Um recente estudo do Observatório das Actividades Culturais concluiu que «o grau de internacionalização» da produção cultural portuguesa «é fraco». Esta ilação principal tem um sentido algo diverso do que titulo no post: é que parece-me ser mais correcto falar no pouco apoio (e no pouco destaque) que se tem dado à internacionalização.
Embora só tenha lido a notícia e não o estudo (que, porém, estou certo ser de qualidade, dados os créditos autorais), questiono se aquela não será uma conclusão excessivamente taxativa? Ademais, não será uma tarefa relativamente subjectiva medir o grau de internacionalização duma dada cultura «nacional»? Como se faz isso? Avalia-se apenas o n.º de entidades e respectivo apoio financeiro que é dispensado para a internacionalização de artistas e «produtos culturais»? Mas então, onde ponderar os prémios ganhos, os estágios, convites, digressões e vivências no estrangeiro de centenas de artistas portugueses ao longo dos séculos XX e XXI (para não ir mais longe), parte deles com prestígio e reconhecimento internacionais?
Seja como for, este é um estudo importante para se pensar a questão da internacionalização da criação cultural portuguesa, sem dúvida. De resto, isso mesmo é reconhecido pelos peritos já interpelados.
Notícias sobre o referido estudo: «Os artistas portugueses ainda estão fechados em Portugal»; «Por que não nos conseguimos impor lá fora?»; «Estamos a perder o Brasil? Os números mostram que sim»; «Nuno (quase) sozinho nas feiras de Espanha».
Nb: na imagem, gravura de Bartolomeu Cid dos Santos, que viveu boa parte da sua vida em Londres e com mostra da sua obra na temporária do CAMB - Centro de Arte Manuel de Brito, até 19/V.
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