domingo, 2 de agosto de 2009

Vinhos do Algarve: chegou a hora!

Muitos vaticinaram o fim desta região vitivinícola, até porque a situação estava bem decadente, à semelhança, aliás, do que ocorreu com o Bucelas.
Porém, graças à persistência e engenho de vários empreendedores e especialistas, foi possível relançar uma região inteira.
Nesta lista inclui-se o cantor Cliff Richards, com os seus vinhos Vida Nova e Onda Nova. Mas há mais para escolha e prova: Paxá, Cabrita, Barranco Longo, João Clara, Alvor, Tapada da Torre, Fuzeta e Quinta do Francês.
A Região de Turismo tem vindo a promover este sector, produzindo o Guia de Vinhos do Algarve, lançado no passado mês de Junho. Além de notas de prova, contém uma ficha técnica para cada um dos 75 vinhos seleccionados (temperatura ideal de consumo, castas usadas, etc.), lista dos 16 produtores regionais e intróito histórico com início na presença árabe, tudo envolto num design arrojado.
Uma parte destes vinhos tem vindo a ser premiado em eventos internacionais desde 2007, pelo menos (vd. exemplo recente aqui).
A lista de vinhos que vos deixo supra é uma mini-selecção do crítico Rui Falcão, recentemente divulgada (excepto os 2 últimos), e veio mesmo a calhar (vd. «Ousar experimentar», Público, 25/VII/2009, p. 32-Fugas).
No adegga, um site social temático, pode aceder-se a notas de prova dalguns destes vinhos.
Então boa sorte e boas provas!!

6 comments:

bons temposhein disse...

Pelos vistos retomaram a prática de fazer o vinho a partir das uvas.
Ainda bem, pode ser que se estenda a outras zonas...

Sappo disse...

Arre, finalmente o Daniel se inspirou novamente e voltou a nos brindar com o seu “vinhos ao domingo”. Estava a ficar muito sóbrio este sítio. Tim-tim.

ps. dia desses estive numa casa de bebidas e notei que a oferta de tintos portugueses, sobretudo do Alentejo, é bem maior do que há uns anos, quando eles quase não existiam no mercdo. Parece-me que os brazucas estão a trocar os duvidosos argentinos, chilenos e californianos pelos tugas. Os preços são bem convidativos, mas falta ainda uma melhor divulgação dos produtores, mesmo porque existe um certo preconceito quanto aos vinhos produzidos em terras lusitanas. O brasileiro classe média tem o péssimo habito de consumir apenas rótulos.

Daniel Melo disse...

jrd, isso é humor negro ou tinto?
Da quantidade à qualidade, os últimos 20 anos foram de evolução sustentada, atestada pelo reconhecimento internacional (críticos, prémios, novos mercados, etc.).
Isto é consensual, ainda que persista muita coisa do passado, a começar pela zurrapa, e más coisas do presente, como a escalada imparável da graduação alcoólica.

Daniel Melo disse...

Manolo, ainda bem que gostaste.
E ainda bem que os brazucas estão a prestar um pouco mais de atenção ao vinho tuga, já merecia.
Depois do azeite, parte da culinária, etc., é a vez do belo néctar. Ora, aí está uma prova de bom gosto.
Quanto aos vinhos de que falas, dos chilenos nunca provei. Dos argentinos, sim, um branco bom. Quanto aos californianos, que também já provei, isso «é pano que dá mangas». Para não parecer que fujo com o rabo à seringa, dizer que escrevi 2 posts sobre o tema inspirando-me num excelente e apropriado documentário para esta conversa, o Mondovino.
Os posts sairam no blogue Fuga para a Vitória (vd. http://fugaparaavitoria.blogspot.com/2006/11/os-paradoxos-da-globalizao-num-copo-de.html; e http://fugaparaavitoria.blogspot.com/2006/11/mondovino-episdio-luso.html).

jrd disse...

Meu caro Daniel,
Não pretendi denegrir a qualidade reconhecida, até por mim que sou um conhecedor médio, dos nossos vinhos.
O meu comentário era mesmo um "divertimento", peço desculpa.
Já agora, aqui vai outro, este com razão fundamentada.

http://bonstemposhein.blogspot.com/2007/08/do-vinho-em-terra-de-cerveja.html

Um abraço

Daniel Melo disse...

jrd, já percebi o contexto e não tem nada que pedir desculpa, eu também estava na brincadeira; teve muito azar, então, nesse país nórdico.
Digo eu, que não acredito que todo o vinho que exportem para a Europa seja mau.
Ainda há uns meses atrás, um responsável de secção de vinhos da ECI desculpava-se pela pouca oferta duma marca portuguesa (a DFJ) por a maioria da sua produção ser exportada, sobretudo para a Alemanha.
Ora, a DFJ é das poucas empresas do sector direccionada para uma maior produção a preço razoável, mas com qualidade, isto na opinião de vários críticos de imprensa (e da minha)...
Pode ser que cheguem algumas garrafas destas aí...