Na sequência da abertura do processo ao franquismo por Baltasor Garzón, o El País fez uma sondagem on line aos seus leitores, já com quase 17 mil aderentes, tendo 70% apoiado a posição do super-juiz (vd. aqui). Também o El País criou, entretanto, um oportuno dossiê temático sobre a memória histórica, que pode ser consultado aqui.
sexta-feira, 31 de outubro de 2008
Espanha reconcilia-se com exilados e limpa simbologia franquista
Na sequência da abertura do processo ao franquismo por Baltasor Garzón, o El País fez uma sondagem on line aos seus leitores, já com quase 17 mil aderentes, tendo 70% apoiado a posição do super-juiz (vd. aqui). Também o El País criou, entretanto, um oportuno dossiê temático sobre a memória histórica, que pode ser consultado aqui.
Posted by Daniel Melo at 22:06 0 comments
Labels: anti-franquismo, Espanha/ Politica, exílio, Lei da memória histórica, políticas da memória
O regresso do pensamento crítico
Posted by Daniel Melo at 21:34 0 comments
Labels: cartoon, ciências sociais, Le Monde Diplomatique, pensamento crítico, terceiro sector, universidade popular
Russos fazem uma música para a “vizinha” Sarah Palin
Posted by Sappo at 17:45 0 comments
Labels: Eleições EUA, Sarah Palin
quinta-feira, 30 de outubro de 2008
Gsolidário: ao pesquisar já está a ajudar!
O Gsolidário é um site de pesquisa que utiliza o motor de busca do Google. Os resultados apresentados no Gsolidário são os mesmos resultados obtidos quando a pesquisa é feita no Google. A diferença é que ao pesquisar no Gsolidário está a ajudar a angariar dinheiro para instituições de solidariedade social. Entre elas constam a Ajuda de Mãe, a APF- Associação para o Planeamento da Família, o Tásse- Projecto para a Prevenção do Abandono Escolar, o CIC-Portugal, Associação para a Cooperação, Intercâmbio e Cultura, o Maps - Movimento de Apoio à Problemática da Sida, a Associação Portuguesa de Paralisia Cerebral (Leiria), entre outras.
Ora, aqui está uma excelente forma de ajudar várias instituições beneméritas e sem nenhum custo acrescido!
Basta usar como motor de busca o Gsolidário em vez do Google... são iguais!
Posted by Daniel Melo at 23:26 0 comments
Labels: Internet, Solidariedade, terceiro sector
Por enquanto o boneco Voodoo de Sarkozy continua a ser legal
Posted by Zèd at 23:18 0 comments
Labels: França, liberdade de expressão, Sarkozy
Capas da revista alemã Der Spiegel. A da esquerda foi produzida quando a administração do Senhor Guerra se preparava para invadir o Iraque, com o apoio de boa parte da opinião pública. Seis anos depois e um grande estrago pelo mundo afora, os norte-americanos entenderam que de super-herói Bush não tem absolutamente nada. Foi só mais um louco que habitou a Casa Branca.
Posted by Sappo at 16:21 0 comments
Labels: Bush, Eleições EUA, Guerra do Iraque
Eleição virtual pra presidente dos EUA
O site “The world for” está a promover uma votação mundial para presidente dos EUA. Claro que o seu voto será virtual e de nada valerá. Mas caso não tenhas coisas mais importantes pra fazer neste momento, clique na imagem abaixo e vote. No mínimo será interessante saber que Obama vence por larga vantagem.
Posted by Sappo at 00:04 0 comments
Labels: Eleições EUA
quarta-feira, 29 de outubro de 2008
Outono, parques e a recessão em Londres
Em Londres, a recessão na City agrava-se. Vai-se multiplicando o número de amigos desempregados. Mas optimistas, aproveitam a oportunidade para passarem mais tempo na cozinha. Suspeito que estamos à beira de um corrupio de lanches e bolos deliciosos feitos por homens que descobriram que cozinhar é muito mais terapêutico do que ver o Telejornal.
Mas o tempo tem estado esplêndido e é possível passar um dia inteiro nesta cidade caríssima sem gastar um tostão! Ontem fomos à National Gallery, entrada gratuita, claro. Depois passámos umas horas refastelados a ler na Waterstones de Picadilly Circus. Acabámos a tarde entre amigos em Ravenscourt Park a beber café de uns termos e a comer bolos caseiros que alguém organizado e provavelmente desempregado teve a simpatia de trazer. Um fim de tarde gélido, a qualidade do ar cristalina, o céu azulíssimo a contrastar com as folhas laranja e aquele cheiro divino da natureza a recolher-se à mistura com o barulho das crianças coradas e ainda de t'shirt penduradas nas árvores... Desculpem, nunca me canso de celebrar a coisa extraordinária que é a vida comunal dos parques dos bairros de Londres.
