Era para ser uma igreja do novo milénio; pela amostra, não passa duma «taveirada» em má fotocópia, um kitsch-pesadelo-bomba. Depois de bons exemplos recentes de arquitectura religiosa, um pouco por todo o país, havia de calhar a Lisboa o pastiche neo-imperial-reluzente, confusamente inspirado numa ficção científica-mas-da-bera.
Entretanto, já se pronunciaram contra a «igreja-caravela» do arq.º Troufa Real, em construção desde anteontem, o director do secretariado das novas igrejas do Patriarcado, Diogo Lino Pimentel, o arq.º Nuno Teotónio Pereira (que a considera "uma aberração") e o Fórum Cidadania Lisboa.
Pode ser que o bom senso ainda prevaleça. Acendamos todos umas velas...
2 comments:
Embora o projecto não seja do meu total conhecimento, e obviamente sem querer comparar, mas imagino o que diriam, alguns "velhos" (deste mesmo local) "do Restelo" se o Antoni Gaudí tivesse decidido construír a igreja da Sagrada Família por cá...
Caro Daniel Baptista:
já estava à espera dessa, pois veio na imprensa.
Mesmo que escolhamos uma qualquer obra de Gaudi, e que a filiemos com as de Troufa Real, não está em questão uma qualquer corrente estética.
O ponto é outro (ou outros).
Além da questão da mensagem neo-imperial historicista-kitsch-confusionista, choca-me o onanismo autoral (que não afecta só esta obra, muitos arquitectos têm hoje a mania de se armarem em escultores), sobretudo quando ele não atende ao espaço em que se vai inserir. E o facto de haverem tantas igrejas (ou património) pela cidade de Lisboa a necessitar de reabilitação e a que a Igreja não acode.
Esses os pontos.
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