terça-feira, 6 de janeiro de 2009

E.

É noite.
E as almas de Gaza correm
sobre escombros da insanidade.
Com os olhos vazados,
dançam ao ritmo da música profana.

Pó de pólvora.

No céu, anjos de aço.
No inferno, refúgio templário.

É dia.
E as almas de Gaza se escondem
entre cadáveres de mármore.
E com os corpos mutilados,
dançam ao ritmo da música inacabada.
Terra torturada.

É tarde.
E as almas de Gaza vestem
mortalhas-cores-vivas.
E de corpos roubadas,
dançam ao ritmo do silêncio sacro
como marionetes amputadas.

Dia não há mais.
E seu deus desertou.

É tarde demais.
E seu profeta blefou.

É noite.

E seu salvador traja gala no
cassino de cartas-marcadas.

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