Vou continuar a ignorar a desgraça que se abateu mesmo aqui ao lado, no coração de West London... Abre amanhã, apesar da recessão, o maior centro comercial da cidade. Uma tragédia impensável e que não se percebe como apanhou distraído o espírito sempre tão alerta dos londrinos. Por favor, se vierem a Londres não visitem este sítio medonho, este atentado à High Street! Vão antes para Ravenscourt Park, é muito mais autêntico e de borla!
Posted by Paula Tomé at 22:43 0 comments
Demasiado humano
Posted by Daniel Melo at 21:50 2 comments
Labels: América Latina, Argentina, cinema documental, droga, futebol, Guerra do Iraque, histórias de vida, Kusturica, Manu Chao, Maradona, mitomanias, música, neoliberalismo, Política, Sérvia, vida
A poesia confessional e marginal de Ana C. 25 anos depois
A Editora Ática, em parceria com o Instituto Moreira Sales, teve a feliz idéia de relançar a obra da poeta e tradutora Ana Cristina Cesar, ou simplesmente Ana C. (l952 – 1983). "A Teus Pés", "Inéditos e Dispersos" e "Crítica e Tradução" - no qual se incluem os livros: "Literatura não é documento", "Escritos no Rio", "Escritos da Inglaterra", além de poesias traduzidas inéditas. Ana C. ficou conhecida pela poesia confessional e é considerada um dos ícones da poesia marginal dos anos de 1970. Entre as poesias traduzidas, destaca-se as de Sylvia Plath. Taí um dica pra quem gosta de poesia. Ana C. é imperdível.
Posted by Sappo at 18:41 0 comments
Labels: Ana C., poesia brasileira
Americanos também votarão em 152 plebiscitos
Posted by Sappo at 01:42 0 comments
Labels: Eleições EUA
terça-feira, 28 de outubro de 2008
Lisboa é das pessoas. Mais contentores não!
Diga não a mais um abuso do poder político, feita ao arrepio das normas de planeamento, da transparência, do bom senso e do parecer do próprio do Tribunal de Contas! Nem as entidades municipais foram ouvidas!
Diga não a mais um muro que tira a vista a Lisboa e acabará com uma área lúdica, a das Docas, colocando 700 pessoas no desemprego!! Já chega o betão, mais contentores não!
Para quem quiser mais informações sobre este atentado, está disponível uma petição, neste momento com mais de 2500 assinaturas:
LISBOA É DAS PESSOAS. MAIS CONTENTORES NÃO!
Posted by Daniel Melo at 21:54 0 comments
Labels: atentado urbanístico, caso do terminal de contentores de Alcântara, Fórum Cidadania Lisboa, governo, Lisboa, petição online, terceiro sector
Cartilha da Prostituta e do Prostituto volta a gerar polêmica
“Para o exercício profissional requer-se que os trabalhadores participem de oficinas sobre sexo seguro (...) Outros cursos complementares de formação profissional, como por exemplo, cursos de beleza, de cuidados pessoais, de planejamento do orçamento (...) O acesso à profissão é livre aos maiores de dezoito anos (...) O pleno desempenho das atividades ocorre após dois anos de experiência”. Estes são alguns dos conselhos da Cartilha da Prostituta e do Prostituto, publicada pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) do Brasil. Infelizmente, ela volta a sofrer pesadas críticas por parte de alguns juízes e advogados, que a querem tirar do ar. Duvido que tais senhores nunca tenham usufruído de tais serviços. Aqui todos os textos da cartilha.
Posted by Sappo at 16:43 0 comments
Labels: Prostituição
segunda-feira, 27 de outubro de 2008
A mosca da Fruta
Adenda - Para quem quiser saber mais sobre a Mosca da Fruta, há um excelente livro de divulgação (com bastante humor) de Martin Brooks, que aconselho vivamente. Está editado em português pela Replicação.
Posted by Zèd at 22:13 1 comments
Labels: ciência, Eleições EUA, genética, ignorância, Sarah Palin
Os 50 anos dum jornal resistente
Posted by Daniel Melo at 08:27 1 comments
Labels: censura, cidadania, democracia, escrutínio público, media, Notícias da Amadora, resistência
domingo, 26 de outubro de 2008
Gravura: a cooperativa que juntou os artistas
Nos últimos anos, Jorge Silva Melo fez o inventário dessa aventura para um documentário, intitulado Gravura: esta mútua aprendizagem. Estreou ontem no DocLisboa, e recomenda-se vivamente. Nele, apercebemo-nos da relevância desta cooperativa, cuja galeria ainda está activa, e de como uma grande parte dos artistas plásticos portugueses por ela passaram e aprenderam alguma das técnicas de fazer gravura. Destes destaco Júlio Pomar, António Charrua, Bartolomeu Cid dos Santos (na imagem), João Hogan, Rogério Ribeiro e José Júlio. Mas foram muitos mais os que por lá passaram ou que aderiram à gravura: Alice Jorge, Areal, Carlos Botelho, Cipriano Dourado, David de Almeida, Eduardo Nery, Fernando Calhau, Fernando Conduto, Ferreira da Silva, Guilherme Parente, Humberto Marçal, João Paiva, Jorge Martins, Jorge Vieira, Julião Sarmento, Manuel Baptista, Manuel Torres, Manuel Ribeiro de Pavia, Maria Beatriz, Maria Gabriel, Maria Velez, Milly Possoz, Nikias Skapinakis, Paula Rego, Querubim Lapa, Sérgio Pombo, Teresa Magalhães, Tereza Arriaga, Vitor Pomar, etc.. Destes, os que estavam vivos foram entrevistados. Foram mais de 20 horas de entrevistas, segundo confessou Jorge Silva Melo. Como da maioria houve depoimento, não deve ter sido nada fácil fazer a montagem deste filme. Pena é que o critério exclusivo tenha sido o das entrevistas individuais, pois teria sido interessante ver também entrevistas colectivas.
