Mostrar mensagens com a etiqueta espaço público. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta espaço público. Mostrar todas as mensagens

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Brasília, 50 anos: onde pára o sonho

A propósito desta efeméride brasileira, o que de melhor li foi sobre leitura e dinamização cultural: «O açougueiro que quer pôr a cidade a ler». A crónica de Alexandra Prado Coelho é sobre um talhante (Luiz Amorim) que criou um inesperado espaço de leitura no seu local de trabalho, o qual rapidamente se expandiu, para outros espaços e actividades. Actualmente o  Açougue Cultural T-Bone é uma instituição cultural de referência no Brasil.
Uma história bonita de contar, de ler e de repassar.

segunda-feira, 8 de março de 2010

ONG's assumem novo compromisso de vigilância crítica

O recente suicídio duma criança de 12 anos no rio Tua, por agressão continuada de colegas de escola (bullying), foi o detonador duma inédita acção de solidariedade e crítica por parte dum conjunto de ong's portuguesas. Mais detalhes na carta aberta dirigida a várias entidades públicas, «Morreu para evitar agressão de colegas», subscrita pela Amnistia Internacional Portugal, AMI- Assistência Médica Internacional, Associação Portuguesa de Apoio à Vítima, Margens- Associação para a Intervenção em Exclusão Social e Comportamento Desviante e OIKOS- Cooperação e Desenvolvimento.
Entretanto, foi aberto um inquérito policial, que finda amanhã.
Decerto também por influência da nova intervenção político-cívica de Fernando Nobre (não será por acaso que é a AMI a encabeçar a iniciativa), teremos mais destas acções no futuro próximo. Ainda bem! Venham elas, temos tudo a ganhar. Até para evitar as costumeiras reacções corporativas sem sentido, como a da Confederação de Associações de Pais, que se limitou a pedir a criminalização dos pais de crianças com mau comportamento, como se a coisa fosse tão simples.

domingo, 22 de novembro de 2009

La jeunesse dorée (III)

Infelizmente nem todas as caricaturas poderam ser reproduzidas, devido a melindres respeitáveis que os preconceitos do tempo justificavam. O portrait-charge, que hoje representa uma consagração, era então pouco menos do que um insulto.
Todos sabem quanto Herculano amuou com uma caricatura inoffensiva de Raphael, e conhecem o curioso diálogo, travado a esse respeito, entre os dois grandes homens, na loja de livros do velho Bertrand.
Havia ainda n’esse tempo, como que o pudor da publicidade.

DANTAS, Júlio, "Raphael Bordallo Pinheiro[:] a sua vida e a sua obra",
Illustração Portugueza, 18/II/1907, p. 236.

sábado, 21 de novembro de 2009

La jeunesse dorée (II)

D’ahi por diante ninguém encontrava o Raphael que não lhe pedisse para ver as caricaturas. Então era sabido: o artista tomava uma attitude mysteriosa, olhava em volta com receio de que o visse alguém, tirava d’entre o collete e a camisa uma grande pasta preta, e folheando rapidamente, entre as gargalhadas convulsas da assistência, mostrava a collecção admirável que dois annos depois, em magnificas aguas-fortes, devia ser publicada com o título de Calcanhar de Achilles (1870).
É esta data que marca o início da verdadeira caricatura política em Portugal.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

La jeunesse dorée

Se dizia muito em segredo, à bocca pequena, que o Raphael trazia comsigo uma colecção escandalosa de caricaturas, nada menos do que os jarrões mais illustres d’então nas lettras e na política, o que para a severidade do tempo constituía um arrojo capaz de levar um homem aos ferros do Limoeiro.
A notícia correu com insistência, os amigos não o deixavam, e o grande artista, que a princípio negou, viu-se forçado a fazer a espantosa revelação. Foi um delírio.