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segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Não será a exigência de democratização plena a melhor das visões?

quinta-feira, 3 de março de 2011

Who's next


Um interessante artigo no Le Monde, do Michel Cahen, sobre as diferenças entre os motins de Setembro passado em Moçambique e os processos revolucionários actuais no Maghreb.
« Os sujeitos de hoje (serão) os cidadãos de amanhã » ?

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Obama a surfar a onda da liberdade Árabe

Essa é a tese deste artigo de opinião de Natalie Nougayrède no Le Monde. O artigo baseia-se essencialmente no discurso de Obama de 11 de Fevereiro, que - confesso - ainda não vi nem li, mas ainda assim o artigo vale bem a pena em si mesmo. Levanta algumas questões interessantes. Por exemplo: O contraste entre Obama e Bush, o primeiro não podia previr esta onda de revoltas, mas pode aprveitá-la, o segundo escolheu a guerra no Iraque e foi o desastre (OK, esta é fácil, previsível, mas plenamente merecida). Outra: houve quem avissasse, nomeadamente diplomatas, da fraqueza doos regimes autoritários e do descontamento popular. Outra ainda: Irá a Europa ter uma atitude clara de apoio ao movimento popular que varre a África do Norte e Médio Oriente (como Obama)? A ideia é "somos todos tunisinos e egípcios" ou ficamos do lado errado da História, Obama escolheu de que lado fica. Eu acho bem, e espero que seja demontrada esta tese.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Ajude a recuperar a fortuna que Mubarak roubou

Caros amigos,
o Mubarak pode ter roubado até $70 bilhões dos egípcios - um terço da renda do país! A recuperação desta fortuna irá depender de ações imediatas de governantes ao redor do mundo.
Não há tempo a perder, os governos precisam congelar as contas do Mubarak antes que o dinheiro desapareça em um labirinto de contas bancárias obscuras - como as fortunas roubadas por muitos outros ditadores. A Suíça já congelou suas finanças e alguns ministros da União Europeia ofereceram ajuda - mas sem um chamado global imediato, a reação poderá ser lenta demais para impedir que os bilhões do Mubarak sumam completamente. 
Vamos convocar os líderes de todas as nações a garantir que o dinheiro do Egito seja devolvido ao povo. Se conseguirmos 500.000 assinaturas, a nossa petição será entregue aos ministros das finanças do G20 na reunião desta sexta-feira em Paris. Vamos assinar nossos nomes agora e divulgar a campanha! 

Assinar a petição «Congele a fortuna que Mubarak roubou»

Milhões de egípcios vivem com menos de $2 por dia e os peritos dizem que a corrupção no Egito custa mais de $6 milhões em dinheiro público todo ano. A família Mubarak se beneficiou enormemente por uma rede de contratos de negócios, esquemas de privatização e investimentos garantidos pelo governo, ao longo dos 30 anos da presidência do Mubarak. Estimativas da sua riqueza vão de 'meros' $2-3 bilhões até $70 bilhões, o que faria Hosni Mubarak o homem mais rico do mundo. 25 oficiais sênior do governo já estão sob investigação por alavancar fortunas enquanto trabalhavam para o Mubarak. 
Talvez este seja o fim da linha para governantes corruptos que escapam com fortunas intactas. A nova Convenção Contra a Corrupção da Nações Unidas, explicitamente pede que fundos adquiridos pela corrupção sejam devolvidos aos países de origem, e o governo militar do Egito já pediu para governos da União Europeia congelarem a fortuna do Mubarak. A pergunta chave no momento é se a reação será rápida o suficiente: nenhuma lei no mundo será capaz de ajudar se os bilhões do Mubarak forem espalhados e escondidos antes que as autoridades possam se apropriar deles. 
As nossas vozes como cidadãos pode ajudar o povo do Egito a continuar tendo esperança na sua revolução. Participe do chamado para devolver as riquezas do Egito ao seu povo. 
Milhões de egípcios arriscaram - e até mesmo deram - suas vidas pela democracia. Havia pouca coisa que pudéssemos fazer ao redor do mundo, além de enviar nossa esperança e solidariedade. Mas agora, nós devemos fazer o possível para restaurar a propriedade nacional roubada por uma ditadura que os nossos próprios governos toleraram por tanto tempo. 
O povo do Egito está agora preparado para construir uma nova nação. Vamos garantir que eles recuperem os fundos que foram roubados, enquanto eles constroem um futuro que poucos ousaram sonhar. 
Com esperança,
Ben, Alex, Ricken, Mia, Rewan, David e toda a equipe Avaaz.

Fontes:
Fortuna de Mubarak avaliada em 70 mil milhões de dólares»
Egito pede congelamento de bens de ex-dirigentes»
Mubarak desviou riqueza nos últimos dias no poder»
Londres investiga Mubarak mas não congela contas»
Em 30 anos, ditador obteve fortuna de US$ 70 bilhões»

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

O povo está na rua e não se vê caos nenhum, é simplesmente a festa da cidadania

E viva a festa do soberano!!!