Posted by Daniel Melo at 18:36 0 comments
Labels: agenda cultural, artes plásticas, Artistas Unidos, cinema documental, Cultura, Jorge Silva Melo, Sociedade Cooperativa dos Gravadores Portugueses- Gravura, terceiro sector
sexta-feira, 24 de outubro de 2008
A crise em cartoons (VI)- mutações
Posted by Daniel Melo at 21:40 0 comments
Labels: cartoon, cartoonista Steve Breen, crise económica, especulação financeira, humor, neoliberalismo, regulação
A turma dos nossos filhos?
Depois de ver o filme, de que gostei muito, posso corroborar que é uma feliz aproximação ficcional ao real. Há uma história bem contada, que documenta o quotidiano de uma turma no contexto de sala de aula, na disciplina de Francês, sob a perspectiva do professor, M. Marin (intepretado pelo professor e escritor François Bégaudeau, autor do romance autobiográfico no qual se baseia o filme), ao longo de um ano lectivo. Tudo se passa numa escola de Paris frequentada por filhos de imigrantes de diversas provieniências (Marrocos, Mali, Tunísia, Turquia, China, Portugal, etc.) e também por filhos de franceses da Europa e das Antilhas. Em pano de fundo, encontramos não só a questão da imigração, das tensões raciais e da identidade, mas também do insucesso escolar, da aprendizagem da língua, da autoridade, da adolescência, entre outras.
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Imagem retirada daqui.
Posted by Cláudia Castelo at 13:46 0 comments
Labels: cinema documental, Entre les murs
quinta-feira, 23 de outubro de 2008
Orçamento participativo e fórmula 1 na cidade: do bom ao péssimo
Pois é, em Lisboa oscila-se entre o bom e o péssimo.
Posted by Daniel Melo at 22:57 0 comments
Labels: Câmara Municipal de Lisboa, caso do Renault Roadshow, descapotáveis, Lisboa, orçamento participativo, Politica, política municipal
"Deus provavelmente não existe"
É o nome da campanha ateísta que vai ser lançada nos autocarros de Londres. O slogan "There's probably no God. Now stop worrying and enjoy your life." é engraçado, civilizado, educado e modesto... a contrastar com o aceso debate fundamentalista dos tempos que correm. Não podia vir mais a propósito.
Posted by Paula Tomé at 13:51 2 comments
quarta-feira, 22 de outubro de 2008
A crise em cartoons (V)- os seus actores
Posted by Daniel Melo at 22:01 2 comments
Labels: Bush, cartoon, cartoonista Peter Brookes, crise económica, humor
terça-feira, 21 de outubro de 2008
E na Europa?
* - por comparação com o panorama político europeu actual.
Posted by Zèd at 22:49 3 comments
Labels: Eleições EUA, esquerda, EUA, ideias ingénuas, ideologias, Politica, racismo
A crise em cartoons (IV)- o mexilhão é que paga, como de costume
Posted by Daniel Melo at 21:28 2 comments
Labels: cartoon, cartoonista Marshall Ramsey, crise económica, especulação financeira, humor
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades
Lentamente, eis que o chão vai mudando sob os nossos pés. Algumas breves de política internacional aí estão para o comprovar:
Posted by Daniel Melo at 21:27 0 comments
Labels: Ai Portugal Portugal, América do Sul, Bolívia, crise económica, crise política, democracia, desigualdades, mudança social, Politica, política económica, política social, redistribuição
O que se passa na cabeça dele ou dela
Aproveitando o balanço:
uma das coisas mais extraordinárias é pensar o que se passa na cabeça de alguém que tem uma experiência de vida marcante, dura mas sensível, por exemplo alguém que cresceu numa favela e viu morrer a maior parte dos seus amigos da escola - de tal maneira que a certa altura deixou de ir a funerais - e que depois disso continuou a estudar, saiu do bairro, fez universidade e pós-graduação. E que agora chega a outro continente, a um país soi-disant desenvolvido, e estuda e observa a realidade à sua volta e conhece pessoas. A forma como isso se integra no passado dele ou dela, o clique que faz lá dentro, a mistura possível, a possibilidade de pensar pela sua cabeça fazendo comparações únicas entre as coisas. Isso é uma das coisas mais extraordinárias — é um percurso.
