segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Israel vai às urnas sem qualquer alternativa. Todos são pela guerra.

Nem a atual crise econômica, nem o desemprego, nem a incompetência de seus políticos, nem a esquerda, o centro ou a direita. As eleições gerais de amanhã em Israel não terão qualquer motivação ideológica ou administrativa. Os israelenses vão às urnas sem qualquer alternativa de escolha sobre a questão palestina. É a guerra pela guerra.

A operação militar que quase devastou Gaza, que deixou mais de 1300 palestinos e 13 israelenses mortos, foi a única plataforma política dos líderes dos principais partidos políticos de Israel durante toda a campnha eleitoral. Tanto os governistas Kadima e Partido Trabalhista como o oposicionista Likud defenderam enfaticamente o uso da força contra o povo palestino. Aliás, já não é incomum a migração de políticos entre estas 3 forças políticas.

Independentemente das cores partidárias, os principais candidatos ao cargo de premiê basearam suas respectivas campanhas no uso da força para conter as ações do Hamas. Em momento algum se propôs um plano para a abertura de um diálogo entre as partes para a criação efetiva de um Estado palestino livre e soberano. Não. Isso parece não emocionar muito o eleitor comum. Em nome de uma suposta segurança do país, parece-me que ações militares contra paletinos inocentes têm mais apelo político.

Entre a atual ministra das Relações Exteriores, Tzipi Livni (Kadima) e Ehud Barak, atual ministro da Defesa e candidato pelos trabalhistas, e o oposicionista e líder do Likud, Binyamin Netanyahu, não há divergências. Não são inimigos políticos. São cúmplices na defesa da política de punição coletiva implementada pelo apartheid. Em nome da alegada luta contra o Hamas, todos defendem o covarde ato de terrorismo de Estado praticado impunemente por Israel há anos, que transformou a Faixa de Gaza num gueto, onde se vive uma dos maiores tragédias humanitária do mundo.

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