segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Let's misbehave

Jerome K. Jerome e a sua «saga» cómica Três homens num barco ocupou um dos meus primeiros posts [Janeiro é mês de aniversário do blogue, daí a reminiscência].
Entretanto, a editora Cotovia criou a colecção Raposa Matreira dedicada à veia humorística inglesa. Graficamente, os livros de capa dura e com uma ilustração a fazer lembrar a imprensa de inícios do séc. XX, estão muito bem conseguidos e dentre a colecção
o destaque vai para P. G. Wodehouse que ainda durante a I Guerra deu início a uma série de histórias com um dos seus personagens mais conhecidos: o mordomo Jeeves. Jeeves e o seu aparvalhado amo vão passando pelas «adversidades» mais caricatas entre a imperturbável alta sociedade inglesa.
E muito despercebido, em tempo de grandes estreias, está, nas salas de cinema, «Virtude fácil», filme de Stephan Elliot (o mesmo de Priscila, rainha do deserto) que adapta uma peça de Noël Coward, aliás contemporâneo de Wodehouse. O dramaturgo será mais witty do que humorista, mas as situações de comédia de enganos e a irónica precisão dos diálogos, não deixam de arrancar boas gargalhadas.
No elenco, Kristin Scott Thomas escarnece dela própria, no papel de Lady azeda e falida; Colin Firth, óptimo como o mordaz e alienado marido; a
«heroína» (não sei o nome) americana é a gémea alta e cosmopolita de Scarlett Johansson (o orçamento do filme já não devia chegar para contratar a verdadeira), absolutamente certeira no seu espanto perante os atávicos costumes britânicos.
Fácil de imaginar que o filme não ficará para a história da 7ª Arte, mas é ideal para uma matiné friorenta.
P.S. - P. G. Wodehouse trabalhou, também, em conjunto com Cole Porter, a quem o filme vai buscar a banda sonora.

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