terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Jip en Janneke

Enquanto espero pacientemente que Janeiro termine e que Fevereiro se desenvolva a uma qualquer velocidade vertiginosa, olho para o calendário de Jip en Janneke. Vi pela primeira vez esta dupla de sombras (irmãos? amigos? colegas de escolas?) em casa de um amigo belga que me explicou pertencerem à literatura infantil neerlandesa.
As histórias foram escritas nos anos 50 por Annie M.G. Schmidt e ilustradas Fiep Westendorp, mas nunca consegui saber muito mais, porque à volta de Jip en Janneke tudo se passa em neerlandês. Gostava de acompanhar as aventuras dos dois, mas traduções francesas, nem pensar e inglesas que existiram sob outros nomes, não se encontram. Até lá, continuo a olhar para o calendário.








4 comments:

JSA disse...

Ora bem, traduzindo de forma muito rápida da Wikipédia em neerlandês, porque no site que referes a coisa tem demasiada informação.

Jip e Janneke são vizinhos, não são irmãos. As suas pequenas histórias surgiram no jornal diário "Het Parool" em 1952. As histórias andam sempre à volta de histórias normais para crianças, como andar à chuva, visitar a avó, fazer puzzles, etc. O cão Takkie e o gato Siepie são personagens importantes, tal como a mãe, que costuma avisar que determinadas coisas não se podem fazer.

As histórias eram escritas por Annie M.G. Schmidt e ilustradas por Fiep Westendorp, que tornou as personagens como silhuetas por funcionar melhor na impressão do jornal.

O primeiro livro surgiu em 1953 e até 1960 foram publicados 8 livros que foram traduzidos em polaco, alemão, inglês ("Mick and Mandy" e Bob and Jilly"), castelhano (Mila y Yaco), hebreu, indonésio, estónio, latim e twentse (dialecto da região de Twente, na Holanda).

A última história foi publicada em 1957, mas as personagens foram recuperadas depois nos anos 70, primeiro com a republicação das histórias antigas e depois com novas histórias, que continuaram com silhuetas pretas, mesmo num jornal a cores.

Depois da morte de Fiep Westendorp (a desenhadora), o seu espólio foi doado ao Museu Maarten van Rossum em Zaltbommel.

Existe um vasto mercado em volta das figuras, desde pijamas a puzzles.

Uma outra herança das histórias é a Ji-en-Janneketaal (literalmente "língua de Jip e Janneke") que se refere à linguagem simplificada que os políticos usam por vezes para esclarecerem alguns pontos. Este termo tanto pode ser usado num contexto positivo como negativo.

E é isto o essencial da história, pelo que pude ver. Apesar de cá viver (na Holanda) há 4 anos, nunca tive grande curiosidade pelas personagens, apesar de ter lido uma ou outra história delas quando andei a aprender a língua. Seja como for, aqui fica a ajuda.

Isabel Valente disse...

Já quase tudo ficou dito no comentário anterior. Acrescento que Jip en Jannekke são tão intemporais como a Nijntje de Dick Bruna (em Portugal, Miffy) e continuam a entusiasmar a pequenada. São histórias muito simples da vida quotidiana que devolvem sempre uma candura e assombro pela vida que reconfortam. Ao mesmo tempo, registam a forma de vida das crianças holandesas num pequeno meio (rural?) para a posteridade, onde o leiteiro ainda vem à porta vender e a mãe está em casa com as crianças. Modo de vida esse que, diga-se de passagem, não mudou assim tanto ainda para muitas crianças na Holanda, ao que sei um dos países com maior taxa de "stay at home mothers" e onde se luta ferozmente por conservar os aglomerados urbanos habitáveis pelas crianças e permitir-lhes viver na sua terra, e não apenas entre as quatro paredes da sua casa. O que me merece três vivas, ou, como se diria em holandês: hip hip hoera!
P.S. - Sofia, em querendo, estou disponível para traduzir algumas histórias - sempre tento redimir-me da oposição ao Peão fumador...

Sofia Rodrigues disse...

Muito obrigada aos dois pela informação.
Jsa, obrigada pela paciência de traduzires da wikipedia. Eu já tinha visto a página, mas sem perceber nada.
Isabel, obrigada pelo contexto e pela disponibilidade. Se realmente tiveres disposição aceito a oferta. Até acho que te devias apresentar numa editora.
Agora redenção à oposição ao Peão fumador é que é mais difícil ;-)
Já podia ter escrito sobre eles há mais tempo, se soubesse...

vallera disse...

Também espero pacientemente que Janeiro termine e que Fevereiro se desenvolva a uma qualquer velocidade vertiginosa. Até lá, não tenho nenhum calendário para o qual olhar, a não ser o do telemóvel que está sempre desligado.
humpf!