Os escândalos envolvendo o atual presidente do Senado brasileiro e seu clã é coisa bem antiga e não é novidade alguma pra qualquer pessoa relativamente bem informada sobre a política brasileira dos últimos anos. José Ribamar Sarney se vê às voltas com denúncias de irregularidades desde que chegou à presidência da República (por via indireta, diga-se), em 1985. As acusações durante todo o seu governo iam desde fraude em grandes obras públicas (tipo Ferrovia Norte-Sul) até concessões irregulares a parlamentares amigos de emissoras de rádio e TV (v. aqui a atual situação).
Além disso, Sarney e os filhos enfrentam outras graves denuncias de corrupção desde 1989, mas até o momento sobreviveram ilesos. E como sobreviveram! Tanto é que continuam a mandar e desmandar no Brasil. Todas as investigações contra Sarney ou seus queridos rebentos, desde a CPI da Corrupção, em 1989, até o escândalo da Sudam (que provocou um desvio de R$ 1.700.000.000,00) sempre esbarraram em manobras políticas e, principalmente, em decisões judiciais suspeitas.
E o mais triste de tudo isso é o apoio incondicional que o presidente Lula vem dando a este gangster (v.aqui), que representa todo o atraso deste país, o coronelismo, a oligarquia política retrógada e feudal. Enfim, um dinossauro de rapina que fez e faz do Brasil um imenso balcão de negócios pra si, parentes e aliados políticos.
Eis aqui a trajetória “política” do dito cujo:
1.988 – Relatório da CPI da Corrupção propõe o seu indiciamento por crime de responsabilidade por irregularidades cometida em seu governo. Resultado: a denúncia foi arquivada logo em seguida.
1.989 – Outra CPI da Corrupção, desta vez envolvendo também 4 de seus ministros, tem o mesmo destino da primeira: é arquivada descaradamente. Os senadores recorrem à Justiça, mas tudo ficou com dantes.
1.993 – Durante a CPI do Orçamento, a Construtora Servaz é envolvida num esquema de propinas junto à Comissão de Orçamento. Por coincidência, a tal construtora foi a responsável por amplas e caras reformas em várias propriedades da família Sarney.
2.000 – Roseane Sarney (a filha), então governadora do Maranhão (o quintal da família e o pior IDH do Brasil) e candidata à presidência da República, é envolvida no escândalo da Sudan, de onde foram desviados 1.700.000.000,00 de reais. Misteriosamente, a denúncia foi arquivada pela Justiça. São as forças ocultas...
2.009 – Mais de 600 “atos secretos” foram decretados para nomear parentes, amigos, criar cargos e aumentar salários. Entre os beneficiados, constam nomeações de parentes, amigos e afilhados políticos de Sarney.
- Sarney recebe estranho auxílio moradia no valor de 3.800 reais mensais. Tudo bem não fosse um pequeno detalhe: ele mora em Brasília, mas não tinha se dado conta disso.
- Fernando Sarney, o filho, e nora Teresa Cristina Murad Sarney são indiciados pela Polícia Federal pelos crimes de formação de quadrilha e lavagem de dinheiro, entre outros. Isso é o que se pode chamar de matrimônio unido e feliz.
- Uma mansão em Brasília (no valor de 4.000.000,00 de reais) não foi declarada à Justiça Eleitoral. Bem, mais é um valor quase insignificante, pois sim. Afinal, para quem já amealhou uma grande fortuna ao logo de sua atividade política, 4 milhões a mais ou 4 milhões a menos não fazem a menor diferença. É só mais uma perseguição da Imprensa tupiniquim.
- Fundação José Sarney é acusada de desviar recursos de patrocínio da Petrobrás para empresas fantasmas. Bem, como o dinheiro é de uma estatal bem rica, tudo bem. Mesmo porque a Petrobrás é uma das empresas que mais faturam no mundo. E tudo não passa de um complô de seus inimigos políticos.
- Mordomo pago pelo Senado prestava serviços na residência de Roseane Sarney desde 2.003. Detalhe: o salário do rapaz era de 12 mil reais, quando o salário mínimo brasileiro não passa dos 500 reais.
- Gravações da Polícia Federal, com autorização da Justiça, revelam a prática do sórdido nepotismo pela família Sarney. E neste caso, até o pobre Deus foi envolvido na negociata (aqui o áudio). É aquela velha história: Deus abençoa e o Zé Povinho paga.
Quer mais, ou isto ainda é pouco?
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