Isto tudo começa na peça «A História de Rui Ramos desculpabiliza o Estado Novo?». Mas vai mais longe do que o mero registo, já agora, se dão licença...
Ao contrário do que parecem supor alguns jornalistas, nem todos os historiadores temem o debate historiográfico, ainda que tenham que recorrer a meios menos convencionais, como a blogosfera, para o relançar nos tempos actuais. A tal propósito veja-se este debate encetado no blogue Fuga para a Vitória, nos idos de 2006: «Modernidade, resistências e ambiguidades» e «Da natureza do salazarismo (revisão da problemática)». Ou, sobre a Guerra civil de Espanha, este post de resumo duma controvérsia à portuguesa: «Estavam mesmo a pedi-las, ou Luciano e a sua cruzada purificadora».
Outros espaços foram sendo ocupados em debate de ideias: assim de repente, lembro-me das revistas Ler História (nos seus tempos de juventude...), História (p.e., o debate sobre o acesso ao Arquivo da PIDE/DGS) e Vértice (p.e., sobre a natureza do regime de Salazar e Caetano). Já para não falar dos inúmeros congressos, colóquios, encontros e afins que marcaram este último trinténio.
Para rematar, dizer apenas que mais uma vez o debate está a ser muito afunilado pelos media mainstream, esquecendo-se outras obras entretanto saídas e como um confronto conjunto poderia dar um debate bem mais interessante. Para dar alguns exemplos, de âmbito também geral, iniciou-se uma inédita história de Portugal de António Borges Coelho, cujo 1.º de 7 volumes se intitula Donde Viemos. De âmbito mais circunscrito, porventura onde o debate é mais profícuo, temos um número considerável de novas obras sobre a I República, até agora o período mais mal estudado do século XX português. E o alcance desta produção pode ser tal que arriscamo-nos a que o período menos conhecido passe a ser o pós-25 de Abril...
1 comments:
Por muito pouco asséptico que este comentário possa parecer, o historiador RR não é um detergente-branqueador que me interesse.
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