domingo, 28 de novembro de 2010

A partir de 55 mil euros por ano, mais dinheiro não compra mais felicidade

O dinheiro trás felicidade? E quando já se é rico, mais dinheiro trás mais felicidade? Descobri no Rue89 um trabalho empírico conduzido por Daniel Kahneman e Angus Deaton da Univerdidade de Princeton tenta responder as estas questões. Os investigadores distinguem duas medidas de bem-estar: O "Bem-estar emocional" mede os momentos de alegria, tristeza, stress, cólera ou afectos no quotidiano; a "Avaliação da Vida" mede o grau de satisfação consciente de um indivíduo com a sua própria vida. O estudo foi feito sobre uma base de dados do instituto Gallup, analisando as resposta de 450000 americanos. Analizando aquelas duas medidas de bem-estar relativamente aos rendimentos, o estudo mostra que embora a avaliação que uma pessoa faça da sua felicidade seja tanto maior quanto maiores são os seus rendimentos, o "bem-estar emocional" atinge o seu máximo com um rendimento de $75000 por ano (~55000€), e a partir daí estagna (ver figura em baixo). Ou seja, a partir desse valor não é por se ganhar mais dinheiro, que no dia-a-dia se vai ter um quotidiano mais feliz. Como dizem os autores do estudo "Rendimentos elevados compram a satisfação com a vida, mas não a felicidade". Outra conclusão é que os rendimentos baixos têm um efeito de amplificar a dor emocional associada a certas vicissitudes da vida, que é como quem diz, a dor quando se é pobre, dói mais.
Se outras razões não houvessem, esta seria uma razão para uma melhor redistribuição da riqueza: Quem já é rico que chegue não melhora a sua vida por ter mais dinheiro, quem não é rico sim, tem muito a ganhar.

1 comments:

Daniel Melo disse...

É interessante este estudo, Zèd.

A este propósito, há uns dias atrás também o Público (supl.º P2) publicou uma reportagem sobre a crescente vaga de estudos em torno da criação dum índice de felicidade. Enfim, ia além disso, a ideia é conseguir também arranjar novos indicadores para medir a qualidade da vida social, pois o PIB per capita, até agora o principal indicador usado é muito insatisfatório, basta dizer que oculta as desigualdades.

Devia ser mais um indicador a ter em conta, apesar de ser subjectivo, mas aí também as intenções de voto o são e estão sempre aí a ser divulgadas nos media.