela Kuti

O compositor e multi-instumentista Fela Anikulapo Ransome Kuti (Nigéria, 1938 - 1997) foi o que podemos chamar de o pai do afrobeat, onde a fusão dos ritmos africanos com o jazz, o funk e o rock transforma-se numa profusão sonora quase alucinante. Aliás, o conceito de afrobeat surgiu quando Kuti fez as suas primeiras apresentações nos Estados Unidos. Ativista político e dos direitos humanos, sua obra é tão vasta como genial e polêmica.

Actualizações contagiosas

Para os interessados, 'faxavor' ver aqui mais desenvolvimentos.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

100 anos de Burle Marx: “fazer jardim é fazer arte”

aterro do flamengo   rio Roberto Burle Marx (1909 – 1994) foi um artista polivalente e para quem “fazer jardim é fazer arte”. Foi pintor, designer, arquiteto, paisagista, artista plástico, tapeceiro e cantor de música lírica. Mas foi como paisagista que ganhou renome internacional. Criador da linguagem modernista do paisagismo mundial, ele é considerado o maior paisagista do século 20. Sua assinatura consta em mais de 3000 projetos espalhados em 20 países dos 5 continentes. Também foi premiado como pintor e designer de joias.

“No momento em que vou combinar plantas, estou pensando em cor, volume e ritmo. Decidi-me a usar a topografia natural como uma superfície para a composição e os elementos de natureza encontrada ( minerais e vegetais) como materiais de organização plástica, tanto e quanto outro artista procura fazer sua composição com a tela, tintas e pincéis”. (Excerto da entrevista publicada pelo jornal Última Hora, em 04/08/89 – Rio de Janeiro).

A preferência de Burle Marx era por projetos de grandes áreas. Entre as suas muitas obras, destacam-se: parte dos jardins da Unesco, em Paris; o Biscayne Boulevard, em Miami; o City Centre Park, de Kuala Lumpur, Malásia; o parque Del Este, em Caracas; os jardins do prédio do Centro Georges Pompidou, em Paris; Jardim Memorial na praça Rosa de Luxemburgo, em Berlim; Jardim das Nações, em Viena; jardins do edifício da Organização dos Estados Americanos (OEA), em Washington, parque do Ibirapuera (não executado) e Jardim Botânico, em São Paulo, parque Zoobotânico, em Brasília, e o Aterro do Flamengo, Rio de Janeiro (foto). Mais.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

€ 100.000.000,00. É quanto valem as pernas de Cristiano Ronaldo

cristiano-ronaldo-shirtless-speedoEste é o valor que envolveu o seguro das pernas do craque português feito pelo Real Madrid. Bem, pelo visto o resto do corpo, como cabeça e tronco, não tem a menor importância. É isso que querem dizer? Mais.

domingo, 2 de agosto de 2009

Vinhos do Algarve: chegou a hora!

Muitos vaticinaram o fim desta região vitivinícola, até porque a situação estava bem decadente, à semelhança, aliás, do que ocorreu com o Bucelas.
Porém, graças à persistência e engenho de vários empreendedores e especialistas, foi possível relançar uma região inteira.
Nesta lista inclui-se o cantor Cliff Richards, com os seus vinhos Vida Nova e Onda Nova. Mas há mais para escolha e prova: Paxá, Cabrita, Barranco Longo, João Clara, Alvor, Tapada da Torre, Fuzeta e Quinta do Francês.
A Região de Turismo tem vindo a promover este sector, produzindo o Guia de Vinhos do Algarve, lançado no passado mês de Junho. Além de notas de prova, contém uma ficha técnica para cada um dos 75 vinhos seleccionados (temperatura ideal de consumo, castas usadas, etc.), lista dos 16 produtores regionais e intróito histórico com início na presença árabe, tudo envolto num design arrojado.
Uma parte destes vinhos tem vindo a ser premiado em eventos internacionais desde 2007, pelo menos (vd. exemplo recente aqui).
A lista de vinhos que vos deixo supra é uma mini-selecção do crítico Rui Falcão, recentemente divulgada (excepto os 2 últimos), e veio mesmo a calhar (vd. «Ousar experimentar», Público, 25/VII/2009, p. 32-Fugas).
No adegga, um site social temático, pode aceder-se a notas de prova dalguns destes vinhos.
Então boa sorte e boas provas!!

sábado, 1 de agosto de 2009

Fotógrafo inglês causa polêmica por usar igreja para ensaio erótico

igreja O fotógrafo Andy Craddock é acusado pelos sacerdotes da igreja anglicana Sant Michael Penkivel (Inglaterra) de blasfemo e de violar a propriedade privada. Andy usou a igreja do século 13 como cenário para um ensaio erótico. Suas fotos mostram modelos (algumas seminuas) dentro e fora da igreja. “Eu entendo por que algumas pessoas podem considerá-las ofensivas e inapropriadas. Mas em geral, os comentários que tenho recebido são positivos. Eu nunca quis ofender ninguém. Esse trabalho foi feito como arte e mostra a beleza das mulheres”, se defende o fotógrafo. Da minha parte não vejo mal algum nessas fotos, mesmo porque as modelos em questão também são criaturas de Deus. Ou não? Quanto à beleza das mulheres não tenho a menor dúvida. Agora se isso é arte ou não digo apenas que é bem questionável o conceito. Depende exclusivamente do olhar de cada um. Entretanto, uma coisa é certa: o tal fotógrafo britânico é muito bom não só no clic de sua máquina como também no marketing. Mais.

Olhó Verão nas ilhas...

cartoon de GoRRo (c) 2009

Mais detalhes deste jogo viciado aqui.

Amigo íntimo do clã Sarney censura jornal

sarney-charge O desembargador do Tribunal de Justiça do Distrito Federal, Dácio Vieira, proibiu ontem, em decisão liminar, o jornal “O Estado de S. Paulo” de publicar qualquer informação relativa à ação da Polícia Federal, que investiga, entre outros, Fernando Sarney (filho do presidente do Sanado Brasileiro). “Há um valor constitucional maior, que é o da liberdade de imprensa, principalmente quando esta liberdade se dá em benefício do interesse público”, diz o advogado do jornal. Por uma dessas grandes coincidências da vida, o tal desembargador foi consultor jurídico do Senado e é de convívio íntimo da família Sarney e seus “afilhados”. É preciso falar mais? Mais informações aqui e aqui.

Aqui vídeo das velhacarias da família Sarney. Só espero que o tal amiguinho dos Sarneys e Cia. não censure também o You Tube. Aliás, este não é o primeiro ato de censura imposto por Sarney. Como presidente do Senado, ele determinou ao primeiro-secretário da Casa, Heráclito Fortes, que retirasse as credencias da equipe do programa humorístico “CQC”.

Hillary Clinton passará por Cabo Verde. E VRUMMMM…FOM-FOM.

Cabo_verde_mapa

A uma pergunta de uma jornalista norte-americana sobre o porquê da sua passagem pelas ilhas, Hillary Clinton, actual Secretária de Estado dos Estados Unidos da América, respondeu: "Cabo Verde é um popular posto de reabastecimento. Um grupo de ilhas ao largo da costa do Senegal, os Estados Unidos vêm Cabo Verde como uma história de sucesso africano." Mais.

Via Café Margoso.