
Roland Barthes, A Câmara Clara, p. 107.
Quando olho para a fotografia da minha mãe, ou minha, ou de um familiar ou amigo vivo, não me ocorre esta catástrofe e não estremeço, embora o argumento de Barthes tenha toda a pertinência. Quando olho para esta foto de Lewis Payne, sinto , de facto, essa catástrofe e estremeço. É que há aqui uma grande diferença: As primeiras fotos de que falo são de pessoas que sabem que não vão enfrentar a morte imediata. Payne, aka Powell, foi condenado à morte, está algemado e sabe que vai morrer brevemente, como refere Barthes: "Está morto e vai morrer", ao que eu acrescento: e sabe que vai morrer breve, brevemente. É este paradoxo que me seduz e me faz estremecer, tal como a arte do fotógrafo Alexander Gardner.
P.S. While hangman Christian Rath was placing the noose over young Powell's head he remarked, "I hope you die quick." He had been impressed by Powell's courage and determination in the face of death. To this Powell replied, "You know best, captain." However Powell did not die quickly as hoped by Rath. After the drop he struggled for life more than five minutes. His body swinging wildly, twice he "Moved his legs up into the sitting position" and was the last to die.
2 comments:
Que foto! E devo dizer que nunca tinha pensado na coisa desta maneira, mas gosto muitíssimo da ideia "toda a fotografia é uma catástrofe". De facto!
é brutal. tenho umas páginas escritas sobre a fotografia, vou incluir a refª do barthes. vallera, dá-le.
Enviar um comentário