Aguardemos as cenas dos próximos capítulos...

...noutras paragens!

Os generais ou o caos

É assim que os opinion makers conservadores tugas estão a descrever a actual encruzilhada egípcia. Não sei se é papaguear dalguma cassete alheia (tipo Fox News), mas a coisa torna-se irritante, se tivermos em conta que 1) hoje é dia de festa para todos os amantes da liberdade e da democracia, 2) o dualismo não tem correspondência com nenhuma realidade histórica.

Primeiro, louva-se o povo nas ruas, corajoso e legítimo; uma vez deposto o poder fora de moda, dá-se o salto no discurso: o poder não pode cair na rua, senão é o caos. Mas o que é a rua? Simples: é a sociedade civil que tanto confusão faz a ditadores, militares e... opinion makers conservadores!

É preciso dizer que a oposição egípcia foi a votos em 2009, ao fim de 29 anos de poder autárcico e que, apesar dos resultados terem sido distorcidos por Mubarak, essa oposição foi assim reconhecida politicamente pela própria ditadura. Depois, dizer que um dos líderes oposicionistas, El Baradei (com uma frase memorável no seu twitter: «Egypt today is a free and proud nation»), é justamente reconhecido como um dos grandes quadros saídos da ONU. E a Irmandade Muçulmana, movimento islâmico, foi tão moderado no apoio à insurreição popular que passou despercebida! Os jovens adultos foram um (não o único) dos grupos sociais mais dinâmicos, como sucede em muitas mudanças políticas, nem mais nem menos, e não é a hipótese de não estarem organizados que lhes retira legitimidade e impacto.

Portanto, a questão não é a sociedade civil, mas sim o que os militares farão. Não esquecer que foram eles que apoiaram esta ditadura durante 30 anos. Resta agora saber que papel estão dispostos a representar: imporão a sua solução governativa ou serão a instituição que assegurará a transição do poder para novas elites políticas legitimadas pelo povo? Através do voto, claro, antes de Setembro, de preferência. Em eleições limpas, participadas e justas.

Há um problema no meio disto, que é o futuro da relação com Israel e EUA, mas isso não está no cerne da urgência de mudança exigido pelo povo egípcio, a julgar pelos múltiplos indícios difundidos pelos media, incluindo os árabes. Que o cinismo não vingue: não se misturem as coisas.

Tudo o resto, «caos», «poder na rua», é conversa bota-de-elástico. E para bota-de-elástico basta o Mubarak. By the way, onde pára o cromo?

Hora H no Egipto

É já hoje a investida popular sobre o palácio presidencial e outros edifícios oficiais. Povo e exército estarão então num frente-a-frente decisivo e dramático. O que farão os militares? Repressão? Tolerância? Diálogo? A seguir com ansiedade, na estação da hora.
Entretanto, Mubarak está já fora de jogo, resumindo, veio à tv pedir para que possa ser enterrado na sua terra. Até isso estava em perigo...

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Iémen, a revolução que se segue

Enquanto na Tunísia a mudança alastra e no Egipto um poder cego lança as suas milícias contra o povo nas ruas, a revolta popular tornou-se irreversível no Iémen.
Tal como no Egipto, também agora o presidente que estava há 30 anos no poder diz com ar cândido que é contra mandatos vitalícios e por isso abandonará o poder (vd. aqui e aqui). Um discurso assim é sempre de desconfiar, até porque o ditador não desmarcou a apreciação parlamentar da sua revisão constitucional, marcada para a 1 de Março e susceptível de viabilizar uma eleição vitalícia do presidente e o poder hereditário (cf. aqui). E porque tem usado o dinheiro do povo para comprar lealdades e não para desenvolver o país. Por isso, o dia de hoje mantém-se como o Dia da Ira, apelando a grandes manifestações. Entretanto, a pressão popular e da oposição vai marcando pontos: o simulacro de legislativas que estava marcado para Abril foi adiado sine die, que exige uma reforma política séria antes da realização de eleições.
No Egipto, perante o aparente alheamento do Exército e a obstinação do ditador Mubarak em lesar o seu povo, a pressão popular e internacional aumentou dramaticamente nas últimas horas, dado o grau de violência das milícias governamentais (vd. acompanhamento aqui). Para sexta-feira está marcado novo dia de marchas a nível nacional, com o único fito de exigir a demissão do ditador. Será mais um ultimato pacífico.
Depois da Tunísia, o país-líder do contágio pela liberdade passou a ser o Egipto, como se pode ler nesta reportagem do El País.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

O efeito dominó

Quem diria, apenas há umas semanas atrás, que a revolução tunisina iria contagiar toda a arábia? Ainda por cima, feita pelo povo, contra ditaduras que se eternizavam. Com coragem e dignidade. Com e pela internet e a Al-Jazira. Com e pela rua. Por direitos básicos, incluindo a paz e sem transições amnésicas.
Apesar de percalços perigosos, a liberdade está a passar por aqui...