Outro percurso extraordinário é o de alguém que atravessou, digamos, mais de metade do século XX e chegou ao XXI, passando por várias vidas, trabalhos e carreiras, conhecendo pessoas, vendo viver e vendo morrer também, voltando a um lugar que acaba por ser um lugar de origem. E perguntando, à sua volta (será que pergunta alguma coisa?): isto que está aqui é e não é o lugar onde eu nasci. Porque tudo o que está a volta mudou, embora o lugar físico seja o mesmo e se dê a esta cidade o mesmo nome que há setenta e cinco anos atrás. E mudou a sociedade e todos os projectos que, durante décadas, andaram na cabeça das pessoas e que agora - os projectos, e às vezes as pessoas — não existem mais. Embora haja muitos outros novos, projectos e pessoas, porque tudo avança com o tempo. Não é para ser triste o balanço, nem sequer melancólico. O que é extraordinário é este cérebro (afectuoso cérebro) e a maneira única como ele se vem ligando com o tempo que passa até hoje.
Posted by andre at 17:37 0 comments
segunda-feira, 20 de outubro de 2008
Tão cartesiano que virou barroco
Ele era tão cartesiano, tão cartesiano, enchia tudo tanto de planos e de quadros e de mapas e de esquemas, construía tantas siglas e subsiglas, tantos itens e pontinhos que no fim, no fim, no fim de tudo, o resultado material das suas elaborações era uma grandiosa nave barroca. Só se viam becos sem saída, desordem sob a ordem aparente, excepções para cada regra, linhas curvas imprevistas, além de um extraordinário caos de mistérios, analogias e ecos do qual só era possível sair usando profetas como guias.
Desculpem o barroquismo e o "impromptu" do post. Estou a escrever uma espécie de magazine burocrático e precisava de um escape.
Posted by andre at 15:04 0 comments
Um muçulmano pode ser presidente dos Estados Unidos?
Além do apoio a Obama, Colin Powell dá nessa entrevista uma lição de ética ao partido republicano. A forma como muitos republicanos instumentalizam o rumor de Obama ser muçulmano (cf. o segunda vídeo e a resposta desastrada de Mc Cain : “he’s a decent family man”) é vergonhosa e Powell aponta-o de forma clara.
Colin Powell
"He's an arab!"
Posted by Victor at 10:53 3 comments
Labels: Barack Obama, Colin Powell, racismo
domingo, 19 de outubro de 2008
História, memória, política e justiça
O 1.º pretende evitar que os historiadores sejam criminalizados pelas suas interpretações do passado, e é uma resposta à decisão do Parlamento Europeu (de 2007) que propõe considerar como delito de "banalização grosseira" (ou de "cumplicidade na banalização") os implicados ou apologistas de "genocídios, crimes de guerra com carácter racista e crimes contra a Humanidade", passível de pena de prisão e independentemente da época dos crimes e da autoridade política, administrativa ou judicial que os tome como provados. O contexto principal desta controvérsia remete para França, pelo facto daí já existirem uma série de leis específicas: lei Gayssot (1990, contra o negacionismo do Holocausto nazi), lei do reconhecimento do genocídio dos arménios (2001) e a lei Taubira, que qualifica de crime contra a Humanidade o tráfico e a escravatura efectuados pelos ocidentais no contexto colonial (sobre o assunto vd. Jorge Almeida Fernandes, "Garzón e os historiadores em cólera", Público de hoje, p.10-P2).
Pese apenas conhecer os seus contornos, concordo com esta tomada de posição, que, porém, não apaga o facto de muitos países europeus já proibirem a organização e/ou difusão de ideologia racista e/ou fascista.
O 2.º caso já aqui foi referido, e prende-se com a consideração pela suprema instância judicial espanhola da sua competência para averiguar sobre os desaparecidos vítimas da repressão franquista, estimados em c. de 114 mil pessoas, e para se proceder à abertura dalgumas valas comuns onde foram enterrados.
