Depois do desfecho desejado pelo mister (i.e., perder pelo mínimo possível, a seguir a ir a penalties), pouco resta a acalentar, a não ser o desejo que a estória não se repita, ainda que o mister se mantenha até ao próximo Europeu. Foi mauzote, não merecíamos tanto amedrontamento.
Queirós fez apostas de alto risco (dentro do seu conservadorismo em voga) e perdeu-as: insistiu em colocar um defesa central a lateral direito e foi por aí que sofreu o golo que ditou a derrota. Claramente, Ricardo Costa não tinha rotina nessa posição. Contra o Brasil podia arriscar isso, já contra os rojos seria demasiado. Então, o que estão lá a fazer os 2 laterais de raíz?
Depois, resolveu tirar o único ponta-de-lança, Hugo Almeida, quando ele estava a furar o cerco, colocando mais um médio em crise de inspiração. Resultado: a equipa encolheu-se e Portugal sofreu o golo de David Villa. Os espanhóis fizeram o seu jogo, mais bonito que o dos vizinhos, embora por vezes algo cansativo (às tantas perdíamo-nos nas fintas do carrossel rojo), e esperaram por um erro, o que surgiu mais cedo do que estariam à espera. E assim se concluíu o jogo.
É claro que nem tudo é responsabilidade do seleccionador, alguns jogadores estiveram abaixo do expectável, como Cristiano Ronaldo, que disse que ia explodir nessa competição e a única coisa que lhe vimos foi um tiro de pólvora seca. Manolo foi certeiro!
Hoje, o mister, na conferência de imprensa, voltou a repetir lugares-comuns dum yuppie encartado, esquecendo-se que já não estamos nesses tempos. Exige-se mais do que calculismo e boa retórica: temperança, risco, assunção de erros, qualidade actual em vez de cotação bolsista (leia-se, valor das transações) dos jogadores.
Enfim, resta-nos aturar este mister durante mais 2 anos... Haja saco...
ADENDA: acho que Queirós deve continuar (para que não haja dúvidas), embora seja mais responsável por erros clamorosos do que grande parte dos jogadores. Alguma continuidade é necessária para se poder avaliar o trabalho, seja de quem for.
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