José Paulo Abrantes Simões, seu nome civil, nasceu em 1937, em Lisboa e, como muitos artistas nativos, fez a sua formação na Escola de Artes Decorativas António Arroio (nem todos podiam ascender à universidade...). Tem uma obra abundante e, à imagem doutros colegas portugueses, publicou no estrangeiro, p.e., na revista alemã Pardon (várias bd's), em 1974. Porém, e segundo Geraldes Lino, a sua produção mais relevante saiu na revista Visão (1975/6). Para ela fez «várias obras de grande nível e variados temas, algumas delas realizadas em colaboração»*.
Embalado nesta onda criativa, estreia-se no formato de álbum em 1977, com aquela que se tornaria uma das referências da bd lusa do PREC, A direita de cara à banda (desenhada), recolha da rubrica «Os direitinhas», saída no jornal o diário, com o qual se identificava ideologicamente, enquanto militante comunista (vd. aqui). Ainda respeitante ao PREC, é dele uma das séries de cartazes cívicos mais interessantes da época, «Vão a escola? Não, vão votar» (1975), com o pseudónimo M. Tavares (para +inf. vd. aqui). Pelo estilo, suspeito que seja ainda o autor de muitos outros, como o da campanha do «suplemento alimentar» nas escolas públicas (do IASE).
Pouco depois escreve e desenha uma bd a preto e branco dedicada a Lisboa, Memórias do último eléctrico do Carmo (1979), originalmente editada no suplemento «DL Fanzine», do Diário de Lisboa.
Tal como Zé Manel, também colaborou com bd's para crianças na revista O Fungagá da Bicharada.
Participou ainda notras revistas/ fanzines portuguesas de bd (Lx Comics, 1991; Tertúlia BDzine; 2007; Eros, 2007; Efeméride, 2007-8) e com outros editores (episódio «Satanás 3, Deus 1» em Novas 'fitas' de Juca e Zeca, 2000).
Faleceu no final de 2008, vítima de cancro. Para quem estiver interessado na sua opinião sobre o início da sua fase mais profícua, pode ler esta entrevista ao autor.
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