Neste caso, os seus críticos sustentam que o juiz Garzón propõe-se fazer uma abusiva condenação retrospectiva de crimes políticos, pois a tipificação de «crimes contra a Humanidade» surgiu apenas com o julgamento de Nuremberga, no pós-II Guerra Mundial, para julgar os crimes nazis. Estes críticos estão errados. Não se trata de nenhum anacronismo, a repressão franquista continuou para além da derrota do Governo legítimo republicano espanhol, até 1952, portanto, já se enquadra naquela moldura. Depois, a Convenção de Genebra é dos anos 20 e também foi ignorada pelos insubmissos franquistas aquando da guerra civil. É pacífico que o lado republicano também cometeu atrocidades, e concordo que, nestes casos, as suas vítimas devem também ser consideradas vítimas e não apenas «falecidos», mas a questão não é essa, pois estes tiveram direito a enterro e a reconhecimento pelo Estado franquista. Já os do outro lado, não. São os seus familiares e outros cidadãos que se organizaram em associações cívicas de recuperação da memória para reivindicarem um direito legítimo e compreensível, o dos seus entes queridos terem o direito a um enterro condigno e ao reconhecimento da sua morte indigna. Em paralelo, uma parte da sociedade civil espanhola tem pressionado no sentido duma condenação oficial do regime franquista por causa da sua violência e ilegitimidade. As investigações judiciais poderão comprovar a existência duma política sistemática de perseguição e repressão política durante c. de 20 anos, e isso poderá levar a considerar o regime franquista como um regime genocida. Se assim for, qual é o drama? Não se deve procurar o esclarecimento sobre as maiores atrocidades? E a justiça, nem que seja simbólica?
Alegam os críticos que a lei da amnistia de 1977 proibiu condenações de abusos e crimes e que o Pacto de Transição pôs uma pedra neste assunto. Também não colhe. A lei da amnistia não englobou os «crimes contra a Humanidade», os quais não prescrevem, e não é a guerra civil em concreto que está em causa, ao contrário do que defende o historiador Santos Juliá, citado e secundado pelo colunista Jorge Almeida Fernandes no já referido artigo. E o pacto de transição, tal como o nome indica, foi um compromisso político conjuntural efectuado pelas elites, com vista a assegurar a legitimação política do novo regime democrático, mostrando como os espanhóis conseguiam criar e viver numa democracia estável e respeitadora, assim afastando definitivamente o fantasma agitado pelo franquismo durante décadas a fio. Essa conjuntura acabou, e já há muito que tal pacto foi rasgado, mais concretamente na campanha para as eleições de 1993, precisamente pelo PSOE. A Lei da Memória Histórica foi um destes marcos, mas muitos outros existem. Neste caso, Garzón limitou-se a corresponder a pedidos da sociedade civil organizada. Já tinha feito o mesmo no caso Pinochet. Nessa altura o coro de críticos foi bem menor. Estranho, não é?
O último assunto é a condenação de oficiais superiores de ditaduras latino-americanas militares, primeiro na Argentina, agora no Chile. Na Argentina, o gen. Luciano Menéndez foi condenado a prisão perpétua por crimes cometidos durante a ditadura, num dos maiores campos de detenção clandestinos da época (vd. aqui). Já no início do ano, haviam sido afastados de funções docentes e de assessoria oficiais almirantes da reserva Roberto Pertussio e Miguel Troitiño, e ao capitão da reserva Hugo Santillán, por envolvimento na repressão ilegal pela ditadura militar instaurada em 1976 (vd. aqui). Outras condenações se seguiram (vd. aqui). No Chile, o Supremo Tribunal de Santiago condenou o gen. Sérgio Arellano Stark a 6 anos de prisão por homicídio qualificado, devido ao assassinato sumário de militantes de esquerda (caso da «Caravana da morte»: vd. aqui).
Isto representou a condenação simbólica, política e judicial das antigas ditaduras militares, após muitos anos de resistências e bloqueios (de que é elucidativo o caso Pinochet, que morreu antes de se conseguir levar a julgamento, por desatinos e cumplicidades várias).
Uma democracia tem o direito, e o dever, de condenar regimes anteriores que tenham sido ditatoriais e que, por isso, tenham perpetrado repressão política, social e cultural, e de condenar e/ou criminalizar parte desses actos, de acordo com as leis em vigor, tanto nacionais como internacionais. Tal deve, aliás, fazer parte dum saudável exercício de pedagogia democrática. E é um imperativo ético.
Posted by Daniel Melo at 18:54 2 comments
Labels: anti-franquismo, Argentina, Chile, democracia, direitos humanos, ditaduras, Guerra Civil de Espanha, História, Justiça, memória colectiva, políticas da memória, resistência, terceiro sector
sexta-feira, 17 de outubro de 2008
Dia mundial da alimentação (foi ontem)
O debate partilhado por políticos, universitários e cozinheiros (o incontornável Jamie Oliver), parece ter chegado a uma triste premissa: os hábitos alimentares dependem inevitavelmente do dinheiro que se tem, o que acarreta consequências que vão desde os níveis de rendimento escolar, à (e esta conclusão é arrepiante) esperança média de vida. "Sharp inequalities can be clearly mapped, even short distances apart. Travel the eight stops on the Jubilee line tube from Central London's Westminster to Canning Town and you find a decrease in life expectancy of nearly one year for each station going east.
