Outro dia, a pretexto de já não sei bem o quê, lá fui novamente jantar ao "Le P'tit Canon" (nova morada: 36, rue Legendre, XVII arrondissement, Paris). Desta vez o grupo era maior. Vá-se lá saber porquê calhou-se a responsabilidade de escolher o vinho. Quer dizer, pensavam eles. Eu já sabia que a responsabilidade ia cair no Christian (patrão do P'tit Canon), cuja competência em matéria de vinhos só tem rival na simpatia da sócia, Isabelle. Eu ainda tentei, só por questão de manter as aparências:
(diálogo original em francês, traduzido livremente, assim mo permita a memória vaga dos acontecimentos, para português, correndo um pequeno risco de ser levemente romanceada - os links de hipertexto não constam do diálgo original)
(eu) - Então..., pode ser o Madiran.
(e ele) - Madiran, lamento mas não temos, ainda vem a caminho.
(e eu) - Ah bom?
(e ele) - Sim, mas temos um Saint-Chinian que é uma maravilha, é mesmo melhor que o Madiran.
(e eu armado em entendido) - Ah bom? E isso que cepagem é que é?
(e ele, com paciência) - É principalmente Mourvèdre, com um pouco de Syrah.
(e eu) - Ah, e tal, Mourvèdre não conheço. [e lá se foi a aura de entendido] Venha o Saint-Chiniant.
- seis garrafas mais tarde -
(eu) - Era mais uma garrafa do Saint-Chinian, svp.
(e ele) - Saint-Chinian acabou-se, vocês beberam a última garrafa*.
(e eu) - Ah bom?
(e ele) - Sim, mas tenho uma garrafa de Côtes du Marmandais, da propriedade Château de Beaulieau, 1995. É uma maravilha, digamos que é já uma divisão acima do Saint-Chinian [ou seja, estávamos já na luta pela Liga dos Campeões].
(e eu) - Côtes du Marmandais?
(e ele) - Sim é ali entre o Languedoc e Bordeaux.
(e eu) - Venha o Côtes du Marmandais.
E de momento não consigo fazer uma avaliação dos vinhos mais exacta do que o que se pode depreender do post, mais algum trabalho de campo será necessário para esse efeito. Excepto que o facto de "Côtes de Marmandais" se encontrar entre o Languedoc e Bordeaux, é muito mais, mas muito mais do que uma simples circunstância geográfica. Do que me lembro o "Château de Beaulieu" é um excelente vinho porque sem ser nem Languedoc nem Bordeaux, consegue ser Bordeaux e Languedoc ao mesmo tempo.
* É a primeira vez, de que me lembre, que consigo tal proeza.
(diálogo original em francês, traduzido livremente, assim mo permita a memória vaga dos acontecimentos, para português, correndo um pequeno risco de ser levemente romanceada - os links de hipertexto não constam do diálgo original)
(eu) - Então..., pode ser o Madiran.
(e ele) - Madiran, lamento mas não temos, ainda vem a caminho.
(e eu) - Ah bom?
(e ele) - Sim, mas temos um Saint-Chinian que é uma maravilha, é mesmo melhor que o Madiran.
(e eu armado em entendido) - Ah bom? E isso que cepagem é que é?
(e ele, com paciência) - É principalmente Mourvèdre, com um pouco de Syrah.
(e eu) - Ah, e tal, Mourvèdre não conheço. [e lá se foi a aura de entendido] Venha o Saint-Chiniant.
- seis garrafas mais tarde -
(eu) - Era mais uma garrafa do Saint-Chinian, svp.
(e ele) - Saint-Chinian acabou-se, vocês beberam a última garrafa*.
(e eu) - Ah bom?
(e ele) - Sim, mas tenho uma garrafa de Côtes du Marmandais, da propriedade Château de Beaulieau, 1995. É uma maravilha, digamos que é já uma divisão acima do Saint-Chinian [ou seja, estávamos já na luta pela Liga dos Campeões].
(e eu) - Côtes du Marmandais?
(e ele) - Sim é ali entre o Languedoc e Bordeaux.
(e eu) - Venha o Côtes du Marmandais.
E de momento não consigo fazer uma avaliação dos vinhos mais exacta do que o que se pode depreender do post, mais algum trabalho de campo será necessário para esse efeito. Excepto que o facto de "Côtes de Marmandais" se encontrar entre o Languedoc e Bordeaux, é muito mais, mas muito mais do que uma simples circunstância geográfica. Do que me lembro o "Château de Beaulieu" é um excelente vinho porque sem ser nem Languedoc nem Bordeaux, consegue ser Bordeaux e Languedoc ao mesmo tempo.
* É a primeira vez, de que me lembre, que consigo tal proeza.
3 comments:
Isso é que foi, hein. Estou impressionado. Não me lembro duma vez em que tivessem sido despachadas tantas unidades de tinto. Quer dizer, já deve ter ocorrido nalguma patuscada com um grupo grande, mas acontece que também não me lembro... Normalmente, a regra é a pessoa já não se lembrar...
Por cá, vamos mais nos brancos (o Prova Régia continua fantástico), mas, de vez em quando, lá escorre o Vale da Judia tinto, graças a recente descoberta 'de bairro' (por aqui encontrei uma carrinha que faz entregas deste vinho, a preços bem módicos, acima de 50% menos do que nas enotecas, o único local onde ele é vendido).
Guarda-me uma garrafa!
Com muito gosto. Cá ficará guardada na garrafeira privativa, agora só com tintos, que os brancos têm procura desusada nesta quadra de canícula.
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