sábado, 5 de março de 2011

Pelo amor de Deus!


A British Humanist Society criou três posters a pedir às pessoas que não têm qualquer religião que, no censo que vai ser realizado este mês, se identifiquem claramente como tal. Os posters são completamente inofensivos, mas foram banidos das estações de comboio por, alegadamente, serem ofensivos... Há coisas que me deixam muito zangada...

A religião nas escolas não é opcional, as crianças estão constamente a ser bombardeadas com os costumes e hábitos da religião A, B ou C. Este ano, pela primeira vez, o símbolo da British Humanist Society foi acrescentado ao mural das religiões do mundo. Os meus filhos ficaram todos contentes e só na altura percebi como era complicado para eles o facto de, nesta casa, não se praticar religião alguma. Isto vai mal! Acho que está na hora de os humanistas se declararem ofendidos!

4 comments:

Daniel Melo disse...

Ó balha-mi nossa sinhora!

Botai lá a cruzinha, credo.

Paula Tomé disse...

Podes crer, isto a democracia é uma quimera em todas as frentes!

Fernando Vasconcelos disse...

Pois eu que sou Católico e praticamente não me sinto minimamente ofendido e acho até piada ao poster. Não me parece que Deus se importe com uma brincadeira e com a alegria que resulta da mesma, antes pelo contrário. Infelizmente os fanatismos de toda a ordem não são exclusivos de nenhuma religião.

Miguel disse...

Bom, tecnicamente falando, o humanismo acredita num deus, como vários humanistas (Dewey, Wells, etc) asseveraram: o 'colectivo humano', a 'inteligência colectiva da espécie', todo esse tipo de nonsense pseudocientífico, é convertido em Deus, na perspectiva humanista. O 'colectivo' através do 'consenso', obtém a verdade absoluta em cada momento relativo. É inquestionável e todo poderoso.

O 'partido', na famosa obra de Eric Blair.

Por outro lado, a sua 'hermenêutica ética' vem directamente da Kaballah (a verdadeira, não a das pop starlets), e do movimento Ba'hai. Aliás, os Ba'hai, sendo bons serventes dos darwinistas sociais britânicos, são tipicamente os principais promotores institucionais do humanismo secular.

Como todas as religiões, o humanismo secular teve, e tem, as suas purgas e genocídios, agora em nome da razão, da organização científica da sociedade, etc. Aliás, é o sistema de crenças mais genocida de sempre: das planícies ucranianas e kazaques, à savana africana, e à reserva sul-africana, já matou muita gente, esta ideologia.

Mas, e esta é a chave, de entre todas, é a única religião que arroga ser inteiramente 'racional' e 'científica'. Tão petulante como enviesada, portanto.