A child born in one deprived Glasgow suburb can expect a life 28 years shorter than another living only 13km away in a more affluent area, a three-year investigation for the World Health Organisation found in August."
Até o Doclisboa reflecte esta questão nacional, já que dois documentários ingleses são sobre comida: All White in Barking, um olhar para a imigração e o racismo através das refeições dos habitantes de Barking e The lie of the land, sobre a sustentabilidade do modo de vida dos agricultores ingleses.
Por cá o tema não articula especialistas de vários sectores e tem-se resumido, sempre na vaga confusão entre alimentação saudável e dieta, a fracas tentativas de retirar os «Bolicaos» das escolas, ou a reportagens incríveis sobre os benefícios da «cervejinha» (sendo o estudo português, naturalmente).
Agora, imaginem só, uma grande equipa que realmente congregasse Ministérios (o da Educação; do Trabalho e Solidariedade Social), Universidades (Faculdade de Ciências; Faculdade de Motricidade Humana; Escola Hoteleira), Câmaras (no caso de Lisboa, desde logo José Miguel Júdice a oferecer trabalho voluntário do chef do Eleven), empresários (Belmiro e os seus Continentes) e a nossa chef Maria de Lurdes Modesto, todos a trabalhar sobre as desigualdades alimentares. Supomos que fizesse alguma diferença.
Posted by Sofia Rodrigues at 20:36 3 comments
Labels: desigualdades sociais, Dia Mundial da Alimentação, hábitos alimentares
Utopias futuristas
Aproveito para aqui reproduzir o texto de apresentação da mostra, pelo seu curador, Miguel Wandschneider:
Posted by Daniel Melo at 08:17 0 comments
Labels: agenda cultural, animação 3D, arte, Cultura, Miguel Soares, música electrónica, utopia, video
quinta-feira, 16 de outubro de 2008
Memória e justiça em Espanha: Garzón ordena investigação judicial dos desaparecidos do franquismo e exumação de valas comuns
Posted by Daniel Melo at 20:00 6 comments
Labels: anti-franquismo, direitos humanos, Espanha/ Politica, Federico García Lorca, Guerra Civil de Espanha, memória colectiva, políticas da memória, terceiro sector
quarta-feira, 15 de outubro de 2008
A crise em cartoons (III) - a recessão inconcebível
Posted by Daniel Melo at 21:41 0 comments
Labels: cartoon, cartoonista Steve Sack, crise económica, humor, Recessão
Cardoso Pires por Lisboa
José Cardoso Pires vem na capa da Agenda Cultural de Outubro. E lá dentro o autor de O Delfim, Balada da Praia dos Cães, Alexandra Alpha e tantos outros aparece em muitas secções: Editorial; Entrevista a Inês Pedrosa, amiga e autora da fotobiografia de Cardoso Pires; Reportagem "Vírgulas na paisagem", uma deliciosa selecção de excertos de livros de Cardoso Pires em que Lisboa é personagem central; Fazer "José Cardoso Pires: a obra e a cidade" - referência à vasta programação que a Direcção Municipal da Cultura preparou em torno do escritor (exposições, leituras de textos e conferências, ciclo de cinema, lançamento de livro, etc.); Ar livre "E agora, José?" - sobre o itinerário temático José Cardoso Pires; Monumentos "Conversas à mesa" - dedicado ao restaurante Pabe, local de eleição de Cardoso Pires, a par do British Bar ou do Procópio. Não me lembro de outra Agenda assim, que tenha conseguido acrescentar valor à programação cultural da cidade em torno de um dos seus maiores escritores do século XX.
A foto foi retirada daqui.
