quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Sexo: Feminino. Nacionalidade: Brasileira.

schafe Foram justamente estes dados do bilhete de identidade que levou a advogada brasileira a ser cruelmente torturada por um grupo de skinheads neonazistas suíços. Paula Oliveira estava grávida de 3 meses de gêmeas e terminou por perder os bebês. Depois de ser barbaramente agredida a socos e chutes por mais de 15 minutos, cortaram-lhe o corpo inteiro com estiletes a até “escreveram” em sua barriga e pernas a sigla SVP (Scheiz Volks Partei – em português, Partido Popular da Suíça). Este partido é composto por grupos de ultradireita e xenófobos e centra toda a sua campanha eleitoral em temas populistas, onde o imigrante do país é seu principal alvo de ataque. Mais detalhes e imagens desta selvageria aqui.

Imagens: Um dos cartazes de campanha eleitoral do SVP, onde uma ovelha negra é expulsa do país por outras brancas, com o texto: "Pela expulsão de estrangeiros criminosos. Criar Segurança". Infelizmente, este não é um ato isolado de xenofobia. Abaixo, um vídeo sobre a onda de xenofobia e racismo que se alastra pela Europa.

Adendo - Finalmente um jornal europeu escreve sobre o assunto: Este episódio está a gerar alguma tensão diplomática entre a Suíça e o Brasil. Ainda de acordo a agência noticiosa brasileira, o caso ganhou contornos políticos depois de a cônsul-geral do Brasil em Zurique, Vitória Clever, ter constatado que a polícia local não abriu nenhuma investigação ao sucedido nem sequer tentou identificar os autores do ataque.



2 comments:

Anónimo disse...

Uma jovem brasileira que afirma ter sido vítima de agressão racista em Zurique e ter abortado após o ataque, poderia ter-se automutilado, informou a polícia municipal, desmentindo que ela estivesse grávida:

http://noticias.sapo.pt/info/artigo/912874.html

Sappo disse...

É verdade, caro Anônimo. Mas é muito estranho que isso só veio à tona depois de o governo brasileiro ter ameaçado denunciar à ONU o ocorrido, pois até então nem mídia, nem autoridades (policial ou governamental), nem médicos estavam investigando a denúncia, quando o caso ocorreu na última segunda-feira. Ao contrário. Parecia até que nada tinha acontecido até o dia de hoje. Investigar pra quê? Só pra gastar dinheiro público com uma imigrante? Seria este o pensamento das autoridades locais? Não tenho dúvidas disso. Não achas estranho também que ninguém tenha dado qualquer declaração oficial sobre o assunto, mesmo quando solicitada por via diplomática? Independentemente do que tenha acontecido, uma suspeita como esta não poderia ficar tanto tempo sem resposta. É isso que eu questiono neste momento, independente quem seja o criminoso. A omissão do Estado neste caso também não deixa de ser um ato criminso.