Quem acha que os Homens da Luta não são música de intervenção tem que ouvir esta excelente entrevista ao vocalista e mentor Gel/ Nuno Duarte.
Já agora, boa viagem à Alemanha e aproveitai para pregar uma valente partida à imperatriz Merkel! Seria ouro sobre azul.
Ah, e bom Carnaval para todos!
5 comments:
'Música de intervenção' paga e inventada por companhias de produção e de relações públicas. E é 'música de intervenção' certo?
Não, é basicamente a promoção de nihilismo ONGista: muito barulho, raciocínio a zero, alternativas nulas.
Os poderes instituídos podem bem com estas coisas. Até agradecem que a geração actual pense que estas coisas são uma espécie de modelo de activismo, e que lhes estão a contar alguma verdade.
E é por isso mesmo que as promovem.
Que visão tão pessimista, credo!
É claro que, não havendo sociedade humana sem poder, ele estará sempre presente, e por cima.
A questão é saber até onde pode ir a democratização das consciências e dos actos, a disseminação do poder.
Pensando melhor, quem acha que realmente ocorreu um desastre inexplicável naquele serão RTP, tem ainda a oportunidade de assinar a «Petição Por um Portugal Digno em Dusseldorf» (http://peticaopublica.com/PeticaoVer.aspx?pi=P2011N7498). Vale a pena ler.
Não é pessimismo, é realismo.
Este tipo de movimentos, promovidos a partir do topo (com bandas que de repente são contestatárias, promovidas em jornais, canais de TV, etc) não trazem nada de novo, para além de um nihilismo inconsequente, que nunca mudará nada num sentido real.
Por exemplo, hoje em dia, a grande bandeira de batalha é o desemprego e a precariedade. Os protestos, claro, são isto: «queremos mais e melhores empregos, mais e melhor pagos -- queremos que os políticos nos garantam esses empregos». Esse é o grito de batalha.
É claro que, aqui no meio, ninguém (nenhum canal de TV, nenhum jornal licenciado, nenhuma banda ou grupo cómico gerido por peritos de RP) dirá que a razão de não haver empregos, é bipartida: 1) o facto de o país ter assinado acordos e tratados internacionais que efectivamente deslocalizaram a produção e uma boa parte do retalho para fora; 2) o facto de a economia nacional estar a saque pelo sistema bancário internacional, através dessa invenção maravilhosa que são os mercados de derivativos.
Enquanto esses dois factores não forem revertidos, cancelados, toda e qualquer hipótese de recuperação é impossível. A economia vai simplesmente continuar a colapsar, o desemprego a aumentar, e com ele a criminalidade, o desespero social, etc.
Terra queimada. E o que se faz, em terra queimada? Bom, basta olhar para América do Sul, África, algumas porções da Ásia, nas últimas décadas.
Metem-se ONGs, agregadas às multinacionais, a gerir a miséria. Incentiva-se a sensação de 'people power'. O nihilismo inconsequente de rua. Culpabilizam-se os actores sem grande poder decisório real -- os políticos nacionais. Dão-se canais inconsequentes para ventilar a frustração. Constroem-se previamente esses canais, de modo a dirigir a discussão para assuntos sem relevância, sem conexão real com as causas.
Portanto, sim, vamos ter muito mais 'people power' inventado por ONGs e empresas de RP, muitos protestos adolescentes, muito ambiente de Buenos Aires by sundown, muita desinformação como nunca antes.
E muita terra queimada.
Lamento a duração do comentário, por vezes entusiasmo-me. Cumprimentos.
Sobre a razão bipartida, o 1.º ponto pode até estar muito certo, mas um rasgar de tratados agora só afundaria ainda mais o país.
Dito isto, há espaço para os PIGG se juntaram e tentarem um grupo de pressão alargado sobre a UE no sentido de reforçar um escuddo protector (euro-bonds, etc.) que imepeça as presentes acções de destruição económica levadas a cabo pelos especuladores e de se negociar uma renegociação das dívidas nacionais.
Já sobre o papel das ong's, entendo que a simplificação da sua diversidade esconde contributos indispensáveis do terceiro sector.
Só para ter uma ideia, um estudo recente duma plataforma espanhola, o CIRIEC-España, estima em que a «economia social» represente já mais de 10% do PIB local(http://www.observatorioeconomiasocial.es/actualidad-observatorio.php?id=1595), e este nem deve ser dos valores mais representativos. É um valor que não pode ser reduzido a um «nihilismo ONGista» (já agora, o que é isso?).
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