Posted by Cláudia Castelo at 10:00 0 comments
Labels: agenda cultural, José Cardoso Pires
terça-feira, 14 de outubro de 2008
A crise em cartoons (II) - efeitos imediatos
Posted by Daniel Melo at 22:02 2 comments
Labels: cartoon, cartoonista David Horsey, crise económica, economia, humor, neoliberalismo
Um Nobel para os vírus transmitidos sexualmente, e outro para as proteínas fluorescentes
Já o prémio Nobel da Química deste ano foi para uma descoberta de uma enorme importância para a Biologia. Não é a primeira vez que o Nobel da Química vai para descobertas na área da Biologia, e faz sentido porque há determinadas descobertas que tanto podem ser consideradas como Biologia ou Bioquímica. Neste caso foi a proteína verde fluorescente (GFP - Green Fluorescente Protein), que é uma ferramenta utilizada quotidianamente por milhares de investigadores em Biologia, mas o seu estudo e desenvolvimento é essencialmente Bioquímico. A GFP permite por exemplo ver ao microscópio como um determinado componente da célula se comporta, mantendo essa célula viva. Há outras utilizações, mas esta é de longe a mais frequente. A escolha dos três galardoados é bastante interessante, e pedagógica, pelas diferentes contribuições de cada um deles. Osamu Shimomura recebeu o prémio por ter sido o primeiro investigador a isolar a GFP. Reparou que a medusa Aequorea victoria era fluorescente em determinadas circunstâncias, e percebeu que identificar o componente fluorescente podia ser interessante. Roger Y. Tsien recebeu o prémio pelo seu trabalho sobre a compreensão da "mecânica" própria GFP, como é que esta proteína fluoresce. Esse trabalho permitiu desenvolver, por engenharia genética, outras variantes da GFP. Finalmente Martin Chalfie recebe o prémio por ter desenvolvido ferramentas com utilidade prática na investigação utilizando a GFP. Chalfie, trabalhando com o nemátode C. elegans, criou bichos que expressam GFP, em especial nos neurónios, porque é o seu tema de investigação (ver aqui). Foi graças a esses trabalhos que filmes como este aqui em baixo se tornaram possíveis. Pode ver-se (para quem tiver um computador que suporte o Quick Time) a primeira divisão celular do embrião de C. elegans. O filme começa com a fertilização, vê-se os cromossomas maternos e paternos juntarem-se, e formarem um só núcleo. Depois dá-se a divisão propriamente dita, em que os cromossomas são repartidos igualmente pelas duas novas células que se formam. Vê-se também o fuso que divide os cromossomas entre as células. Tanto os cromossomas como o fuso são visíveis graças à GFP. O vídeo foi realizado no laboratório de Iain Mattaj
P.S. - Não percebo muito de Economia, mas parece que o Nobel foi atribuído a um confesso neo-Keynesiano. Essa também tem graça.
Posted by Zèd at 07:35 0 comments
Labels: biologia, ciência, Prémio Nobel
segunda-feira, 13 de outubro de 2008
A crise em cartoons - como tudo começou
Posted by Daniel Melo at 21:54 0 comments
Labels: cartoon, cartoonista Don Wright, crise económica, desregulação, especulação financeira, especulação imobiliária, humor, neoliberalismo
domingo, 12 de outubro de 2008
Ícones humorísticos da crise
Posted by Daniel Melo at 22:30 2 comments
Labels: cartoon, crise económica, humor, neoliberalismo, Politica
Por uma Europa hospitaleira
"JORNADA DE ACÇÃO
Nos dias 15 e 16 de Outubro, o Conselho Europeu reunirá os chefes de Estado e de governo dos 27 para ratificar o "Pacto Europeu sobre Imigração e Asilo", aprovado no conselho de ministros realizado a 25 de Setembro. O Pacto proposto por Nicolas Sarkozy, no contexto da presidência francesa da União Europeia, visa definir as linhas gerais da UE nesta matéria e assenta em cinco pontos fundamentais: organizar a imigração legal, priorizando a adopção do “cartão azul”, para recrutamento de mão-de-obra qualificada; facilitar os mecanismos e procedimentos de expulsão e estabelecer nesse sentido parcerias com países terceiros e de trânsito; concretizar uma política europeia de asilo; reforçar o controlo das fronteiras; proibir os processos de regularização colectiva.
Posted by Daniel Melo at 01:45 0 comments
Labels: cartoon, cartoonista Banegas, imigração, manifestação, política de imigração, terceiro sector, União Europeia, xenofobia
sábado, 11 de outubro de 2008
Internacional Socialista versão sec.XXI?
O G7 estão de acordo para combater a actual crise financeira internacional através da nacionalização da Banca.
"In the five-point plan, issued after finance ministers met at the Treasury Department, the Group of 7 countries broadly endorsed the idea of taking ownership positions in banks"
P.S. - O incontornável Rue89 lançou um site dedicado à economia para acompanhar a crise financeira, o Eco89. Um site a seguir com atenção.
Posted by Zèd at 13:29 0 comments
Labels: crise económica, economia, Finanças, G7, neoliberalismo, Rue89
sexta-feira, 10 de outubro de 2008
Defina-me "Intransigente"
Defendem INTRANSIGENTEMENTE mas votam contra? São intransigentes, mas transigem. E gostam de brincar com as palavras (e não só).
Para além do que já escreveram o peão Daniel, o Rui Tavares, e o Daniel Oliveira (e seguramente outros), não há muito mais a dizer.
