O rastilho terá sido um pesado aumento dos preços de bens essenciais. Logo de manhã, grupos de pessoas dos bairros mais pobres da capital moçambicana começaram a protestar e a levantar barricadas. Seguiram-se confrontos com a polícia e pilhagens. A cidade rapidamente ficou sitiada. Até agora, há 6 mortos e dezenas de feridos, incluindo duas crianças.No telejornal da SIC das 12h, o escritor Mia Couto confessava a sua surpresa pela ausência de comunicados oficiais sobre os acontecimentos. O premiê moçambicano, Armando Guebuza, que só à tarde falou, está sob crítica: terá demorado muito tempo a reagir.
Por ora, o ambiente acalmou, mas continuam a circular incitações ao protesto, por sms.
Os motins populares não são novidade em Moçambique. O problema é aquilo que revelam sobre o mal estar social e as más condições de vida: fome, privação, pobreza, desemprego, insegurança sobre o futuro. Há que criar condições que combatam estas causas. A receita actual, baseada num neo-liberalismo recauchutado, não resultou.


2 comments:
Dies Irae...
Sim, cólera, mas se calhar também desespero e chamada de atenção.
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