segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Choque de civilizações

Começa logo no Aeoroporto (de nome impronunciável), dizem-nos após a aterrisagem que é um aeroporto silencioso, não há avisos sonoros e quem quiser informações que se dirija aos balcões. Um nada irreal um aeroporto silencioso, a decoração IKEA omnipresente, o asseio e a simplicidade das indicações passam despercebidas. O cartão multibanco põe-se de pernas para o ar, mas isso não interessa nada. Depois um autocarro leva-nos directo ao nosso destino, mesmo sem perceber uma palavra do idioma autóctone, com o zelo do condutor e o desfilar das paragens no painel das informações, seria difícil enganar-se na paragem. Ao descer do autocarro há umas pequenas obras que obrigam os peões a fazer um desvio, dar uma volta e passar de baixo duma ponte para ir dar ao outro lado da avenida e tomar a via pedonal. Há um simpático senhor de barbas brancas, quiça oriundo da Lapónia, que buzina na sua carrinha Volvo do outro lado da avenida e aponta com o indicador o caminho a seguir, não vão os estrangeiros enganar-se e perder-se. Relatos não confirmados dão conta de que o atencioso senhor das barbas brancas deu mesmo meia volta, passou debaixo da ponte e veio verificar que os estrangeiros encontraram o caminho.
Entretanto passeamos por uma cidade com transito calmo, não se vê condutores agressivos, as buzinadelas são raras, todas as passadeiras têm pavimento diferenciado e sinalização sonora para cegos, os circuitos para ciclistas estão impecavelmente sinalizados e organizados (e cheios de ciclistas, quase como em Paris). Dâ-mo-nos conta que a estação central de comboios é no mesmo edifício que a estação central dos autocarros, que tem ligação directa ao aeroporto (comboio expresso) e onde ainda se podem comprar bilhetes para as ligações de barco para os países vizinhos. Que raio de ideia esta de não obrigar os passageiros a atravessar a cidade toda para mudar de um transporte para outro... E os pobres?!?! Onde estão os pobres, que ainda os não. Aliás os autóctones parecem-me todos burgueses. Não seria magnífico um país só de burguses? Mas o problema deve ser meu, não procurei no sítio certo. Diziam-me que o sistema assistencialista deles estava em falência, há mais de trinta anos que está em falência, nem imagino o que era antes de ter falido.
Sinceramente as diferenças civilizacionais são demasiado profundas, não sei se aguento muito mais tempo.

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