domingo, 30 de outubro de 2011

Crise temporária deve tratar-se com empobrecimento estrutural?

Essa parece ser a receita do actual governo português, seguindo a prescrição da farmacêutica Merkel.

Além da receita só servir para piorar a saúde do paciente, o modo como foi apresentada é demagógica e subreptícia.

Demagógica, porque se busca passar a ideia do corte dos 13.º e 14.º salários na função pública como medida justa para reduzir os privilégios dos funcionários públicos, dando a entender que a nossa crise, e a da dívida soberana, é exclusivamente da dívida pública. Contra as falsidades, é preciso repetir: no essencial, tal dívida é dos sectores privados dos países europeus com problemas, como muitos peritos já o disseram, incluindo o social-democrata Silva Peneda (cf. aqui). É verdade que existe uma discrepância entre público e privado a nível salarial, mas ela deve-se unicamente a 2 factores (como refere o historiador económico Pedro Lains aqui): uma maior redistribuição nos salários na base (até €1500, i.e., dos «administrativos») e a igualdade salarial para homens e mulheres. Pois é, no privado nem isso é cumprido, em pleno século XXI e é aí que estão das desigualdades salariais mais imorais. Então é para compensar essas iniquidades existentes nos privados que se faz tais cortes no público?

Subreptícia, porque a intenção é reduzir as remunerações de todos os assalariados (incluindo os do privado) e pensionistas em termos estruturais, começando pelo mais fácil. Sim, porque os do topo continuarão a ver crescer os seus vencimentos. No final desta semana, o ministro Relvas e o premiê assobiaram ao de leve nesse sentido: Relvas afirmou candidamente, como se enunciasse apenas um dado de cultura geral, que «Muitos países da União Europeia - cito-lhe a Holanda, a Noruega, a Inglaterra -, vários países da UE, só têm doze vencimentos». Esqueceu-se de dizer o resto: que aqueles países são dos que têm os salários médios anuais mais altos da OCDE, enquanto Portugal é dos que estão na cauda! A agenda vem toda desmontada no artigo «Governo abre a porta a mexidas nos subsídios do sector privado», do jornalista João Ramos de Almeida (vd. tb. caixas adjuntas). Nele se incluem os dados salariais, retirados do site da OCDE (vd. aqui os resultados por país).

Sobre os cortes, a sondagem do Expresso de sábado mostra um repúdio maciço: o tiro saiu pela culatra.

Nb: para quem quiser saber realmente que regime salarial vigora na Holanda, Noruega e Inglaterra pode ler este oportuno post.

6 comments:

Pois é preciso repetir até acreditar disse...

Uma professora reformada nos anos 90 ganhava 200 a 220 contos
ganha agora 2200 euros 440 contos
de pensão
em 20 anos a inflação mesmo média de 3% (1+0,03)elevado a 20 é só fazer as contas

mesmo contando 25% de descontos para a segurança social por empregado e empregador
14000 por ano em 30 anos
420000 euros
a 30 mil de pensão por ano
22000 limpos dá para uns 20 anos

o problema é que nunca descontaram isso...mas que se lixe

o endividamento privAdo é o das famílias e empresas que sustentam o estado

se tiraste inconomia deve ter sido na Covilhã ou em Évora

ou isso ou o cretinismo corre na famelga...bons escudos contra o escudo

nessa altura deves ganhar 100.000S ao dia deve dar para duas sardinhas

Bitok disse...

quem quiser saber realmente que regime salarial vigora na Holanda, Noruega e Inglaterra...na Inglaterra imprimem notas como doidos e a dívida do estado é de 77 mil libras por limmie

em 1991 o estado tinha 35% da inconomia ahorita tiene 53%

um gajo em inglaterra em 91 no fundo da escala recebia 60 libras por semana (libra a 249$
até à desvalorização cavaquista de 92 (libra a 260 280 300 mélréis

reforma de um gaijo com 30.000 libras de salário por ano

18.500 libras se do privado

22.700 libras se civil servant

logo pá tão iguaizinhos a nós

cê num é peão não...

cê é cavaleiro de alta cilindrada
nunca sujou as mãos não....

Semisovereign People at Large disse...

empobrecimento estrutural?

jámé...pelotões de fuzilamento de funcionários e confisco de bens às elites culturais e restantes

é só abrir as prisões e deixar os lobos chacinarem os gordos cordeiros porcos e burros

carne de burro very well
camelo é melhor

infelizmente sou begetariano
peixe é begetal?

Semisovereign People at Large disse...

já agora o qué qué empobrecimento estrutural?

a inconomia inda tem estrutura?

admirável sável....mi explica vai

Het kan even duren voordat tamos estruturalmente duros ou já andamos moles como os ovnis?

Semisovereign People at Large disse...

acho que voordat é holandês

pelo frio quasapanha nesses barracões dos países baixos

quase faz desejar qu'aestivéssemos estruturalmente anriquecidos

nã te procupes pá

quando a velharia começar a quinar daqui a 20 anos
logo enriquecemos como nos anos da peste negra

Semisovereign People at Large disse...

dië wordt weergegeven....claro que quando a minha reforma holandesa vier pago-te deixa cá verr uma batata doce?

tenho 260 mil florins de descontos isso dá quanto 60 eurros por mês...

com sorte recebo 200

com azar recebo em Florins

com azar já estou morto...

com azar ainda estou bibo...

com mesmo muito azar estou na Holanda

com ainda mais azar a Holanda tá debaixo d'água pion num é prião