Qualquer outra definição que não seja obra-prima é pouco pra descrever “Kind of Blue”. Com o lançamento deste disco, Miles Davis consolida o cool e abre as portas pra entrar na História do jazz como um dos músicos mais criativos e geniais de todos os tempos. O jazz jamais seria o mesmo depois deste álbum.
Lançado em agosto de 1959, “Kind of Blue” é revolucionário, irretocável e de extrema beleza. Em suma: é puro êxtase musical, onde o melódico e delicado trompete do mestre Miles é acompanhado por um sexteto dos sonhos comporto por John Coltrane (sax tenor), Bill Evans (piano), Julian "Cannonball" Addlerley (sax alto), Wynton Kelly (piano), Paul Chambers (baixo) e Jimmy Cobb (bateria).l
O disco foi produzido em apenas 2 sessões de gravação (em 2 de março e em 22 de abril). Ao chegar ao estúdio, Miles Davis apenas distribuiu um papel para cada um dos músicos com o esboço das 5 músicas. Em seguida, ele começou a tocar e o sexteto foi atrás. Resultado: nasce assim o que viria a ser um dos melhores discos de jazz de todos os tempos, que comemora os seus 50 anos com uma reedição de luxo, composta por 2 CDs (com faixas extras), um documentário em DVD e um livreto. Para quem não conhece, esta é uma boa oportunidade, pois “Kind of Blue” é obrigatório a todos os amantes do jazz. Uma discoteca sem ele é uma discoteca amputada. Aqui vídeo sobre o disco.
Nb: Para aqueles que queiram mergulhar na historia do jazz e deste disco, a leitura do livro ‘Kind Of Blue – A História da Obra-Prima de Miles Davis’ , de Ashley Kahn, é uma ótima dica.
3 comments:
Grande Miles!
Ainda bem que o lembras, Manolo, e logo com uma obra lendária.
Gosto muito desse e de muitos outros álbuns dele.
Um em especial, «In a silence way», já o referi num post teu anterior.
Depois, «Ballads» e «Ascenseur pour l'échafaud», banda sonora dum filme francês com a belíssima Jeanne Moreau.
Mas há mais, muitos mais.
O homem não parava.
Ainda há uns dias atrás vi um documentário sobre a participação dele no Woodstock, em 1968.
Salve, Daniel.
Tens um ótimo arsenal de Miles. Invejável.
O homem foi um gênio. A sua inquietude musical e a sua busca tenaz por uma nova sonoridade fizeram dele um dos músicos mais criativos do mundo jazzístico. Transitou por vários estilos e deixou a sua marca definitiva em todos eles. Já a cena de Moreau a caminhar ao sabor do destino na noite parisiense com o fundo musical de Miles é poesia pura. Não tenho outra definição.
Quando ao Woodstock , foi o de 1970, realizado na Inglaterra (pra que não confundam com o dos EUA, realizado em 1969). Infelizmente, não vi essa gravação. Mas fica agendada.
Tens razão, Manolo, é de 1970.
O documentário passou no canal Mezzo, há cerca duma semana atrás.
Tinha muitos depoimentos de músicos que tocaram com ele. E imagens de arquivo. Mas não gostei de irmos vendo as sequências do concerto aos bochechos, ficava um pouco sem nexo a música e sua apreciação.
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