Primeiro foi o caso Pedro Rosa Mendes, afastado de correspondente da Lusa em Paris e de cronista da Antena 1.
Depois foi o caso de João Paulo Guerra, no Diário Económico, que viu não renovada a sua coluna que vinha de 1999.
Por fim, o caso mais grave, cujos efeitos negativos alastram. Pode resumir-se nisto: o ministro Miguel Relvas pressionou o jornal
Público para deixar de o interpelar a propósito do seu nexo a figuras do caso das secretas, incluindo ameaças de revelação de um segredo alegadamente comprometedor da vida privada da jornalista em serviço Maria José Oliveira. A direcção cai no erro clamoroso de contemporizar com essa pressão inadmissível. O conselho de redação discorda e faz sabê-lo cá fora. De seguida a direcção opta por expor o caso detalhadamente, mas já era tarde. Além disso, cai no novo erro de anunciar qual era o 'segredo' que Relvas ameaçara revelar, sem autorização da jornalista, sem dizer logo que era mentira e sem antecipar que isso seria usado contra a jornalista (e contra o próprio jornal!). Anteontem, a jornalista Maria José Oliveira
demitiu-se do
Público, fundamentando a sua decisão na perda de confiança na direcção do jornal, por esta ter tomado o partido do ministro.
Como comenta
Sérgio Lavos no Arrastão: «Depois de Pedro Rosa Mendes [...], Relvas consegue uma vez mais que alguém incómodo para si deixe de fazer o seu trabalho de denúncia jornalística. Assim vão as coisas no país. Asfixia democrática?».