sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Hamas e Fatah anunciam governo de unidade nacional (e reconstrução)

palestinos_bandeiraOs grupos rivais palestinos Fatah e o Hamas anunciaram ontem que formarão um governo de unidade nacional até o final do próximo mês. Serão criados 5 comitês responsáveis por tratar temas como segurança, reconciliação nacional, eleições, além de terem a missão de formar um governo de unidade aceito pela comunidade internacional. Tanto o Fatah quanto o Hamas libertaram seus prisioneiros ontem.

Apesar da diferença entre as 2 facções vir de longo tempo, ela se acirrou em 2006, quando o Hamas venceu democraticamente as eleições parlamentares. Mas o resultado não foi aceito por boa parte da comunidade internacional (leia-se UE, EUA e Israel), que exigiu do grupo o reconhecimento do estado de Israel. Para obter o tal reconhecimento, o Hamas então aceitou a divisão do poder com a tentativa da formação de um governo de unidade nacional com o Fatah.

O acordo não deu certo e as diferenças entre eles – o Fatah é mais moderado e reconhece Israel, por exemplo – acabou culminado em violentos confrontos nas ruas de Gaza, em 2007. Resultado: depois de muitas mortes, o Hamas assumiu controle total de Gaza e o Fatah, da Cisjordânia. Se naquela altura dividiram pra governar é chegada a hora de se unirem pra reconstruir todo o estrago feito por Israel. Mais.

Adendo - O Hamas rejeitou hoje (28) o pedido da secretária de Estado americana, Hillary Clinton, para que reconheça o direito de Israel a um Estado e, em troca, seja reconhecido como representante do povo palestino. "É uma intromissão inaceitável nos assuntos internos palestinos", disse à imprensa o porta-voz do Hamas em Gaza, Ismail Radwan, em resposta à solicitação da ex-primeira-dama.

Segundo a secretária de Estado, que na segunda-feira inicia uma viagem oficial à região, para ser aceito pela comunidade internacional o Hamas precisa cumprir as três condições que lhe foram impostas em 2006 pelo Quarteto de Madri (EUA, Rússia, ONU e UE): reconhecer Israel, aceitar os acordos de paz assinados e abandonar a luta armada. Radwan respondeu hoje que o "Hamas permanecerá irredutível em sua postura de não reconhecer Israel e (de não aceitar) as condições do Quarteto". Fonte (EFE)

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