quinta-feira, 2 de junho de 2011

Imperdoável

Hamza Ali Al-Kateeb, um rapaz de 13 anos, foi torturado até à morte por polícias sírios há uns dias atrás. O crime: ter ido com a família a uma manifestação pela liberdade e democracia na Síria.
Além de torturado, partiram-lhe o pescoço, desfiguraram-lhe a face, queimaram-no com cigarros e dispararam-lhe balas no peito. No final, obrigaram os pais a assinar uma declaração de silêncio, quando nada sabiam do que se tinha passado com o seu filho.
Quando receberam o cadáver de Hamza, os pais pediram a um activista para filmar como estava e o video foi colocado no You Tube. Entretanto, apenas está acessível a adultos, dada a violência das imagens. Mas a mensagem ficou: é um limiar imperdoável aquele que foi franqueado pela ditadura síria. É verdade, todas as ditaduras têm como seu desporto favorito a tortura. Mas isto já está para além disso. Quando o esquecermos, será mais um passo rumo a um passado recente bem atroz.
Uma página no facebook relembra-nos isso.

2 comments:

ms disse...

Também se podia "usar" uma criança iraquiana, afegã, líbia ou palestina (entre outros) estropiada por tropas invasoras e promotoras da "democracia"... Mas não, veja-e o World Press Photo em que a rapariga sem nariz é usada como justificativo para a invasão do país.

Daniel Melo disse...

Claro, mas quem tem estado atento ao contexto sírio, pode facilmente ver quão distante dele estão essas hipóteses.
Mas, acima de tudo, não estou a legitimar nenhuma invasão através do uso de imagens, apenas a condenar o uso da tortura pelas ditaduras.
Ou pelas democracias, mas aqui é bem menor, daí serem democracias.