Posted by Zèd at 07:24 0 comments
Labels: casamento homossexual, homofobia, homossexualidade, PS
quinta-feira, 9 de outubro de 2008
Uma oportunidade perdida
Posted by Daniel Melo at 18:07 0 comments
Labels: aborto, Bloco de Esquerda, casamento homossexual, esquerda, Helena Roseta, Política, PS, sociedade portuguesa
quarta-feira, 8 de outubro de 2008
Tudo isto é fado
Posted by Daniel Melo at 18:29 0 comments
Labels: Câmara Municipal de Lisboa, Cultura, Lisboa, museologia, Museu do Fado, música popular tradicional
terça-feira, 7 de outubro de 2008
Este estabelecimento reabre quando puder ser
Nela se divulgam os resultados dum inquérito promovido por este jornal e ao qual responderam 34 museus portugueses. Da sua análise comprova-se que a maioria dos referidos museus está a cortar nos horários, na programação e/ou em serviços (o mais preocupante é a diminuição do serviço educativo) por não terem orçamento adequado. São 4 páginas bem escritas e bem ilustradas, que demonstram que quando os jornais investem em jornalismo de investigação e se dedicam a escrutinar a actividade pública com profundidade, todos temos a lucrar. O trabalho é da autoria de Alexandra Prado Coelho e Bárbara Reis.
Posted by Daniel Melo at 15:42 0 comments
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sábado, 4 de outubro de 2008
É IgNobel!
Resumindo...
Os merecidos IgNobel deste ano foram:
- IgNobel da Paz: Para o Comité Federal Suiço para a Ética da Biotecnologia Não-Humana, extensível aos cidadãos suíços, por consagrarem o princípio legal que as plantas também têm dignidade. O que será da jardinagem na Suíça daqui para a frente? E as vacas vão poder continuar a pastar?
- IgNobel da Biologia: Para uma equipa da Faculdade de Medicina Veterinária de Toulouse, França, por descobrirem que as pulgas de cão saltam mais alto que as pulgas de gato. Informação de extrema utilidade.
- IgNobel da Física: Para dois físicos californianos por demonstrarem matematicamente que um fio de cabelo, ou qualquer tipo de corda, se agitado o suficiente acabará inevitavelmente por formar um nó. Mais informação de extrema utilidade.
- IgNobel da Química: Exaequo para uma equipa inglesa por demonstrar que a Coca-Cola é um excelente espermicida e para uma equipa taiwanesa por demonstrar exactamente o contrário. O pior é que ficamos sem saber se é ou não.
- IgNobel da Literatura: para o inglês David Sims pelo ensaio "You Bastard: A Narrative Exploration of the Experience of Indignation within Organizations.". O títalo diz tudo.
Os prémios para trabalhos que até me parecem realmente interessantes:
- IgNobel da Economia: Para três estudantes do Novo México, EUA, por demonstrarem que as dançarinas de strip-tease ganham mais em gorjetas durante a fase da ovulação.
- IgNobel da Medicina: Para Dan Ariely, da Universidade de Duke, nos EUA, por demonstrar que os placebos caros são mais eficazes do que os placebos baratos.
- IgNobel das Ciências Cognitivas: Para um grupo de investigadores japoneses e húngaros, que observaram que uma amiba (ser unicelular) consegue descobrir o caminho mais curto para sair de um labirinto, o que sugere que a amiba com uma única célula pode ter alguma inteligência. Uma amiba inteligente não é fascinante?
Ainda há um ou outro que não é nem merecido nem interessante. E aproveito para deixar um prognóstico: com essa estória da contaminação com o HIV através de gotas de sangue, suor e lágrimas (ou uma cuspidela) para cima de legumes crus, não me espantaria se visse os juízes da relação de Lisboa, e do STJ a receber um IgNobel.
Pelo que vi nenhum dos premiados deste ano chegou ao nível do vencedor do IgNobel da Medicina de 2007. Podem ver o discurso de aceitação no vídeo abaixo (o vídeo da cerimónia de 2008 estará em breve no site improvavél).
Posted by Zèd at 23:13 2 comments
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sexta-feira, 3 de outubro de 2008
Não percebo nada do que dizem os cientistas, nem quero, prefiro acreditar no que me diz a minha ignorância, afinal sou juíz do STJ, eu é que sei!
É preciso também que os especialistas percebam que (infelizmente) excesso de honestidade intelectual é contraproducente. Claro que pode dizer-se que existe uma possibilidade teórica de uma gota de sangue dar numa de MacGyver e ir infectar uma mucosa ferida de um cliente, mas não há registos de que semelhante coisa tenha alguma vez acontecido. Por vezes as possibilidades teóricas, são apenas isso mesmo, teóricas. Também existe uma possibilidade teórica do novo acelerador de partículas do CERN se transformar num buraco negro e engolir o sistema solar. Também existe um possibilidade teórica de um relâmpago sair do céu azul que vejo da minha janela acertar-me em cheio na cabeça antes de eu publicar este post. Das três, a última é seguramente a mais provável, e mesmo assim pouco. Acontece que muita gente, e pelos vistos juízes do STJ incluídos, não percebe a diferença entre plausível, possível, improvável e impossível. Só existem os dois extremos, a realidade só é compreensível a preto e branco. Só são aceitáveis certezas acabadas. E com gente como esta a aversão que os cientistas têm à palavra "impossível" (ou à "certeza absoluta") torna-se um empecilho. É triste mas é assim mesmo.
Posted by Zèd at 18:24 3 comments
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