Para quem acha piada às peculiares relações entre cultura, mercado e media, vale a pena ler este texto de Javier Marías (El País-«Babelia»).
Além de escritor prestigiado, Marías é também editor da singular Reino de Redonda. É sobre essa experiência que se debruça, abordando tópicos interessantes. Fala de como os media mainstream dedicam obsessivamente as suas folhas (e só prestam atenção) aos best sellers (com a excepção do «Babelia», onde escreve, hélas… mas é um dos melhores suplementos literários existentes). Desespera por constatar que até um Prémio literário com um jurado internacional de notáveis é esmagado pela mesma assimétrica atenção mediática. Em jeito de desafio, revela dados sobre as vendas dos livros do seu catálogo, assunto tabu para a maioria dos restantes editores. Etc..
É um olhar de ironia picante, com muito humor. Deixo-vos aqui em baixo um cheirinho. O resto pode ler-se aqui ou no blogue dele, que segue aí no cartaz.
Além de escritor prestigiado, Marías é também editor da singular Reino de Redonda. É sobre essa experiência que se debruça, abordando tópicos interessantes. Fala de como os media mainstream dedicam obsessivamente as suas folhas (e só prestam atenção) aos best sellers (com a excepção do «Babelia», onde escreve, hélas… mas é um dos melhores suplementos literários existentes). Desespera por constatar que até um Prémio literário com um jurado internacional de notáveis é esmagado pela mesma assimétrica atenção mediática. Em jeito de desafio, revela dados sobre as vendas dos livros do seu catálogo, assunto tabu para a maioria dos restantes editores. Etc..
É um olhar de ironia picante, com muito humor. Deixo-vos aqui em baixo um cheirinho. O resto pode ler-se aqui ou no blogue dele, que segue aí no cartaz.
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"El Cultural de El Mundo, por ejemplo, no se ha dignado -cuesta creer que no haya deliberación- sacar reseña de ninguno de ellos, a lo largo de ocho años. El único suplemento que les suele hacer caso es Babelia, tal vez por la proximidad de mi firma, domingo tras domingo, en El País Semanal (sea como sea, gracias mil). Los demás acostumbran a ser rácanos. Habituado a no incurrir en el mal gusto de solicitar críticas y atención para las obras que publico como autor, me cuesta hacerlo para las que saco como editor, y empiezo a pensar que si uno no da la lata, llama, promociona, ruega, amenaza e insiste, mal lo tiene para que su catálogo suscite interés en los medios especializados. Da lo mismo que uno lance a las librerías rescates fundamentales de autores fundamentales (Isak Dinesen, Conrad, Hardy, Yeats, Sir Thomas Browne, el Capitán Alonso de Contreras o el gran Sir Steven Runciman) o que suelte textos interesantísimos desconocidos en español (Viaje de Londres a Génova de Baretti, los cuentos de Vernon Lee o los recuerdos del fusilero Harris que combatió en la Guerra de la Independencia). Si uno no hace relaciones públicas ni pide favores, será difícil que alguien, en las redacciones, se moleste ni en echarles un vistazo".
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"Todos los volúmenes, eso sí, llevan su prólogo o presentación: algunos míos -qué remedio-, otros de gente afectuosa como Mendoza, Savater, Pérez-Reverte, Antony Beevor, Rodríguez Rivero o el Profesor Rico -bueno, éste aún me lo ha de escribir. Todos ellos forman parte del jurado del Premio Reino de Redonda, que concede cada año a un escritor o cineasta extranjeros la editorial, añadiéndose déficit, para variar. Pese a que son también miembros del jurado George Steiner, Almodóvar, Coetzee, Rohmer, Alice Munro, William Boyd, Ashbery, a veces Coppola, Villena, Magris, Sir John Elliott, Lobo Antunes o Gimferrer, la cosmopolita prensa española apenas si se hace eco de él, mientras llena páginas con cualquier merienda de negros de cualquier editorial poderosa o institución oficial".
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