*****Esta é a minha lista pessoal das melhores exposições temporárias vistas em 2011. Tenho muito prazer em ter feito este post, relembrei-me de bons momentos. Não tem hierarquia, mas procurei listá-las da mais antiga à mais recente. Mais coisa menos coisa.
«A Perspectiva das Coisas. A Natureza-morta na Europa, 1850-1955» (Lx, FCG, acaba a 8/I). 2.ª parte duma grande mostra dedicada à natureza-morta, um tema recorrente na arte, mesmo na contemporânea, embora aqui em novos moldes. Este é o fim-de-semana final, gratuito! Com pintura, fotografia e cinema, Matisse, Picasso, Amadeu, Leger e muitos outros.
AmadoraBD 2011 (Brandoa, Fórum Luís de Camões, etc.). Este ano foi a 22.ª edição e uma das melhores de sempre, com mostras para a «Sociedade dos Humoristas Portugueses» (centenário), «O Humor na Banda Desenhada Internacional», «Os Peanuts, 60 anos» (Shultz), «Astérix entre os Portugueses», «As Incríveis Aventuras de Dog Mendonça e Pizza Boy», etc.
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Adelino Lyon de Castro – O Fardo das Imagens (1945-1953)»
(Lx, Museu do Chiado). Foi, pelo menos para mim, uma das grandes revelações na fotografia portuguesa, após a descoberta de Fernando Lemos, Costa Martins e Vítor Palla. O irmão do editor da Europa-América produziu, entre 1945 e 1953, um impressivo trabalho de cruzamento entre reportagem social e fotografia artística. É o negativo do Portugal de Salazar, um país na labuta diária, trabalhando no duro, ou descansando nas pausas possíveis, com uma grande força humana. O sempre atento crítico Alexandre Pomar faz uma avaliação muito severa desta mostra
(vd. I, II, III, IV, V, VI e VII). Seja como for, a comissária tem provas dadas e, para uma boa parte das pessoas, foi a hipótese de descobrir um grande fotógrafo.
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Colares 100 anos da Região Demarcada 1908-2008»
(Colares, Adega de Colares). Mostra com fotos, garrafas e rótulos de garrafas antigas, pequena mas interessante. Devia haver mais mostras destas, sobretudo com o bónus de se poder adquirir algum do néctar elogiado no final!
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Humor em Sustenido», de Zé dalmeida
(Lx, Galeria Novo Século). Uma antológica do Zé dalmeida é sempre um acontecimento. Ainda por cima quando o ‘tema’ é a música (piano) e aquela ironia terna ainda nos consegue surpreender.
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Duchamp: A Arte de Negar a Arte»
(Évora, Fundação Eugénio de Almeida). Um espaço recente com uma programação muito interessante, que consegue preencher muito bem um espaço relativamente pequeno. Bom trabalho nos catálogos.
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Linha de Montagem», de Miguel Palma
(Lx, CAM-FCG). Uma surpresa bem agradável, a desta maluquinho pelas engenhocas, com uma certeira ironia do maquinal.
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Ver a República»
(Coimbra, Museu da Ciência). Uma boa mostra documental, dispersa por 3 espaços, com boa apresentação e textos. Uma abordagem diferente, mais temática.
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A Voz das Vítimas»
, de Fundação Mário Soares, IHC-UNL e ANAM (Lx, Antiga Cadeia do Aljube). Uma excelente mostra de denúncia da repressão política do salazarismo. Além da componente científica, de sistematização de informação sobre o sistema prisional e repressivo, dá espaço às vítimas, pela encenação da sua vida nas prisões e a escolha dum conjunto de documentários audiovisuais com testemunhos de ex-presos políticos. A parte de reconstituição é preciosa, o design excelente, com
lettring inspirado no logo de João Tito Basto para o ex-Movimento Cívico e actual Associação Não Apaguem a Memória!. Infelizmente o catálogo não está à altura da mostra, é muito antiquado e sem recurso ao multimédia, quando devia ter sido aproveitado o trabalho de levantamento de Diana Andringa para criar um documento incontornável para memória colectiva, em especial para aqueles que não puderam visitar a mostra. Valha-nos o
site oficial, bastante exaustivo. Esperemos que fique para sempre.
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Muros de Abrigo», de Ana Vieira
(Lx, CAM-FCG). Uma interrogação irónica e terna sobre a infância. Uma revelação para quem não conhecia bem o trabalho desta artista plástica.
A finalizar, vale a pena referir uma mostra permanente.
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Segredos da luz e da matéria»
(Coimbra, Museu da Ciência). Uma exposição permanente muito bem feita, num museu que tem acumulado prémios internacionais.
Para uma agenda futura recomendo visitas ao site Galerias de Arte em Portugal.
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